domingo, 30 de dezembro de 2012

Churrasco

Churrasco
O churrasco é uma bela maneira de reunir as pessoas amigas ou atrair outras para gerar novos relacionamentos.
Todavia ele não é apenas depositar um pedaço de carne sobre o calor.
Assim o era na época da caverna após a descoberta do fogo. Na França na caverna  La Roque  Saint Christophe, onde foi encontrado fragmento de osso da mandíbula datada como da pré historia do chamado homem de Cro-Magnon.  É uma fenda extensa, muito grande que no fundo encontramos uma construção como se fosse uma pia e um espaço definido com parede circundando restos de carvão onde foram encontradas também sementes de uva.  Eu acredito que devem ter esquecido um cacho delas e ocorreu a vinificação e daí ter sido apreciado, donde nasceu o vinho.
No teto existem em pares pequenos furos formando alças onde eram passados fios ou cipós para pendurar partes das caças que ali eram guardadas, justamente por onde a fumaça passava quando as fogueiras estavam acesas e por conseqüência defumavam as coxas de javali ajudando na conservação.
Ultrapassando esta divagação, retornamos ao tema.
Para um churrasco primeiro necessitamos de churrasqueira rústica ou elaborada e quando no campo são usadas valas no chão.
Enfim um local para produzir calor que pode ser resultante da queima de lenha até a brasa ou diretamente o carvão.
O braseiro não deve ficar muito profundo, pois a distancia ideal inicia a 15 centímetros do que será preparado,  apoio acima na distancia de cerca de 40 cm e outra mais alto em torno de 60 cm.
Na posição mais baixa, tudo assa rápido e os pedaços são individuais para gratinar, no estagio acima preparamos as peças inteiras como maminha, picanha, etc e na mais alta assamos a costela, todas sob constante cuidando para não secar.
Os embutidos perdem menos líquidos sobre a grelha e muito quando espetados.          
O espeto é o mais típico símbolo do churrasco, ele pode ser de metal com perfil variado em ferro, aço inoxidável, alumínio ou modelados em varas de vegetal.
O peixe em geral cai do espeto quando assados em metal e aderem nele quando de madeira ou bambu evitando desta forma o seu desprendimento.
Quando sobre uma grelha dispomos as carnes em fatias de 3 a 5 cm de espessura a distancia mais próxima do fogo para grelhar a carne até dourar e gratinar um e outro lado da peça em curto espaço de tempo (cerca de 10 minutos de cada lado).
Quando acomodamos a carne em grelha ou espeto a distancia de até 50 cm estamos assando a carne que deve permanecer até iniciar a suar água de sangue para não passar do ponto.
Quando se tratar de costela deve ficar longe do fogo a cerca de 60 cm durante 4 a 6 hora com o osso voltado para o fogo se for peça inteira e em menor tempo quando cortada em tiras.
O fogo deve ser intenso com braseiro vivo de maneira que você levando a mão próximo à altura da grelha, não resista a contagem até 5 em espaço de segundos, esta é a intensidade do fogo para todas as situações. Podemos reservar cinza de churrascos anteriores e espalhar sobre o braseiro para que não incendeie a gordura que distila da carne.
O braseiro pode ser resultado de lenha queimada até o momento de assar, se em churrasqueira a carne deve entrar quando as labaredas estejam baixas e se em vala no campo, os espetos de carne são apoiados no lado da saída do vento para que vá aquecendo e depois colocado sobre o fogo para assar quando já estiver em brasa.
 As estruturas para estes assados são varias, umas com apenas uma vara sobre o fogo onde os espetos ficam inclinados e outro com armação de quatro pés e duas varas paralelas onde ficam deitadas com seus lados virados de tempo em tempo.
 A escolha da carne e a avaliação do ponto de cozimento é que diferenciam a qualidade de cada churrasqueiro.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A vida a crença e a morte

A vida a crença e a morte


Este pode parecer que não seja o tema ideal para este momento quando se festeja o nascimento de Cristo e uma nova era. O calendário Maia fiel há milhares de anos aos fatos e ao tempo, previu esta mudança, mal interpretada por alguns cavaleiros do Apocalipse como sendo o fim do mundo. Sabemos que o reinicio de contagem do tempo implicaria em nova era iniciando a do “ser” com queda da era do ”ter”. O espaço é infinito como também o tempo o é. Esta premissa nos faz filosofar e entender que, se acreditamos em estágios diferentes de vida da alma, então a cada morte de um lado corresponde um nascimento na outra dimensão. É como o dia que anoitece como se tivesse acabando, no entanto esta se transformando em um novo dia, muitas vezes mais lindo do que aquele que findou.
Fui seminarista dos meus 11 aos 13 anos e neste ambiente a morte era quase comemorada, pois o entendimento de que a oração que roga a Deus que Ele dê os céus como premio, quando Ele escolhe e concede esta graça, ela deve ser comemorada. As missas apesar do Requien no convento tinham conotação festiva. Este conforto me acompanha há muito tempo e creio nele.
Num convívio amoroso, fraternal ou familiar não há propriedade, ninguém é dono de ninguém, mas, não há quem não diga, perdi o meu ou minha...., numa espécie de egoísmo onde o corpo tem maior significado do que a alma
É evidente que dói este tipo de separação ou afastamento imposto pela natureza, mas, como define um pensador:
“A extinção da dor e do sofrimento não se faz pelo esquecimento de quem amamos, mas pela sua transformação, de saudade dolorosa em uma saudade gostosa. Pela lembrança, não da perda sofrida, mas da felicidade de saber que tivemos alguém a quem amamos e por quem fomos realmente amados. E mais ainda: que o amor persiste muito além da dor, bem além do tempo, na dimensão da eternidade. “ Dr Evaldo A. d´Assumpção- Médico Tanatologo.
Sabemos que o corpo por um período é o guardião da alma e sua existência é fragilíssima e não é eterna ao contrário dela. Podemos compará-lo com a chama de uma vela que ao menor sopro pode se extinguir e cabe a cada um zelar pelo seu embora a natureza seja mais poderosa.
A passagem para outra dimensão é inevitável e devemos estar preparados, quem vai e quem fica. Em razão desta verdade é que devemos entender a nossa alma cultivando e desenvolvendo os sentimentos de desprendimento e solidariedade para não sermos invadidos pela idéia de perda, sensação ou certeza de culpa. Assim como o dinheiro que vai corresponde ao dar e o ato de receber um pagamento equivale ao dar do outro. E no final do circuito só existe o ato de doação e se todos se doarem todos estarão recebendo.
Amor e desprendimento são os sentimentos que mantém o entendimento e a união entre as pessoas e permitem a superação das dificuldades e a dor nestes afastamentos
Se cremos em Deus, podemos nos resignar e bendita seja a vontade do senhor.



Campanha de reorganização do serviço médico dos aeroportos dop Brasil

Proposta de campanha nacional –
 1°- Propósito –
 Solicitar ao governo central uma revisão e reformulação dos serviços médicos nos aeroportos do Brasil
 2° Histórico - Relatório da viagem –
Após participar de um mutirão para corrigir a seqüelas de pacientes escalpeladas do estado do Amapá por acidente com o eixo do motor das embarcações. Nesta região não há estradas e a maior parte da mobilização da população é utilizando barcos. Cumprida a missão acompanhado de minha esposa Regina Pereira Oliveira d´Eça Neves Viajamos de Macapá para São Luis do Maranhão com conexão em Belém do Pará em vôos de 45 minutos cada trecho.. Tudo corria normal lanchamos comidas leves e combinávamos as atividades para após nossa chegada a Florianópolis. Desembarcamos no Maranhão sem qualquer queixa por parte dela. Junto à esteira para recolher as malas ela ficou atrás de mim apoiada no carrinho de bagagem durante cerca de dez minutos. Chamou-me pelo nome com voz amena sem qualquer alteração sugestiva de angustia, parecendo querer mostrar alguma coisa. Olhei para trás e ela estava caindo desacordada com intensa congestão cervico/oro/ facial. Tentamos elevar o queixo e lateralizar a cabeça o que foi impossível pela rigidez do pescoço e da mandíbula. Este momento se prolongou por cerca de 7 a dez minutos quando chegou o pessoal da assistência médica do aeroporto. Nada traziam nas mãos. Constatada a gravidade, por não ter maca, foi transportada em cadeira de rodas com cabeça e braços pendentes através da beirada da área de estacionamento dos aviões. Distante cerca 300 metros havia uma sala acanhada com uma maca onde foi acomodada. Nesta hora com manobras muito delicadas um bombeiro não paramédico iniciou massagem cardíaca sem conseqüência para as costelas. Por solicitação minha instalaram oxigênio com mascara simples ao que insistimos na necessidade do ambu. Este foi utilizado sem efeito porque não foi aplicada a devida pressão de maneira que o ar saia pelos lados sem penetração até os pulmões. Também por solicitação minha foi achada uma cânula de Guedel que eu mesmo a introduzi. Decorridos de 25 a 30 minutos de evolução, levantei a sua pálpebra e estava instalada a medriase paralitica. Não foi instalado soro nem foi mantida veia cateterizada, sugeri uso de atropina e queriam injetar adrenalina por ser melhor sic. Sai da sala e fui telefonar para meus filhos, pois o pior estava consumado neste cenário Dantesco. Aceito que talvez mesmo em ambiente adequado não houvesse condições de reverter o quadro, mas, o que assisti e vivi me obriga reagir e fazer esta proposição. Não tinha nenhuma ambulância equipada como as do SAMU, com seu corpo de paramédicos, acho que isto é lugar comum a todos os aeroportos, ainda que sejam considerados de porte internacional. Iniciou então o segundo episódio para cumprir as obrigações legais, preparar e liberar o corpo.
 3° - Proposta -
 Utilizar o poder dos nossos órgãos de classe para exigir urgente ação dos órgãos públicos competentes para reavaliar e reorganizar os serviços de atendimento médico nos aeroportos do Brasil. Órgãos da classe que devem participar em forma de comissões oficiais com poderes delegados, compostas por membros Conselho Federal e Regionais de Medicina, Associação Médica Brasileira, Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Intensivistas, Sindicato dos Médicos..etc Todos têm suas extensões regionais que podem cada qual realizar em sua jurisdição o seu papel e rapidamente se pode agir e definir o mapa nacional deste serviço hoje incompetente que representa perigo para todos os que ainda estão vivos. 4° Vistoriar e analisar as condições:
 a- Arquitetura , relação da posição do ambulatório e o contesto do edifício e a facilidade de mobilização para atender todos os setores e andares;
b- Dotar de portas que reduzam o caminho quando tiver divisórias;
 c- Ter carro ou mala com o equipamento completo de reanimação (material e medicamentos);
 d- Carrinho tipo campo de futebol em aeroportos maiores para transportar o paciente em longa distancia; e- Múltiplos núcleos em instalações como Galeão e Garulhos, etc
 f- Aparelhagem necessária para reanimação;
5° - Reavaliar o pessoal –
a- Contratar somente após concurso rígido;
b- Coibir o uso da política para dotação de técnicos;
c- Reciclagem do pessoal atualmente respondendo pelo setor;
 d- Facilitar a comunicação entre o setor e os locais de maior aglomeração;
 6°- Orientação policial-
a- Relação publica da polícia que possa orientar as pessoas com alguma dificuldade que envolva aspectos legais;
 b- Apoio policial para estranhos que nada conhecem da cidade;
 c- Posto policial militar e civil com poder de encaminhar os primeiros documentos como Boletim de Ocorrência etc.,
Conclusão :
Como médicos é dever nosso zelar pela saúde da população e é direito dela receber esta proteção dos órgãos públicos e assim apresentar uma assistência mais digna.
 Rodrigo d´Eça Neves

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Animais e meio ambiente

Animais e meio ambiente. Eco sistema é o grupamento de elementos que compõem um ambiente que abriga um ou mais seres que dele se utilizam e dele dependem para existir ao mesmo tempo em que o mantém.. Quando o uso é racional e a proteção existe o equilíbrio é mantido. Quando um lado deseja aproveitar-se então o desequilíbrio se estabelece. Vamos discorrer sobre os animais, estes não tem os costumes nem as ambições do homem que neste sistema é o predador. Outros predadores como gaviões, águias que se alimentam de aves, micos, sagüis e macacos, não permitem a livre proliferação destes pequenos seres e mantém equilíbrio, da mesma forma as corujas em relação aos ratos. Aliás, onde tem estas aves não há ratos. A barata (único animal que sobreviveu a todas as grandes catástrofes da terra desde a pré-história e ao chinelo) tem seu papel ou como alimento de animais maiores ou transformando os resíduos ao alimentar-se deles. A minhoca sem dúvida é de extrema importância para a terra, pois produz o húmus essencial para manter a vitalidade e produtividade do solo facilita a penetração da água e permite a aeração. O espírito bíblico do uso da terra e seus recursos, é embasado no conceito de atender as necessidades orgânicas de cada um e não o de satisfazer a ganância que a leva à exaustão. O animal que vive por seu instinto não consome mais que as suas necessidades, ele não tem interesse em armazenar quando o meio ambiente lhe é favorável. Também é verdade que não há animal onde ele não encontre comida e abrigo. Quando temos frio intenso sem produção de alimentos então eles armazenam e o mais clássico é o esquilo ou serelepe. Há animais que engordam muito durante a fase farta e depois hibernam consumindo a gordura armazenada. Alias gordura na verdade representa o depósito do excesso de alimento ingerido. Todos os animais engordam pela boca, ou seja, pelo que comem e nenhum engorda pelo vento, ar ou água. A gordura é energia armazenada e o homem consegue alterar a natureza tornando obesos até gatos e cachorros. O equilíbrio da fauna existe na mata virgem, quando ela é modificada, ocorre como o que esta acontecendo nos aparados da serra em nossa região. A título de manter a fauna local original foram soltos dois pumas fêmeas e um macho, também chamados de leão baio e eles proliferaram. E por simples proibição de cativeiro, na ilha de Santa Catarina foram liberados alguns sagüis que não tem predador local e o desequilíbrio se estabeleceu, hoje eles comem ovos e filhotes de passarinhos nos ninhos ou invadem dispensas e rompem sacos de farinha, quebram vidros, etc. Quanto ao leão cada um necessita de 100.000 m² de floresta virgem com flora e fauna originais mantidas e por proliferem hoje não são mais apenas os três. A flora foi alterada pela extensa área de cultivo do pinus estrangeiro. Como há muito tempo foi destruído o equilíbrio do seu eco sistema, não há mais alimento natural, então ele rouba ovelhas, cabritos, bezerros, ganso e outros pequenos animais dentro dos piquetes, junto às casas e sedes de fazendas pondo em risco crianças e até mesmo o adulto. Diante do desequilíbrio hoje já não justifica, mantê-los livres, ainda que muito lindos eles não são essenciais para harmonia do nosso sistema ecológico. Com a proibição da caça, as iraras e as jaguatiricas estão multiplicando e dizimando aves e outros animais como coelhos galinhas, patos, etc, dificultando a sua criação. Não raros os cachorros amanhecem com ferimentos após lutarem com as feras. Entendo que estamos vivendo num sistema desequilibrado com uma parte feroz e poderosa enquanto a outra parece mais romântica no que toca às aves apesar daquelas predadoras que se alimentam de ovos e filhotes como as gralhas e tucanos. A ecologia na verdade é uma ciência que tem visões diferentes diante de cada meio ambiente segundo sua flora e fauna, interferindo no todo e dependendo dele. Necessitam anos de estudo para conhecer cada eco sistema e poder propor sua proteção ou recuperação.

Ecologia

Ecologia A palavra “Ecologia” vem do grego e significa: oikós (casa) e logos (estudo), ou seja, estudo da casa ou mais amplamente, o local onde vivemos. Para os antigos filósofos gregos a vida era estática sem adaptações por isto pouco se detiveram nesta análise. A Linnaeus (1707) é atribuída a iniciação dos estudos que definem a ecologia e foi o primeiro a falar sobre a relação de existência entre o ser e o meio ambiente, Darwin (1859) sofreu dele grande influencia em seu trabalho. Humbolt (1769) descreveu os espaços ecológicos e fez alusão às relações entre as espécies e as áreas onde proliferam. Haeckel e a Warming ao redor de 1866, dividem os autores na referencia de quem iniciou o uso do termo ecologia que é atribuído ao primeiro. A Ecologia estuda as interações entre os organismos e o meio ambiente. Busca estabelecer e definir a melhor condição do ambiente para que os organismos vivos daquele espaço tenham sempre as condições básicas de nascer, crescer, procriar e assim manter a espécie. Todos os seres necessitam de equilíbrio entre eles e o meio que os cerca. Tudo é alterado no meio ambiente quando um ser utiliza a área onde se aloca, o maior exemplo deste efeito são os corais. Pequenos seres produzem formações calcárias para subsistirem ao mesmo tempo em que são alimento para outros que se aproveitam do ambiente para se desenvolverem isto, todavia, é possível apenas enquanto a proliferação de corais se equilibra com a destruição provocada pelos seres hospedeiros o que permite coexistirem em equilíbrio. Quando um ser se intera com o outro e o favorece, estamos diante de uma simbiose, quando o que se utiliza não se integra com o outro e dele se locupleta estamos diante do parasitismo, quando um ser destrói parte do meio ambiente estamos diante do predador e quando um convive utilizando e complementando do outro, estamos diante do comensalismo em que o exemplo mais clássico é a relação entre o tubarão e a rêmora. Nosso índio vivia em grandes áreas com rios e florestas e eram nômades. Alimentavam-se das frutas de uma planta até o fim e mudavam de arvore, tinham vários abrigos em diferentes pontos do espaço que consideravam território da sua tribo e por ele lutavam. Pescavam em segmentos diferentes dos rios, rodavam sem provocar predação e retornavam após a regeneração.. No momento em que se fixaram e passaram a usufruir de uma mesma área, iniciou a interferência derrubando as árvores para poder plantar e colher. Quando o grupo era pequeno a repercussão no local era de baixo impacto. A sociedade deles era comunitarista onde tudo era da comunidade, portanto, de todos. Cada caça obtida ou peixe pescado era motivo de dança e festa onde todos participavam da divisão. No momento em que foi introduzido o mercado de troca, iniciou a conceituação de valor comparativo e despertou o desejo de ter mais que o vizinho e assim a idéia de riqueza e poder. Ao longo do tempo a propriedade estimulou a exploração na busca de riqueza, desta forma cortaram as árvores, quebraram as pedras, furaram o chão na busca de minério, extraíram carvão e o meio ambiente foi modificado com grande prejuízo ecológico que custará caro aos cofres públicos e à natureza que levará muito tempo para recuperar. Nossas estradas bloqueiam, represam ou desviam cursos de água e favorecem as enchentes, as plantações em grande escala exigem agrotóxicos que contaminam os cursos de água e provocam mortandade dos peixes eliminando a vida dos rios. O fato de retirar a vegetação e descobrir os terrenos para o plantio aumenta a erosão que leva terra para o rio que o deixa a água marrom e seu leito lamacento diminuindo a profundidade. A retirada das matas diminui a coleta e fixação da água das chuvas e os rios ficam mais frágeis e desequilibrados, favorecendo maior destruição por ocasião das enxurradas. A utilização sem sombra de dúvidas deve existir com a meta de atender a população, mas, não para benefício individual. Ao mesmo tempo este trabalho de exploração compete à população enquanto ao governo compete pesquisar, estudar, coordenar e orientar as ações do homem, enquanto as proibições não preservam nem educam, apenas estimulam a burla.

Cotas de benefífcios discriminatórios

Cotas de benefício discriminatórias Não sou contra ninguém nem a nada, mas está havendo séria distorção social no país. É cômico neste Brasil, os únicos que têm direitos com as leis menores que a Constituição são os animais e os não brancos. Tem proteção para bicho, outras raças e opções sexuais eventuais. Nos outros países democráticos, todos são iguais, com os mesmos direitos e obrigações. No Brasil não, tem cota para tudo. Aquele que pensa mais, trabalha mais e gera emprego é combatido e criminalizado pelos arautos do bem-estar social desde que não necessitem trabalhar, porque recebem benefícios do Estado, chamados de bolsa. Esta é a razão pela qual não coloco meu nome nestes movimentos de proteção a excepcionalidades. Há negro, por exemplo, que comanda vários setores políticos, sociais e esportivos no mundo inteiro, assim como Pelé, Joaquim Barbosa, Barack Obama. Alcançaram seus espaços e suas posições sem utilizar cotas, mesmo vindo de origens menos favorecidas. Ao mesmo tempo, é grande o número de humanos, adultos e crianças, vagando pelas ruas sem qualquer atenção social, entre eles alguns diplomados, descrentes e sem propósito de viver. Paralelamente os animais. Tem associações de proteção que sobrevivem de verbas públicas, às vezes faltando para atender o bem-estar de crianças, como alimentação e tratamentos. Os outros favorecidos pelas cotas são produto da ausência crônica do Estado naquilo que concerne à educação. Consideramos muito pior e degradante pela mesma ausência o déficit na qualidade e escassez do conteúdo ensinado e exigido. Em Florianópolis, quando terminávamos o segundo grau, apesar das escolas privadas de muito boa qualidade, a melhor e que mais aprovava nos vestibulares era o Instituto Estadual de Educação. Isso já não é a verdade atual. Apenas com a intenção de narrar, sem a de comparar a capacidade individual atual nesta época, os professores sabiam muito de suas matérias e os alunos tinham que atender a todos, fazendo-se aprovar nas provas de cada um. Por consequência, tinham que saber tudo que cada professor sabia e muitos logravam aprovação no concurso sem frequentar cursinho de pré-vestibular. As provas eram dissertativas, o que exigia boa redação, onde em todas o português também reprovava. Em todas os cálculos, erros técnicos ou afirmações aberrantes também reprovavam. Não havia o binário da sorte, onde cada quadradinho para marcar com “X” tem apenas certo/errado e depende da sorte ou do ouvi falar, sem traduzir o real conhecimento. Alguns chegam à faculdade escrevendo osso com “ç” (oço), ou sexo com “quiç” (sequiço). Ao serem reprovados, recorrem ao Conselho Universitário, que os aprova sob a justificativa de que o exame não era de Português. Isso como se a língua oficial da pátria, o atualmente combalido português, fosse um objeto de mero uso secundário, dispensável e não obrigatório no espaço onde a cultura e a ciência são as molas mestras. Hoje, com as cotas, alguns escolhidos são beneficiados, enquanto outras minorias, como imigrantes europeus, orientais ou nórdicos, com passado erudito, necessitam sentar e estudar para conquistar os seus espaços, sem ocupar os lugares dos chamados excluídos, ou seja, abandonados pelo próprio Estado. De onde esta gente vem, todos estão acostumados a utilizar o que lhes oferecem os Estados que, sem dúvida, tem a qualidade mínima necessária para dali extrair um excelente técnico, não necessariamente um diplomado. Foi-me passada a informação de que 10% da população chinesa está envolvida com ciência de todas as áreas, constituindo o corpo de pensadores de sua sociedade. Este número corresponde a praticamente a população brasileira na sua totalidade. Temos, sim, que pensar em geologia, matemática, esporte, lazer, biodiversidade, ecologia, medicina, cibernética, engenharia, sempre olhando seu aproveitamento e conservação. O espírito é igual àquele que se utiliza d´água, deixando passar a que não necessita sem retê-la para seu benefício pessoal e financeiro, para que os outros sejam respeitados em seus direitos que lhes são devidos. Espero que os criadores das cotas sejam capazes de perceber esta realidade e usem outro caminho para seu sucesso eleitoral, ou a sociedade outra vez pagará.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Final de semana com os netos

Final de semana com netos, Sem dúvida nenhuma é uma dádiva divina. No alto da serra do Rio dos Bugres ( serra do mar) próximo à Rancho Queimado, há 35 anos, compramos parte do terreno que havia sido utilizado pelo estado para pagar o trabalho de construção da antiga estrada entre Florianópolis e Lages sobre o trajeto dos tropeiros, hoje leito da BR 282. Esta área fica em região fria com geadas freqüentes, cerca de 850 metros de altura foi entregue ao esposo da irmã da minha bisavó, portanto, meu tio bisavó. Ali estabelecemo-nos com uma casa de madeira que oferece conforto suficiente sem luxo, mas, com muita praticidade. Pouco a pouco plantamos pinheiros dos quais já colhemos pinhões, mantemos pequeno lote de carneiro e uns açudes de tamanhos variados cuja água é oriunda de fontes profundas em quantidade suficiente. No menor mais próximo da casa tem carpa colorida decorativa, nos outros tem algumas carpas capim e tilápias do Nilo. Durante alguns anos tentamos pescar estes peixes para controlar a população sem lograr apanhá-los, agora aprendemos. Eles são manhosos e comem apenas o que fica na superfície e nada do que afunda, então não há chumbo nos nossos anzóis. Como são tratados com ração para peixes, esta passa ser a boa isca assim como também o miolo de pão, minhocas não servem pois são vegetarianos. Como elas furam os barrancos a barragem deve ser protegida com tela de plástico para não ser derrubada. Passamos o final de semana com os netos um de oito anos e outro com 1,6meses, seus pais e tios. Primeiro eles correm muito o mais velho tem olhos e cabelos castanho claro, muito ativo e astucioso seu irmão e loirinho com marotos e expressivos olhos azuis que acompanham sorrisos por vezes debochado apesar da idade. Não fala, mas, seu dedinho dá ordens constantemente definindo bem a sua vontade. Conduzido por intensa curiosidade não dá descanso a ninguém pela sua agilidade parecendo ter mais de duas mãos, alem de todos subestimarem sua força. O cachorro, o galo, ganso, pato, galinha, vaca, bezerro, carneiro, sapo, peixe, mariposa tudo é nova informação e é motivo de andanças seguindo seu dedinho na procura para satisfazê-lo. O mais velho, sem demonstrar ciúme, trama suas próprias artes. Sai sozinho para pescar, leva consigo um arco que o faz juntar varetas para usar como flecha e caniço de fibra que desconhece como utilizar. As tentativas sucessivas de arremesso provocam novelo de nylon e anzol impedindo seu uso. Frustrado o pai deixa verter sua indignação e as longas conversas, tenta mostrar a inconveniência em repetir o desastre alertando para necessidade de aprender antes. Retornando à sua adolescência o pai montou um abrigo de varetas coberto por palha e uma fogueira entre pedras como se fosse um forno. Depois de produtiva pescaria utilizou os recursos da cabaninha para preparar uma carpa de tamanho significativo com 3k de peso que foi assada sobre uma grela em fogo de lenha e gravetos que resultou numa preparação com agradável sabor de defumado, acompanhadas de batata e arroz, suficientes para um farto almoço. O Tio contribuiu com outra de igual tamanho que foi assada no forno do fogão com o cuidado de encher sua barriga com couve manteiga cortada à Juliana para eliminar o sabor de terra comum nestes peixes. As carpas são peixes gordos que devem ser assados afastados da forma ou em churrasqueira onde a gordura possa pingar e a carne fique mais seca. Durante todos os momentos os netos participam e vivenciam as nossas atividades sob vigilância severa para não se queimarem. Esta convivência é muito interessante, pois o neto menor que não convive todo o tempo tarda, mas, não demora a vir pedir colinho para iniciar seu sono o que é altamente compensador. Por outro lado o maior que deseja aparecer pede à noite para jogar dominó e cai no sono no meio da partida por estar cansado ao mesmo tempo que luta contra a sua faceta infantil que o vence no final.

Cotas benefício discriminatório

Cotas benefício discriminatórios. Não sou contra ninguém nem a nada, mas, esta havendo séria distorção social no país. É cômico neste Brasil, os únicos que tem direitos com as leis menores que a constituição, são os animais e os não brancos. Tem proteção para bicho, outras raças e opções sexuais eventuais. Nos outros países democráticos, todos são iguais, com os mesmos direitos e obrigações, no Brasil não, tem cota para tudo. Aquele que pensa mais trabalha mais e gera emprego é combatido e criminalizado pelos arautos do bem estar social desde que não necessitem trabalhar porque recebem benefícios do estado, chamados de bolsa. Esta é a razão pela qual não coloco meu nome nestes movimentos de proteção a excepcionalidades. Há negro, por exemplo, que comanda vários setores políticos, sociais e esportivos no mundo inteiro assim como Pelé, Joaquim Barbosa, Barack Obama, alcançaram seus espaços e suas posições sem utilizar cotas, mesmo vindos de origens menos favorecidas ao mesmo tempo é grande o numero de humanos adultos e crianças vagando pelas ruas sem qualquer atenção social entre eles alguns diplomados descrentes sem propósito de viver. Paralelamente os animais, tem associações de proteção que sobrevivem de verbas públicas as vezes faltando para atender o bem estar de crianças, como alimentação, tratamentos. Os outros favorecidos pelas cotas são produto da ausência crônica do estado naquilo que concerne à educação. Consideramos muito pior e degradante pela mesma ausência, o déficit na qualidade e escassez do conteúdo ensinado e exigido. Em Florianópolis quando terminávamos o segundo grau, apesar das escolas privadas de muito boa qualidade a melhor e que mais aprovava nos vestibulares, era o Instituto Estadual de Educação. Isto já não é a verdade atual. Apenas com a intenção de narrar sem a de comparar com a capacidade individual atual nesta época os professores sabiam muito de suas matérias e os alunos tinham que atender a todos fazendo-se aprovar nas provas de cada um, por conseqüência tinham que saber tudo que cada professor sabia e muitos logravam aprovação no concurso sem freqüentar cursinho de pré vestibular. As provas eram dissertativas, o que exigia boa redação, onde em todas o português também reprovava, em todas os cálculos, erros técnicos ou afirmações aberrantes também reprovavam. Não havia o binário da sorte onde cada quadradinho para marcar com “X” tem apenas certo/errado e depende da sorte ou do ouvi falar sem traduzir o real conhecimento.

domingo, 16 de setembro de 2012

A Estrada BR 282

Até Lages esta estrada na verdade não é tão nova. Como todas as outras sempre acompanhavam o curso de um rio que em algumas regiões obriga uma seqüência de pontes para cruzar o rio que serpenteia na planície ou acompanha um vale sinuoso entre as montanhas. Há mais de século é a rota das tropas que desciam do planalto lageano para trazer seus produtos até Florianópolis e através de caminhos dela derivados levavam à Tijucas que neste momento mantinha importante porto com grande movimentação de cargas com Santos e Rio de Janeiro. Para esta movimentação havia a trilha por onde os tropeiros viajavam com suas tropas de animais de carga preferencialmente mulas. Como sobre elas eram colocadas boa quantidade de volumes, surgiu a expressão “mula de carga” para alguém que se propunha transportar grandes volumes ou para o malandro que justifica com “ não sou mula de carga” para evitar qualquer tarefa. Após o aparecimento dos carros e caminhões se fizeram necessárias as estradas. Não havia máquinas como as de hoje e eram raros os pequenos tratores, alguns conforme se vê em livros movidos à vapor que aqui seguramente não foram utilizados. Para construir uma estrada aproveitava-se o trajeto já definido pelas tropas que sofriam melhoramentos ao serem alargadas para corresponder as necessidades da época. Para caber um veículo eram obrigatórias obras de arte como pontes, bueiros, muros de contenção, revestimento com saibro, material pedregoso do local. Neste trabalho as mulas foram as heroínas que permitiram, transportando no lombo em cangalhas ou puxando carroças mobilizar grandes volumes de terra e pedras para fazer aterros, pregos, ferros, madeiras e toras para pontes e pontilhões, telhas para cobrir as pontes, explosivos para quebrar pedras, sacas de cal e cimento para vários usos, etc. Sem dúvida o relógio deles era mais lento e tinham todo tempo da vida. No mar os navios eram a velas e depois a vapor igualmente vagarosos. Neste circulo de atividades entrelaçadas e interdependentes que aconteciam lentamente deixavam o homem participar dela e usufruir de maneira tranqüila. O trabalho era executado acompanhando o terreno e contornando os acidentes geográficos das encostas e as estradas quando terminadas eram sinuosas pela circunstancia do próprio relevo. Por isso é que se dizia quando as estradas eram cheias de curvas que seus construtores eram pagos por quilometro construído. Quando possível eram construídas retas e os pilotos as chamavam de tira atraso por permitirem imprimir maior velocidade e tornar mais rápida a viagem. Havia rios que permitam a travessia por dentro d’ água pois não eram profundos e seu leito seguro, outros exigiam pontes. Construídas em madeira em geral recebiam telhados que as protegia das chuvas e as tornava mais seguras reduzindo os escorregões dos carros sobre seus trilhos molhados e lisos montados com taboas alinhadas no mesmo sentido do curso dos veículos. Enquanto os carros eram de boi ou carroção os defeitos produzidos no leito das estradas eram valetas paralelas às suas margens, quando chegaram os veículos com molas as rodas saltitavam e os defeitos se tornaram transversais, perpendiculares às margens e foram batizados com o nome de costeletas e os para fusos afrouxavam todos exigindo reaperto ao final de um percorrido maior. Na região de Rancho Queimado se pode observar o material que forma os barrancos ao lado da estrada. De cor ocre (castanho claro , terra de Sienna ou mostarda) é montado como se alguém com muita paciência tivesse ali organizado finas camadas que uma vez agredidas se rompe em pequenas placas esfareladas. Este minério e a argila quando seca, bastante explorada pelas cerâmicas produtoras de pisos e azulejos depois do moídas e misturadas em suas massas. Entretanto quando cobriam o leito da estrada e ocorria chuva, virava uma pasta que aderia aos pneus tornando-os maiores na altura e banda de rodagem impedindo o deslocamento, pois patinava sem sair do lugar. Por e4sta razão todos os carros levavam consigo aparelhos engenhosamente enlaçados de maneira fazer uma rede de corrente de ferro para ser colocada em torno do pneu e permitir sua aderência e transposição do obstáculo. Vencida a dificuldade, era retirada sujando todo o porta malas com lama, pois do contrario roíam a borracha das rodas. Voltarei ao tema.

Estrada 282

Quando Dom Pedro II esteve em Santa Catarina antes de 1840 ficou a pedra fundamental da rodovia da integração de Santa Catarina que depois veio a ser chamada de BR 282. De Lages a Florianópolis, foi aberta na década de 20 a 30 sob a liderança de Manoel Augusto Neves ( meu avô, cidadão lageano e João Roberto Sanford (avô de Aulo Vasconcellos e irmãos) cidadão florianopolitano de origem inglesa. Por este trabalho foram remunerados apenas com terras que os sustentou através das vendas durante muitos anos., Não sei se foi proposital, mas, demorou cerca de 180 anos para ser completada, enquanto várias no sentido transversal há muito tempo foram construídas, por força política do Rio Grande do Sul que necessitava unir-se ao Brasil e Santa Catarina o separava. É curioso que a pedra de lançamento seja implantada quando o governo do Brasil era definido e não se valia de eleições, mas, necessitava equipar-se em todos os setores e regiões. Sem paixões, com o advento da república as atitudes eram feitas pelo interesse pessoal ou do partido que compensavam os votos recebidos ou pretendidos, abandonando as outras regiões. A importância que temos hoje no cenário nacional foi possível a partir da ocupação e desenvolvimento do oeste do estado que somente aconteceu nos últimos 70 anos, pois antes era verdadeiramente uma incerta aventura cujos esforços dependiam exclusivamente do empresário. A guerra do Contestado é exemplo claro desta situação pois a maior guerra civil brasileira ocorreu neste nosso meio oeste como conseqüência da construção de uma estrada de ferro que apenas cruza nossa terra e a sua história ficou muitos anos no obscurantismo por total interesse político da esfera federal. Toda riqueza humana e material eram usufruídas pelos estados vizinhos, pois a população tinha neles as suas capitais mantendo Florianópolis totalmente desconectada. Um triangulo com vértice em Lages e base no litoral era o que realmente contava como Santa Catarina pois o norte era ligado à Curitiba e o sul à Porto Alegre para suas homenagens e aplicações financeiras. Hoje falamos em Chapecó e todo oeste com intimidade e sensação de irmandade, coisa que na minha infância e juventude não existia. É bem verdade que a partir de Joaçaba era o território de “Cunha Porã” ( mulher bonita do guarani) obtido dos argentinos que depois foi anexado à Santa Catarina apesar de ter sido prejudicada com a perda do território do Iguaçu, rio que primariamente deveria ser nossa divisa com o Paraná. Muito tempo demorou a construção de trecho relativamente curto entre Lages e Campos Novos passando pelo antigo Carú hoje São José do Cerrito. Agora sim somos um corpo com espinha dorsal em total integração de leste a oeste. Seu papel é de tal maneira importante que atualmente já temos que programar e viabilizar a duplicação pelo menos até a rodovia BR 116 pois a sua necessidade é evidente. O litoral e Florianópolis compõem extensa área turística e a 282 é o caminho para esta atividade que é praticada utilizando em grande número, veículos uni familiares com carros de pequeno porte além de ônibus e caminhões que se utilizam dela e a congestionam de forma importante, impondo o sacrifício de viagem lenta com o perigo da imprudência dos “corta fila”. O fluxo contrário também é real pela busca das belezas das serras. Ainda estão subaproveitadas as esculturas naturais da erosão eólica da região da Serra da Bocaina e outros acidentes geográficos de rara beleza como a Bela Vista, Boa Vista, Campo dos Padres, Aparados da Serra, algumas cachoeiras e corredeiras de rios além da sua rica Floresta Atlântica seguida pela de transição para finalizar na típica do planalto e toda sua fauna. Voltarei !

Excelência ...

Adjetivo - que descreve, qualifica ou caracteriza o ser ou o objeto designado pelo substantivo. Grau máximo de bondade, qualidade ou perfeição. Representa algo ou alguém que sobressai em relação aos demais ou às coisas. Alguma coisa que esta beirando ou incorporando a perfeição. Substantivo feminino -- Título ou tratamento que se dá a pessoas que ocupam posições ou funções de nível nobre, político, diplomático, eclesiástico, profissional relevante ou produto de reconhecida qualidade quando cumpre plenamente suas funções. Como titulação muitas pessoas o tem por força de tradição em relação ao cargo que ocupa e neste caso é temporário ou definitivo seu se o cargo for do tipo vitalício. Nesta circunstancia a pessoa incorpora o título ao nome e por ele atende igualmente e alguns cuja humildade não os assiste acreditam ser o que o título os denomina. Existem outros que por serem humildes não se valem da classificação e terminam por merecer todo respeito e carinho. Analisando pelo seu lado, qualidade é uma palavra com significado extremamente amplo que define sentidos e sentimentos de alcance incomensurável. Assim o é porque sua interpretação é subjetiva evolvendo alma, espírito e ambição. Há, implícita na busca da excelência uma gama de emoções e sentimentos que são reconhecidos ou vividos de forma individual ou coletiva na busca do melhor. Por sua vez o melhor é variável no tempo e no espaço segundo a cultura de cada povo. Como conseqüência cada um acaba entendendo a excelência através dos seus credos, caráter ou interesses. Para a maioria quando se utiliza a palavra como adjetivo o entendimento permanece atrelado ao espírito de qualidade e perfeição. Quando é utilizado como título, então estamos diante de um substantivo feminino e assim é utilizado para pessoas do sexo feminino ou masculino e é por isto que chamamos o senhor governador de sua excelência. Na realidade a busca deste predicado é um estado de espírito que cria as exigências na busca obstinada de qualidade para levar à análise realizada pela população que julga e reconhece o devido valor do produto ou aprova o comportamento do personagem assim nominado. Quando excelência é inerente ao cargo a pessoa que o ocupa recebe o tratamento independente do seu comportamento ou qualidade dos seus atos. Poderá ser chamado por excelência com toda falta de respeito ou desconhecendo as obrigações e compromissos da função. Mais difícil é a busca da excelência. Tudo aquilo que alguém se propõe fazer deve ser sempre norteada pela busca do melhor e sua meta não pode ser outra que a qualidade, honestidade e grandeza. Mas, este sentimento tem que brotar de dentro de si como se fosse apenas uma secreção como parte natural da sua existência. Todo reconhecimento advém do resultado obtido e exibido em publico desde que represente o melhor da alma de quem o cria e produz. Se lograr esta aceitação então estará acontecendo o fenômeno regido pela excelência. Se é um instrumento que cumpre com exuberância a sua proposta de utilização na analise daqueles que o provaram então alcançou a excelência. Quando a obra de arte pictórica, literária ou interpretativa brota da alma é transformada pela aceitação que recebe dos espectadores e da crítica, então atinge a excelência. Nesta condição a unanimidade é necessária, pois, do contrário ela pode ser considerada apenas boa ou ótima, mas, não excelente. Excelente ou boa por excelência é utilizado em momentos diferentes, mas, no fundo encerrando o mesmo sentimento de qualidade, sua excelência que é titulo pode não corresponder.

sábado, 15 de setembro de 2012

Vocação das serras.

As serras foram as terras oferecidas ou buscadas para o desenvolvimento da colonização européia de origens diferentes de Portugal e Espanha que preferiram o litoral. Se observarmos, veremos que nas serras se estabeleceram alemães, italianos, austríacos, poloneses alguns holandeses que preferiram terras mais baixas e planas. Os alemães nas serras com suas águas correntes podiam produzir energia com suas rodas d´água que tanta vida davam aos moinhos e serrarias de madeira e agora as barragens com geradores que geram eletricidade. Conhecemos até um machado hidráulico para cortar lenha. Os italianos, na sua maioria do Vêneto sem esquecerem os Alpes Dolomíticos, dividiram-se entre montanha e planície com os tiroleses que eram parte Itália e parte Austria. Estas várias origens e vocações segundo a região de origem e sua cultura influíram na colonização transformando este segmento de nosso estado na mais eclética porção do Brasil. Há muito que visitamos outros centros turísticos nacionais e estrangeiros e sentimos que muito é parte de nossa cultura sem definir se é de lá ou daqui. Claro que em completa interação. Desta maneira temos condições e locais com as mais variadas evidencias desta interferência na utilização dos recursos que na ausência da renovação e afastamento da origem os manteve num espaço do tempo que hoje é considerado rustico. Na verdade a natureza nos deu tudo, nós divulgamos para o mundo. Mas, nós não equipamos nossa farta coleção de recursos com os benefícios necessários para receber pessoas com hábitos desenvolvidos, conhecedores da região européia de origem da nossa gente e que tem capacidade financeira para absorver produtos e serviços de qualidade elevada. Falta para Santa Catarina o devido equipamento sem destruir os recursos naturais. Quem viaja é comodista e deseja estrada de boa qualidade, restaurantes com pratos locais diferente daqueles que tem todos os dias, hotéis com boas camas e calefação quando necessário. Aliás o turista não busca em viagem a dita comida caseira nem albergues desconfortáveis pois em alguns locais ainda temos banheiros na rua sujeitos a frio e chuva. Como exemplo, nas estradas que descem a montanha temos vistas de fantásticas paisagens como as da Serra do Umbu Rs, Serra do Faxinal SC em Praia Grande, serra da Rocinha em Timbé do Sul, Serra do Rio do Rastro - Guatá, serra do Passo do Corvo Branco- Grão Para e Auire, serra do Morro do Cedro e serra do Rio dos Bugres, BR 282 em Rancho Queimado, em todas elas as vistas são maravilhosas, os vales são lindos, algumas delas foram construídas dentro de cânions com riozinho que congela no inverno severo, dotados de vegetação típica. Depois inúmeras rotas levam do litoral ao planalto acompanhando vales de rios como a BR 470 que margeia o rio Itajaí, adiante em outras montanhas pequenas rotas cumprem o mesmo papel. A serra de Corupá com suas belas cachoeiras é seguida mais ao norte pela serra Dona Francisca que também leva a São Bento do Sul e as passagens seguintes também lindas sobem a serra do mar e são tuteladas pelo Paraná.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Declaração do RQE

Declaração do RQE- Todo médico brasileiro é obrigado a declarar seu numero de inscrição no CRM em todos os seus papeis profissionais ou que se refiram à profissão. Há muito lutamos por uma forma de proteger a especialização. Como há propaganda indevida de uma especialidade com olhares dirigidos para a cirurgia plástica apresentamos algumas propostas e fomos lotados no Conselho Federal de Medicina na Comissão de Divulgação Médica do Conselho Federal de Medicina (CODAME). A razão desta nossa luta era para que existisse na área médica alguma forma de atuar sobre aquelas propagandas veiculadas nacionalmente, pois eram atingidas de forma regionalizada limitadas às Codames estaduais ficando impunes as de abrangencia nacional. Atendidos nesta proposta foi criada a Codame Federal que de imediato iniciou a rever e produzir uma resolução específica que atingisse todo território nacional. Foi então redigida e aprovada em plenária do CFM a resolução CFM1974/11 que se destina à regulamentação da divulgação médica, definindo o que é permitido ou não a entrar em vigor em 1º de março de 2012 que reza no seu : Art. 2º - Os anúncios médicos deverão conter, obrigatoriamente, os seguintes dados; a- Nome do profissional; b- Especialidade e/ou área de atuação, quando, registrada no Conselho Regional de Medicina; c- Número de inscrição no Conselho Regional de Medicina d- Número de Registro de Qualificação de Especialista (RQE) se o for; e- Parágrafo único, As demais indicações dos anúncios deverão se limitar ao preceituado na legislação em vigor. Deve então estar declarado em todos os papeis, cartões de visita, receituário, etc quando faz menção à especialidade. Acreditando estar de alguma forma protegendo a especialidade e valorizando os portadores de seus títulos, lutamos por esta resolução. Para tanto foi elaborado também um manual de consulta com a interpretação dos enunciados que em data oportuna chegará às mãos de cada médico brasileiro. Também ressaltou o que já estava determinado que todos os médicos portadores de título de especialista estavam obrigados a registrarem seus títulos junto ao conselho regional de sua jurisdição. Ao fazer este registro um número é gerado e que corresponde ao da página onde foi feito o registro, este número chama-se Registro de Qualificação de Especialista – RQE. A mesma resolução obriga sua declaração sempre que a especialidade é anunciada e proíbe que haja divulgação da especialidade sem este número. Aqueles que apresentarem número falso serão julgados na justiça comum por falsidade ideológica e os que não declararem cometem falta ética por desobediência à resolução emanada pelo CFM. Então resumindo, todos são obrigados a registrarem seu diploma de especialista no Conselho Regional onde tem sua inscrição e declarar também este numero em seus papeis oficiais. O conteúdo da resolução orienta, limita e libera e a declaração do RQE reforça a credibilidade, valoriza e referenda sua divulgação.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Frustração de turista

Frustração de turista Há algum tempo tenho me manifestado a respeito da serra catarinense decantando suas belezas em coluna no jornal Diário do Sul. Fiz um giro nas serras na zona central e fiquei frustrado. Santa Catarina deseja caracterizar sua vocação maior como turística. As belezas nós temos, mas, a luta para visitar é enorme, na faixa do sacrifício e aventura às vezes com perigo. Tenho muita afeição pela serra do Corvo Branco, e a vejo mais imponente chegando de Grão Para por Aiurê, da mesma forma que admiro os Aparados da Serra com todos seus encantos e mistérios desde a região de Praia Grande. A montanha cresce diante de nossos olhos em impressionante magnitude cujo capricho da natureza consegue unir o delicado e o agressivo, reúne a belo ao desafio, criando um espaço com clima, flora e fauna próprios. Nos seus recortados limites com vales e cânions profundos, abrigam-se muitos bichos como catetos, sorrateiras jaguatiricas e leões baios (pumas) que ainda vivem nestas encostas e roubam pequenos animais como bezerros, ovelhas, galinhas, etc, das fazendas dos arredores. No passeio tudo bem e belo entre Florianópolis e Anitápolis, entretanto para chegar em Santa Rosa de Lima apesar da bela paisagem com vales, córregos, corredeiras, recantos do rio Fortuna várias pequenas usinas elétricas, quadrados multicoloridos pelos diversos cultivos, não encobrem o perigo de viajar em estrada estreita e nem a destruição do carro pela má qualidade do piso abandonado. Sobre asfalto se viaja até Rio Fortuna e Grão Para daí em diante a estrada esta satisfatória até Aiurê, depois retornam os defeitos e quando se aborda a serra em sua parte inicial antes do corte na rocha o piso esta perigoso com defeitos enormes próximos ao precipício, revelando o abandono também deste setor. Não podemos deixar de salientar que a paisagem e a emoção da aproximação do Passo do Corvo Branco, o Morro da Igreja (ponto mais alto do sul do Brasil) a Pedra Furada, Urubici, ainda compensam apesar de no momento exigirem sacrifício em desgastante aventura para serem visitados. A respeito do Morro da Igreja, salientamos que lá esta a estação da Sindacta, órgão do Brasil que registra e avalia as variações do clima e controla o uso do espaço aéreo da região sul. É por isso que nos dias em que se pode ver o rastro de fumaça deixado pelos aviões percebemos que a certa altura sobre nos eles fazem um ângulo com mudança de rumo, isto é em razão deste ponto de controle. Chegando a Urubici encontramos inúmeras pousadas com restaurantes de vários cardápios e níveis, desde churrascaria simples, lanchonete ou mais sofisticados, deles nos chamou a atenção o Atrio que é central e especializado em frescal de carne e truta. A truta é criada pelo biólogo Helio na empresa “Trutas Hélio” que há alguns anos se dedica a esta atividade de criar artificialmente estes delicados peixes. Seu laboratório, criadouro e frigorífico, ficam localizados na periferia da cidade, num belo recanto com muita água corrente. A visita é super interessante pois é possível observar a coleta do ovo, sua fecundação artificial, eclosão, embriões com saco vitelino, alevinos, peixes adultos, matrizes femininas e masculinas além de duas curucacas (ave grandes da serra) por eles adotadas. Embora seja truta do tipo arco Iris de cor castanho avermelhada, existem variações douradas, azuis e albinas. Reclame, mas, não deixe de visitar Santa Catarina.

sábado, 14 de julho de 2012

Sugestão de passeio/ viagem na serra catarinense

Sugestão de passeio/viagem na serra Catarinense. Quando criança viajava por estes caminhos acompanhando o seu Solon meu pai que dava orientação e assistência logística àqueles que haviam comprado na Ford de Tubarão, carro, trator, caminhão ou máquina de costura Singer (à época chamada de magrela pois tinha o corpo fino e delicado depois ficou espesso como as de hoje). Assim andávamos por todo o sul do estado e pela serra, sempre gostei de viajar. Hoje contamos com estradas em condições, senão muito boas, no mínimo aceitáveis e as antigas viagens passaram a ser belíssimos e repousantes passeios. Ainda na época da Sotelca, enquanto ela estava implantando suas linhas de transmissão elétrica, surgiram várias dificuldades, uma delas era a travessia dos aparados da serra na distancia mais curta possível em relação à usina. Participando intensamente provocou a abertura do Passo do Corvo Branco. Obra de grande arrojo e precisão. Dele faz parte impressionante corte de oitenta metros de altura de parede no corte da rocha (equivale a um edifício com 26 andares sem contar o térreo). Para visitar, o caminho é via Grão Pará, cidade desenvolvida, de pequeno porte, muito bem traçada com ruas largas, boas casas, limpa que lhe confere aspecto agradável de extrema simpatia. Junto a ela um rio desce da montanha com leito pedregoso cheio de corredeiras, quedas d´água de pequena monta com harminico, belo e espumoso movimento enquanto serpenteia por entre as variações do relevo ascendente. Até lá, via Braço do Norte, a estrada é asfaltada, depois é piso de terra em boa conservação sem buraqueira ou bolsões de lama, transportando a gente para o tempo em que todos os caminhos eram assim. É maravilhoso subir a serra com moderada inclinação, apreciar as sucessivas mudanças da vegetação lateral, por vezes ainda marginada por capim limão ou cana cidreira (alias excelente tempero para peixes como recomenda a cozinha Tailandesa), a nossa frente, a força da natureza cresce. É necessário viver esta aproximação para poder sentir, cada qual com seu sentimento para descrever a própria emoção ao ver aquela parede imensa de pedra, aparentemente recortada com serra tico-tico para obter desenhos cuja magnitude de detalhes em caprichosa delicadeza a natureza logrou construir com seus cânions. Neste momento estamos ainda ladeados por campos e distante a poucos quilômetros, podemos apreciar a estrada desenhando seu zig-zag na parte inicial seguido por aquele imenso corte na rocha pura que mostra o quanto é grande a capacidade de trabalho do homem no uso da sua inteligência por mais ousado e difícil que seja seu projeto. A natureza ao colocar esta barreira, seguramente com tremendo terremoto onde a terra se fendeu subindo uma borda ou baixando a outra, gerou esta parede que em alguns pontos apresenta-se vertical com muitos metros de altura e ao tempo selecionou flora e a fauna acima e abaixo, mantendo neste intervalo a sua própria com plantas pitorescas com enormes folhas dentadas. Alcançado o planalto há um mirante que oferece uma belíssima visão que em dia claro permite ver até o mar e todo trabalho de escultura do relevo em frente. Ao buscar Urubici há a indicação para conhecer o morro da Igreja onde esta locada a estação da Sindacta que controla os vôos nacionais e internacionais desta região, além de ser o ponto mais alto do sul do Brasil tem um mirante que permite ver a curiosa e bela Pedra Furada produto da ação da erosão eólica importante no local e também ao longe o vazio criado pelo cânion do mesmo nome vizinho do cânion de Malacara. Existem deliciosas pousadas e interessantes restaurantes além do importante centro de criação de trutas (Truta Azul) onde se pode pescar e degustar este delicado petisco ou simplesmente comprar bolinho, file ou peixe inteiro. É possível comprar pequenos alevinos que podem ser engordados até no litoral em clima mais quente. Para aproveitar estas maravilhas pode sair de Tubarão ou Criciuma através de Braço do Norte e de Florianópolis através de Rancho Queimado, Anitápolis, Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna para atingir Grão Pará e depois o corte do Corvo Branco. Saia cedo, experimente o frio, aproveite todo o dia, tempo seco tem boa visibilidade, mas, não tem neve.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTIICA

Olhos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Na estrutura brasileira de formação e habilitação dos seus cidadãos, o Brasil conta com a participação dos órgãos de classe de cada profissão. Em comum acordo com o Ministério da Educação, Ministério da Saúde e seus órgãos de classe como Conselho Federal e Regionais de Medicina, Associação Médica Brasileira e suas filiadas, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no gozo dos direitos conferidos através dos convênios firmados e acreditação recebida, representa esta especialidade da medicina e para dotá-la com médicos capazes, tem sua estrutura de cursos de pós-graduação referendados. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a única no Brasil que possui estas prerrogativas, congrega os cirurgiões preparados para esta função e exercício da especialidade. No momento esta com suas atenções voltadas para a população leiga brasileira vitima de situações específicas como, câncer de pele, câncer de mama, acidentes mutilantes, mal - formação congênita etc. Passou a merecer o reconhecimento da sociedade, pelo grande sucesso obtido a partir do momento que incluiu em suas atividades as ações de características sociais como os mutirões que vem promovendo. A sua faceta dirigida à obtenção do belo com grande arsenal de técnicas e recursos para este fim é o que na realidade a fez conhecida, pois movia a curiosidade da população e revolucionava a atenção e ocupava os espaços da mídia. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ciente do seu poder e do acatamento que encontra entre seus sócios tem promovido missões humanitárias como eventos, realizados em todo território nacional com excelente repercussão deixando nela um grande rastro de benefícios. Para o ensino e treinamento da arte da cirurgia plástica são exigidos; o curso de medicina seguido do treinamento em cirurgia geral para depois iniciar o aprendizado da cirurgia plástica durante três anos em serviços reconhecidos e credenciados para esta finalidade. Com o rigor na formação de seus representantes e contando com o sentimento humanitário de cada um vem recuperando a posição de médico incluindo entre a própria classe. Sou feliz de já participar deste movimento de tão elevado sentido social e humano.

MUTIRÃO DOS ESCALPELADOS DO AMAPÁ

Ação Humanitária - Atendimento a pacientes escalpelados em Macapá. Dr Rodrigo d´Eça Neves Este material se refere à Ação Humanitária da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica iniciada na gestão do Dr Sebastião Guerra ( MG) e fortemente estimulada na gestão do Dr José Horacio Abudib ( RJ) atual presidente. O Departamento de Assistência Social coordenado pelos Dres Pedro Dejacir Martins (RS) e Luciano Chaves (DF) e com pós operatório muito bem conduzido pelo Dr Alexandre Lourinho. Quarenta profissionais voluntários entre professores e residentes, se apresentaram em Macapá, alguns ocupando até 12 horas do seu dia para este translado, Integraram dez equipes que em três dias operaram 47 pacientes vítimas de escalpe do couro cabeludo total ou parcial que em geral engloba também orelha e sobrancelha no arrancamento. O ribeirinho do rio Amazonas, principalmente na região do Pará e Amapá se envolve neste tipo de acidente. Toda mobilização ( escola, medico, super mercado, transporte de seus produtos, pesca, etc) é feita utilizando barcos (conhecidos por catraia) que são equipados com motor de centro que girando move uma hélice através de um eixo que cruza a parte posterior da embarcação. Estes elementos são cobertos por paneros (parte do assoalho), mas, no entendimento deles devem permanecer abertos para facilitar a retirada da eventual água que entra que aAo ser removida, em geral pelos passageiros, muitas deles mulheres crianças ou adultas, com cabelos longos e soltos que se enrolam no eixo e são violentamente tracionados com arrancamento do couro cabeludo parcial ou total quando engloba também orelhas e sobrancelha. No atendimento de emergência é realizado transplante de pele do próprio paciente. Se não existe sobra de couro cabeludo apenas a peruca deve resolver, se tem mantida alguma superfície com couro cabeludo, ele pode ser expandido e reduzir ou corrigir totalmente o problema com prótese de silicone com esta finalidade. Quando possível, decorridas poucas horas do acidente ele pode ser revascularizado com auxílio da microcirurgia permitindo o reimplante. Devido às condições em que lá ocorrem os acidentes e o tempo para mobilização do ofendido pode inviabilizar a cirurgia. Em abril lá estivemos para dar inicio ao tratamento utilizando expansores de pele ou mobilizações cutâneas que minimizaram inúmeros destes problemas ligados às pálpebras e retrações cicatriciais.. Retornamos agora em 8 e 9 de junho para examinar as pacientes operadas e determinar a condução do tratamento. Foi compensadora a manifestação de alegria, carinho e esperança que demonstraram estas pessoas que estão recebendo tratamento. Também ocorreu outro fato interessante pois várias pessoas que não haviam comparecido no primeiro chamamento se apresentaram com iguais problemas e que terão seu tratamento iniciado em momento oportuno. Retornaremos em final de agosto para completar alguns casos e dar seguimento a outros deles. Isto individualmente para cada médico é altamente compensador no que tange ao espírito desprendido no exercício da arte de curar. Com destas atividades a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica direcionando sua atenção ao escalpe, à reconstrução de mama, ao câncer de pele deseja trazer a público aquilo que a especialidade sempre realizou apesar de ser costumeiramente vista e apresentada pela sua faceta glamorosa que psicologicamente atua através da cirurgia dita estética que na verdade busca devolver a auto estima e realimentar a alma e devolvendo o prazer e amor pela vida. Esta ação não seria possível sem a participação do governo do estado do Amapá através de sua secretaria da saúde.

VIAGENS ENTRE FLORIANOPOLIS E TUBARÃO

Já comentamos a aventura que consistiam as viagens pela serra ligando Florianópolis com Tubarão. Todos os jovens que terminavam o ginásio e necessitavam ou desejassem evoluir nos estudos dependiam ou de Florianópolis ou de Porto Alegre. Para tanto aqueles que estudavam nesta época entre 1955 e 1965 viajavam para alcançar seus objetivos. Começava o período de sacrifícios, separação e afastamento de casa e afetos, para viver com estranhos de hábitos pessoais e costumes diferentes por exigências ou desleixo, numa pensão ou republica. Angustia, expectativa e medo diante do incerto futuro, eram os sentimentos de maior intensidade que recaiam sobre todos. O elo que os unia à origem era justamente a empresa Santo Anjo da Guarda que disputava espaço com a também empresa de ônibus chamada Catarinense. Todo carinho era dirigido à empresa que representava a nossa casa com a qual podíamos interagir e fazer especial intercambio como se fosse um correio particular que levava e trazia encomendas, mesada, medicamentos cartas e bilhetes. Fazendo parte da vida de todos que circulavam para estudar, dependiam e confiavam nela. Em suas viagens muitas coisas raras aconteciam em geral cercadas de bom humor, pois as normais se perderam no tempo. Os ônibus não eram tão grandes tinham a cabine e o cofre do motor lançado na frente depois é que criaram o gostosão cuja cabine avançou englobando o motor ficando quadrado na frente, Entre os bancos foram mantidas as tiras de couro para passageiros extras, mas, quando lotava alguns eram colocados sobre o teto junto com as bagagens com as pernas pendentes nas laterais. Os carros seguiam devagar em razão da baixa potencia dos motores e da qualidade do piso das estradas. Numa das viagens ficamos todos constrangidos com um caixão de defunto colocado entre as malas, mas, de qualquer forma separado de nós. Lotou o ônibus e o passageiro foi convidado a embarcar com as bagagens no teto. Ao iniciar a chuva ele não teve dúvidas alojou-se dentro do sarcófago e não tardou para que outros passageiros fossem também ali acomodados. Num dado momento por curiosidade o ocupante do ataúde levantou a tampa e de dentro perguntou se havia acabado a chuva. Não precisa dizer que com a pouca velocidade não sobrou ninguém, pois saltaram gritando em pleno movimento. Sem saber o que passava o motorista parou e foi conferir a causa da agitação. Noutra feita, ônibus lento, curva após curva, poeira, pessoas não acostumadas, sobrevinha o enjôo. E foi assim que uma senhora pediu rapidamente que a janela fosse aberta e lançou todo o lanche da última parada. Logo em seguida após insistente suplica o motorista parou o veiculo. Parados, todos foram em grupos procurar algo perdido uma vez achada e devidamente limpa a dentadura voltou a compor novamente o sorriso da felizarda que a todos agradecia. A viagem seguiu sem outro percalço.

TAINHA ELA MERECE

rodrigodeca@gmail.com Vale a pena repetir. Tainha é o nome genérico dado aos peixes da família dos mugilídeos que reúne 80 espécies divididas em 17 gêneros distribuídos em mares das regiões temperadas, foz de rios, lagoas e até em água doce. A que ocorre na costa brasileira tem o nome de “Mugil Cephalus”. É chamada de mugem, fataça ( Portugal), tainha ( Brasil), mulet ou muge (França). Diante de discussões no mundo científico que se ocupa destes nomes, em 1960 classificou de perciforme. É conhecida a sua participação na alimentação humana através de relatos oriundos do Império Romano que dão conta do seu consumo em todo Mediterrâneo. Esta chegando a temporada outra vez. A espera é angustiante e os pescadores se organizam nas praias, remendam as redes, verificam as chumbadas, reforçam os nos e aducham os cabos. Revisam as embarcações em todos os detalhes e renovam a pintura. São construídos ranchos sobre a praia onde estes aventureiros permanecem em constante plantão durante a temporada. O olheiro em geral mais velho, mas, grande conhecedor da superfície do mar, logra visualizar o cardume que se aproxima e faz o corso ao longo da praia. Este é o momento de se realizar o cerco. Esta forma de pescar tem gerado polemica pois alguns chamam de “lance” e outros chamam de “lanço”, é uma discussão interessante de gramática buscando a origem do termo. De qualquer forma, as canoas são retiradas dos cofres, na sua maioria centenárias, mesmo porque hoje o garapuvu, árvore com a qual se as fazem, já não pode mais ser derrubada. É uma planta interessante que floresce abundantemente com flores amarelas e colore as matas com suas copas exuberantes. Produz uma vagem com uma semente achatada dentro. Amadurece, seca e abre, largando ao vento um envelope que viaja longe girando freneticamente até tocar o solo de onde sai uma baga achatada e ovóide. Esta baga é largamente usada em artesanato até mesmo como ficha de jogo. As crianças se divertem esfregando-a no chão e tocando no amigo que leva susto com a temperatura que ela alcança e retém. As embarcações são batizadas com nomes variando entre o afetivo familiar, homenagem ou pilheria. Tem uma tripulação de sete pessoas com quatro remadores, dois manobrando a rede um pelo cabo (corda) e outro pela chumbada e o sétimo geralmente o proprietário da “emenda”, que governa e dirige o barco com pequeno remo e com grito próprios determina os passos do arrastão. Na temporada da tainha tudo se transforma. A produção é limitada à praia, sofrendo competição dos barcos de pesca profissionais, equipados com instrumental que leva grande vantagem sobre os artesanais. Talvez não tenha outra pesca de temporada mais importante é tão esperada como esta, pela fartura, seu produto gera um incremento na economia do pescador que permite regularizar seus compromissos. Desconheço se o papel que representa na nossa região se repete de maneira tão intensa em outros lugares. O aspecto social é muito grande com interferência em todos os setores e camadas sociais do litoral catarinense onde ela é pescada. Em todo trajeto há a desova com a conseqüente fecundação dos ovos e proliferação. Em locais favoráveis os pescadores as apreendem com suas tarrafas muito bem manejadas que são atiradas, se abrem e afundam na água criando movimento de dança como um balé repleto de graça, cadencia e harmonia. Elas quando aqui cruzam, estão gordas em torno de dois quilos com ovas e outras mais magras porque já desovaram. Existem tainhas que se desenvolvem retidas em águas locais, não tem o mesmo sabor e são rejeitadas porque não são do corso. Após a descoberta que a fruta da aroeira é a pimenta rosa do Frances passamos a governar a tainha, preparamos a farofa com as ovas e após salgar cobrimos seu corpo com maionese e sementes de aroeira, levamos ao forno e deixamos a assar até ficar dourada sem secar. Em Florianópolis é uma honra conseguir comer tainha do primeiro arrastão e a pergunta que se faz é a seguinte – Já comestes a tua tainha? O forte cheiro que exala ao ser frita ou assada denuncia seu consumo em todos os cantos da cidade. A população se mostra alegre porque a tainha chegou. Referência- Dados técnicos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tainha

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Novas visões da pele

Novas visões da pele

A pele como deixamos por relatar, é um órgão complexo e definido.
Em análises de laboratório foi possível demonstrar que em nosso epitélio existem muitos elementos.
Para um homem com peso de 70k e 1,70m de altura, a pele pesa 4 quilos e tem o volume de 4 litros. Em 1 centímetro cúbico de pele existe 1 metro de vasos sanguíneos (veias e artérias), 6.000.000 de células, 100 glândulas sudoríparas, 4 metros de nervos, 15 glândulas sebáceas, 5 folículos pilosos e 5000 de corpúsculos sensitivos, desta maneira fica evidente que a função sensitiva da pele é muito desenvolvida. Temos corpúsculos para cada função sensitiva entre tato, calor, frio, etc. a única sensação que se vale de todos alem dos seus é a dor.
Dor é o maior sinal de alerta e defesa que homens e animais têm, pois defende das agressões do meio ambiente, educa auxiliando no condicionamento, produz medo e evita acidentes. Sem dor a pessoa pode tocar numa panela quente, queimar a mão sem perceber. Queimaduras simples como a solar produzem dor e reagem estimulando a produção de melanina que provoca manchas na pele como aquelas que aparecem nas mãos das pessoas que dirigem seus carros sem proteção de luvas ou filtro solar.
O sistema nervoso com seus ramos e terminações percebem frio e calor. Nas condições de frio utilizamos roupa de lã que aquece ao criar uma camada isolante de ar entre o corpo e o ar frio que circunda impedindo a perda de temperatura. Os vasos sofrem contração diminuindo seu calibre para evitar a dispersão de calor denunciada pela palidez.
Diante do calor os vasos da pele sofrem dilatação e provocam vermelhidão tanto maior quanto maior for a concentração de vasos. Assim a temperatura é dissipada com auxilio da evaporação do suor que rouba calor, este é um dos mecanismos de compensação e controle. A temperatura do corpo aumenta por fatores externos como o calor do dia ausência de vento e por fatores internos como exercício, emoção e ingestão de líquidos aquecidos ou álcool.
O tato é o sentido responsável pela intensidade do relacionamento entre corpos assim como pela definição da característica dos objetos através da textura, arestas e superfícies, condições que informam pés e mãos e orientam os deficientes visuais.
A degeneração produzida pelos raios ultravioleta A e B é cumulativa somando o tempo de exposição com a intensidade da fonte energética e o malefício tarda, mas, não deixa de aparecer em geral na idade madura.
Costumamos dizer que o abuso do sol na juventude é o câncer de pele da maturidade.
O homem ao longo dos anos instituiu a pintura da pele como adorno associado à utensílios na cabeça como cocar e depois o chapéu. Entre os índios as pinturas serviam para gerar uma imagem feia com intenção de amedrontar o adversário e de certa forma repelir insetos uma vez que atua também como filtro e repelente. O habito de utilizar protetor solar com aplicação renovada varias vezes ao dia aumenta enormemente a proteção, reduzindo as alterações e a degeneração da pele.
Na sociedade a pintura da pele serve para encobrir defeitos de forma ou cor e realçar os traços mais belos ou assim considerados.
A indústria cosmética se vale muito deste costume entre os povos criando sempre novos produtos contendo novas ilusões. O sabonete nos preocupa, com eles as pessoas removem toda gordura natural e como conseqüência a pele fica ressequida, para diminuir esta conseqüência foram criados, cremes hidratantes, pomadas, loções que são ricos em gordura sem água.
A população brasileira que acredita mais nos produtos importados, elege e completa sua penteadeira ou bolsa de maquiagem valendo-se de marca, preço, modismo, conselho de amigos e outras crenças sem saber exatamente que drogas os compõem e nem a sua capacidade de cumprir o prometido nos rótulos ou bulas.
Passado algum tempo, abandona o cosmético em uso sem valorizar o benefício não obtido, em direção às novas promessas dos novos lançamentos.
Se pelo menos cuidarem do excesso de exposição ao sol, principalmente em horário desfavorável, então este escrito cumpriu seu papel.

Papel social do vinho

O vinho tem forte papel social. A qualidade do vinho esta ligada ao espaço social onde ele esta inserido seja nas citações históricas e ou religiosas. Se a platéia é amante do vinho do tipo garrafão, sem demérito para ele, este será o vinho ideal para ela. Geralmente adocicado, rotulado de vinho de mesa suave, sem uva dominante declarada gera um vinho quando tinto de cor intensa (que pinta o copo), com forte aroma e sabor de uva qualificando-o como frutado. O teor alcoólico geralmente é baixo com vida curta e a acidez elevada que favorece a conservação mais prolongada. Há um fato interessante relacionado com este produto, foi ele que manteve economicamente viva a indústria brasileira de vinho, mesmo competindo com os chamados “vinho fino” que eram importados com amantes abonados que deles se serviam. O termo vinho é exclusivo da bebida que resulta da fermentação de uva. Toda fruta com maior ou menor teor de açúcar que permita fermentação alcoólica produz um mosto que tem condições de evoluir para vinagre como maça, frutas vermelhas, uva e suco de cana. Quando a fruta não é uva do seu fermentado o que resulta não é vinho ainda que as vezes sejam chamados de vinho de laranja, de maçã, etc, na verdade estão mais próximos da cerveja do que do vinho. Todo vinho tem um processo de apuração de suas qualidades que envolvem um tempo, depois da decantação em tonel inoxidável, para merecido repouso em tonel de madeira ( carvalho europeu de preferência) onde vai respirar e ganhar características próprias da uva dominante e da madeira. Depois quando bem nascido, são envasados em tipos variados de recipientes para seguir o tratamento que apura e modifica suas qualidades organolépticas de cor, corpo, sabor, aroma e outros predicados. Permitem bons vinhos as uvas européias como, cabernet sauvignon, merlot, bogonha, carminére, malbec, pinot noir, Saint Emilion tinta, shiraz, barbera, tannat, toruga, tempranillo,etc, para vinho tinto e carbenet franc, chardonnay, chablis, sauterne, Saint Emilion branca, moscato, riesling, etc, para vinho branco. As uvas norte americanas e as canadenses não são venéficas, são catalogadas como de mesa. Em geral elas são as mesmas que recebem nomes diferentes nos vários países produtores, assim acontece quando são chamadas em francês, português, italiano ou outra língua. Cada região da terra tem seu solo com características particulares produzindo a mesma uva e vinhos com características particulares diversas. No Brasil o solo é ácido e sua vocação é para produzir espumantes de boa qualidade enquanto o vinho obtido é apenas bom. Quando tem que interferir na elaboração para obter melhor qualidade, o custo de produção será maior, encarecendo o produto final sem contudo lhe dar qualidade ideal. Historicamente há um fato interessante relacionado ao vinho e ao ovo. A clara batida agrega partículas em suspensão e as precipita, facilitando a decantação. Este processo e o material utilizado geraram o verbo clarear e o adjetivo claro e daí sinônimo de limpidez. O vinho armazenado pode, ao envelhecer, depositar partículas ao longo da garrafa deitada, esta condição não o desqualifica e consiste na borra. Temperatura constante em lugar ventilado e seco, sem trepidação, pouca luz e silencioso é o ambiente ideal para guardar deitadas as garrafas. Ao momento de servir os movimentos devem ser lentos, sem agitar a garrafa e transportar na mesma posição em que estava armazenada. Não é feio deixar os acúmulos ásperos que estejam sobre a garrafa em sua superfície externa. Eles não devem ser removidos, pois na tentativa de devolver brilho à garrafa o liquido é mobilizado e levanta o deposito, turvando o conteúdo. Cada tipo de vinho tem sua temperatura ideal e nenhuma bebida deve ser ingerida muito gelada, pois anestesia a língua e impede a degustação. Os vinhos tintos são muito generosos em aroma e sabor melhor percebidos em temperatura ambiente ou levemente refrescados, jamais gelados. Em lugares frios as garrafas são colocadas junto à lareira para aquecer e beirar os dezoito graus de temperatura que é a ideal para os tintos Em geral o bom vinho tem custo mais elevado e pode se tornar inacessível, assim mesmo sempre terá um com preço compatível. Como conclusão prática apesar de toda teoria, o melhor vinho é aquele que você gosta e que cabe no seu bolso.

Continuando com o vinho

Continuando sobre vinho O vinho diante da nobreza de sua origem e qualidades desenvolveu todo um arsenal de materiais para corresponder à sua produção e consumo. Tonéis e barris inicialmente em madeira e delas o carvalho europeu possui qualidades químicas em sua seiva que interfere no sabor do vinho em seu envelhecimento. Hoje os tonéis de fermentação são construídos com aço inoxidável com temperatura controlada para depois sem contato com o ar transferir para os barris de madeira. Ao final do tempo quando o mosto o permite é mantido estacionado até atingir o auge de sua evolução para ser engarrafado e colocado no mercado. Dependendo da qualidade do vinho os envases são de características diferentes. Algumas em caixa de papelão aluminizado, garrafões de vidro ou plástico para finalizar em garrafas de paredes espessas, gargalo longo e fundo côncavo geralmente de cor verde e transparente quando o vinho é de melhor qualidade. O vinho como toda bebida viva, continua sua fermentação dentro da garrafa Toda bebida viva que permite conservação sofre com ação da luz alterando sabor e cor e isto exige cuidado para armazenar. O vinho exige repouso sem grandes movimentações e quanto maior for o silencio melhor. A temperatura interfere e altera intensamente o sabor e o torna decrepto com muitas partículas em suspensão sem possibilidade de consumo. Uma experiência interessante foi desenvolvida por Portugal que lastreou várias caravelas com vinho de maneira que ao viajar no mar ele sofreria movimentação continuada e cruzava temperaturas diferentes e no final da viajem era submetido as devidas analises, estes vinhos ficaram conhecidos como “vinho sem rumo”. Ao entrar como a alma do jantar disputa espaço com o prato principal, mas, deve proporcionar equilibrio de maneira que o sabor da comida não encubra as sensações do vinho nem este supere os predicados do alimento. Pratos de sabores delicados exigem vinhos de características igualmente delicadas quando o prato é de sabor marcante exige então vinho encorpado com personalidade definida para respeitar a pretendida harmonia. Para Winston Churchill não há hora para beber nem tipo de comida que não seja bem acompanhada por champanhe. Temos delas três tipos divididos segundo teor de açúcar que a deixa doce, meio doce ou seca e em condições especiais temos a extra-seca que talvez seja a mais apreciada. Os espumantes brasileiros gozam de maior prestígio que seus vinhos entre os apreciadores de todo o mundo. O solo brasileiro, principalmente na região onde mais se produz uvas é no sul próximo do litoral onde o granito predomina e com ele a acidez, o interior onde o basalto é abundante e predomina o solo é menos ácido. Dos vinhos brancos dos mais apreciados são os de uva chardonay e chablis. Entre nós o vinho branco se tornou popular com os vinhos alemães que predominavam os da uva riesling de pouca personalidade. Dos tintos os mais vibrantes tem sido os das uvas malbec e carminère seguido pela pinot noir, cabernet sauvignon e merlot. As mesmas uvas recebem nomes diferentes em vários países. Num jantar, se ajudar, calcula-se a quantidade de vinho necessária para servir durante o jantar aplicando a equação : “n-1”, ou seja, a quantidade de garrafas será igual ao numero pessoas convidadas menos um. Isto alcança para servir durante o jantar, se servir antes ou continuar após a refeição, esta previsão fica prejudicada e perde seu valor. Hoje já estão suficientemente conhecidos os cálices específicos para cada tipo de vinho, água, na verdade para cada tipo de bebida tem um copo ideal. Utilizando o computador, pesquisar no site “Calici da degustazione” ou simplesmente pedindo “cálice de vinho”, permite apreciar grande quantidade de tipos e modelos. Os ideais são aqueles que têm haste longa, pé amplo e copa bojuda com a boca mais estreita. Seguram-se na haste para não tocar na copa, pois produz alteração da temperatura e a suja com gordura da mão. A boca é estreita e não é deselegante aproximar bem do nariz para perceber melhor e identificar os aromas que são muitos. O importante é que sejam de cristal, com paredes finas, transparentes sem desenhos ou pinturas, elevam o sabor e permitem boa análise da cor, brilho, reconhecer seu aroma e aproveitar a degustação. Voltaremos ao assunto falando sobre os aspectos médicos ligados ao vinho.

Mutirão dos escalpelados

Mutirão dos escalpelados Chamamento feito e aceitação incontinente, não fosse pelo entusiasmo que tenho por este tipo de atividade médica que sempre invejei quando ouvia as notícias sobre os médicos sem fronteira, que voluntariamente se dispunham a abandonar todas suas atividades e ir em grupo atender as necessidades de alguma gente onde ela estivesse. Sob este sentimento já estivemos na Palestina para operar crianças com lesões produzidas por explosão de minas das guerras na região, atendemos solicitações para operar lábio leporino e palato aberto no Ceará, Mato Grosso, Goiania, além de realizar, em Florianópolis, movimentos com o mesmo espírito, mirando câncer de pele, reconstrução de mamas. Na região amazônica, não tem estradas, toda mobilização é feita utilizando barcos. Recentemente, estivemos em Macapá para operar pessoas que tiveram seus cabelos e couro cabeludo arrancados pelo eixo dos barcos onde viajavam. Nestes barcos vão às compras, saem para vender seus produtos de extração (borracha, açaí etc), peles, peixes e fazer sua economia. As crianças vão à escola diariamente em viagens de ida e volta. Os barcos onde mais comumente ocorrem os acidentes são chamados de catraia. Têm em torno de doze metros de comprimento por 1,5 metro, são rasos, com pouca borda e, por consequência, o forro é bastante elevado, com pouca profundidade. Ao navegar, os passageiros se mobilizam com quedas, ou auxiliam na retirada de água. Ao abaixarem seus cabelos, enrolam no eixo que, com movimento firme, arranca o couro cabeludo. Pensamos: por que deixam cabelos soltos? Não há como, todo o tempo, cuidar destes detalhes. O povo, por sua vez, tem predominância de cabelos lisos e os usam longos como critério de beleza, o que facilita o infortúnio. Tudo, barco, seu uso, descuidos fazem parte da cultura local, que vem sofrendo interferência dos órgãos competentes com educação continuada da população nas escolas e campanhas. O número de casos vem diminuindo, o Amapá relata com orgulho que, neste ano, não aconteceu nenhum acidente desta natureza. Acontece que o problema é endêmico de toda Amazônia, onde está reduzindo o número, mas demorará a desaparecer. Entretanto, as pessoas que já sofreram o escalpo têm os defeitos constituídos necessitando de tratamento. Nossa experiência anterior era com acidentes ocorridos aqui mesmo em Santa Catarina, onde o agente causador eram os engenhos de farinha movidos por bois ou roda d´água onde no seu interior existiam polias e correias que giravam todo o tempo em altura suficiente para que pessoas de estatura não muito avantajadas caminhassem livremente. Na hora da atividade, esta movimentação gerava uma circulação do ar com sucção ascendente e as mulheres tinham seus cabelos longos e soltos aspirados por esta corrente de ar com o mesmo destino e consequente arrancamento. O tratamento se resumia ao transplante livre de pele, obtido em outros locais do corpo que vestia satisfatoriamente toda a área cobrindo os ossos do crânio, mas não lhes podia devolver os cabelos. Na época, apenas a peruca melhorava o aspecto e algumas apenas usavam um lenço na cabeça. Esta ainda é a conduta no local onde fomos atender os atingidos. Hoje contamos com uma prótese de silicone que consiste numa bolsa que é inflada lentamente e distende o couro cabeludo, permitindo dobrar sua extensão e cobrir boa ou toda porção perdida, melhorando enormemente o aspecto final. Outro segmento muito atingido é a sobrancelha, que é incluída na área perdida junto com as orelhas, parcial ou totalmente. A ação é limitada na medida em que a lesão é mais extensa e impede um tratamento efetivo, entretanto, se as sobrancelhas estão presentes e as pálpebras não tracionadas para a testa, a peruca permite a cobertura mais natural. Tivemos a felicidade de poder, durante três dias, participar das cirurgias realizadas em 52 pacientes que necessitavam de cuidados variados, todos ligados ao escalpe. Realizados estes procedimentos, nosso retorno é necessário para organizar o tratamento com enchimento dos expansores até princípios de setembro, quando serão finalizadas as expansões, permitindo a migração do couro cabeludo. Apesar de longa viagem, as funções compensadoras e as atrações locais como o “Marco Zero” sobre a linha por onde passa o Equador, conhecer os costumes dos ribeirinhos, sentir o espírito brasileiro quando o estádio é construído, de forma tal que cada campo fica num hemisfério e tem o nome de “Zerão”. Sem a participação do governo do Estado do Amapá, esta movimentação não poderia acontecer. Jornal – Diario do Sul – seção colunistas – dia da semana quinta feira cidade: Tubarão, S.C.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O vinho 2

O vinho como já vimos é um produto que nasce naturalmente da fermentação dos açucares de frutas. Quando seu índice de frutose (açúcar) é baixo não existe a transformação em álcool na concentração ideal. A correção deste índice com açúcar de cana (sacarose) produz reação contaminada com alto índice de metanol além do etanol o que desqualifica o vinho. O ideal é quando o tempo se apresenta seco, com baixo índice de precipitação e sol abundante, pois o grão químico da uva amadurece concentrando suas qualidades com nível de frutose elevado favorecendo a fermentação. As regiões da terra onde chove pouco e tem nas proximidades formação de gelo no alto das montanhas é abençoado. Ao derreter, a água se distribui infiltrando o sub-solo e atingindo as raízes das parreiras na profundidade deixando a superfície seca e ensolarada que como conseqüência exacerba as propriedades das uvas para o vinho. Isto acontece e beneficia o Chile e a Argentina junto aos Andes que produzem suas uvas no altiplano andino próximo a 700 metros de altitude com umidade profunda farta e sol abundante na superfície. A mesma casta de uva varia segundo a região alterando seu potencial e sua vocação pelo tipo de solo conhecido por “Terroir”. Existem solos mais ácidos e solos menos ácidos estas características são transferidas para o grão químico (uva) que vai produzir bebida mais ácida ou menos ácida com níveis diferentes de teor alcoólico. Por esta razão o vinho verde produzido em Portugal é muito difícil de ser obtido em outra região que seja diferente daquela lusitana. O tipo de uva pelo seu conteúdo líquido, polpa e casca definem cor, sabor, aroma, etc, qualidades organolépticas desta tão nobre e cultuada bebida. Por exemplo, na fermentação afastando a casca escura da uva tinta (no caso “pinot noir”) o vinho resultante será branco e o champagne é o seu exemplar mais representativo. Todas estas qualidades permitem que o vinho seja armazenado por maior e menor tempo, processo que depende do teor de álcool, corpo e nível de açúcar. Em média, o vinho tinto, resiste com boa qualidade até três anos enquanto os brancos sobrevivem bem durante 2 anos. Alguns de grande qualidade resistem mais tempo como o Porto pelo nível de álcool e o mais doce como o Sauterne chegam a alcançar até 70 anos de idade. Os vinhos brancos em geral são claros com cor amarelo/ esverdeada, embora existam alguns quando muito amarelos estão velhos ou vencidos. Os tintos modificam sua cor para bordô escuro, turvo com as bordas alaranjadas de sabor agressivo, conhecidos como maderizado ou decreptos. Na antiguidade usavam ânforas de barro que armazenavam por tempo não muito prolongado utilizando até azeite para impedir o contato com o ar e oxidação. Hoje muitos são os recipientes construídos com madeira (tonéis, bordalesas, barris) onde a madeira interage interferindo nas qualidades organolépticas do vinho ao permanecerem estacionados por algum tempo antes de serem transferidos para garrafas. Estes envases tem formas variadas guardando detalhes como gargalo longo para receber uma rolha longa e fundo deprimido para suportar pressões e indicam qualidade do produto que armazenam. Na busca de isolar o néctar do ar e evitar a oxidação muitos materiais são utilizados, as primeiras rolhas foram elaboradas utilizando a cortiça. Muitas árvores ou arbustos produzem a casca com espessura suficiente para recortar as rolhas que conhecemos. O sobreiro é abundante em Portugal na região do Alentejo e serras de Algarvias, é a árvore de cuja casca se retiram a cortiça. Da casca que tem cerca de três centímetros de espessura são cortadas tiras que variam de 2 a 6 cm de largura e os tampões são produzidas em cortes cilíndricos paralelos ao espaço entre suas faces externa e interna e determina assim o tamanho da rolha. Quanto mais longa a rolha melhor a conservação do vinho. Outros materiais estão sendo utilizados com a mesma finalidade desde aglomerados de cortiça, borracha, plástico, silicone, etc cada qual com suas características particulares. As garrafas devem permanecer em ambiente escuro, deitadas para manter as rolhas de cortiça úmidas e inchadas impedindo o contato do vinho com o ar. Mantido o tempo certo, conservado em local tranqüilo, silencioso, sem vibração ou variação brusca de temperatura, Baco permitirá uma bela degustação.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Serras Catarinenses

As serras catarinenses
Da região de Passo de Torres/Praia Grande até a serra de Corupá que leva a São Bento do Sul, vimos observando as belezas e riquezas naturais que integram a serra catarinense.
Guardando uma distancia entre o mar e a montanha em torno de sessenta quilômetros no sul que reduz a medida que alcança o norte do estado. As montanhas que se acercam ao mar tornam nossa costa recortada com lindas praias. As serras na verdade foram colonizadas por pessoas que se utilizavam na sua origem de aparelhos industriais ou industrializados. Conheciam o vapor e a hidráulica. Sem nenhuma proteção, foram distribuídos pelas nossas montanhas e de uma ou outra forma se auto- abasteceram. Montaram seus martelos, machados, tafonas e engenhos hidráulicos, movidos à água, ingressaram na metalúrgica e fizeram seus utensílios de marcenaria, carpintaria, alambiques, atuaram na indústria de vinho que decaiu depois da peste da filoxera. O tempo passou e o relevo acidentado sempre dificultou a integração entre os habitantes deste território. A maior riqueza na verdade é a obra da natureza que dotou a região com as mais variadas condições, como os aparados, cânions, encostas, pedras e matas. Os rios que dela nascem tem tamanhos e volumes de intermediários a pequenos, com águas claras correndo entre pedras formando grande numero de lindas cachoeiras.
O primeiro é o rio Mampituba (do guarani que significa corrente de água dentro d’água) que nos separa do Rio Grande do Sul junto ao litoral e se origina nas encostas e no cânion Taimbezinho o maior de todos e corre dentro de um alagado.
Os Aparados da Serra coletam água da umidade do ar que vem do mar e dos banhados que se formam na parte do altiplano onde nas zonas de nevoeiros esta suspensão se deposita.
Em linha quase reta esta formação segue em direção norte de Torres ate Timbé do Sul. Em cada corrida de água a erosão forma os vários cânions que lá existem sendo o mais conhecido aquele que recebe o nome de Taimbezinho em que a parte do leito na profundidade é Santa Catarina e a borda no planalto é no Rio Grande do Sul.
As montanhas mudam sua direção para leste e se dirigem assim até próximo a Lauro Muller onde retornam ao rumo norte.
Nesta altura temos uma grande obra em concreto que é a travessia dos aparados pela Serra do Rio do Rastro que se dirige a São Joaquim e todo planalto com altitude acima de 1200 m.
Em todo este trecho descrito da nossa geografia se existisse uma estrada asfaltada do tipo vicinal que permita transito local sem necessitar das características de grandes rodovias, iguais àquelas pequenas que existem em toda Europa.
Este recurso permitirá às pessoas criarem seus aproveitamentos como restaurantes, pousadas, hotéis, artesanato, fabricas, organizações de recantos com suas cascatas, pequenos lagos, etc. Na altura de Grão Pará a estrada atual, de barro, se dirige para oeste e ao aproximar das montanhas, onde belo trabalho de engenharia permite cruzar a serra do Corvo Branco por um corte abrupto na rocha com oitenta metros de altura em suas paredes e sinuoso segmento em difícil subida, para chegar ao planalto acima de 1500m.
Neste ponto estamos próximos ao Morro da Igreja, ponto mais alto do sul do país, com seus 2200m que alberga a estação da Sindacta e expõe uma rara obra de arte da natureza que é a Pedra Furada. Logo alcançamos Urubici, produtor e beneficiador de madeira, nas atividades agrícolas dedica-se ao cultivo de maçãs, milho e subsistência. Abastece importantes mercados com suas trutas. Destacando-se na elaboração do único vinho do Brasil elaborado a partir de uva que já esteve congelada o “ice wine” alem de belo e disputado espumante da vila de Pericó.
Ao longo do restante da serra ate Rancho Queimado cruza por Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, Anitapolis que alem das jazidas de fosfato existem composições pitorescas da natureza com rios e cachoeiras de rara beleza que permitem as mais diversas possibilidades de uso, mas, faltam estradas.
A estrada poderia chamar-se no sul “Rota dos cânions” de Praia Grande ate Rancho Queimado, de Angelina ate Vigolo e Nova Trento pode ficar conhecida como a “Rota da Santa” e depois até São Bento do Sul a “ Rota do Progresso” ou em seu total como “ Rota da integração das montanhas ou serras Catarinenses”.
“Rota do Altiplano Catarinense”.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Divulgação médica

A Resolução CFM nº 1.974/2011

Divulgação Médica
Sem qualquer dúvida estamos além do tempo em que carroças chegavam às vilas divulgando suas poções e as vendiam prometendo inúmeras funções milagrosas que não aconteciam e nem ali estava mais o charlatão no momento desta constatação.
Mesclando as civilizações usos, costumes, drogas naturais, sintéticas e chás, os milagres cruzaram fronteiras.
Hoje envolvidos no interior desta Babel a população clama por seriedade e eficiência.
O médico por sua vez, muda seu comportamento segundo a tecnologia que o absorve e os recursos de que dispõe.
Isto não o torna diferente daqueles que manejavam suas carroças a não ser através de um código que orienta, coaduna convivência, e coordena o exercício do oficio e a ética.
No início quando eram apenas dois indivíduos foi estabelecido por eles a forma de coexistir, depois os filósofos estudaram-na, definiram e a denominaram de ética.
Assim como existe também é desrespeitada por alguns cujos motivos são os mesmos, avidez, orgulho e poder.
A necessidade de controlar a atividade medica fez com que se criasse a instituição e com ela o seu código de ética como mecanismo de regulação.
Enquanto o médico atendia seus pacientes e deles recebia seu sustento, havia razões e circunstancias para estreitar a relação médico/paciente.
Quando iniciaram as instituições o médico passou a ser funcionário com carga horária definida e controlada por terceiros, desaparecendo este elo e transformou o paciente em apenas usuário.
Neste momento o médico passou a prestar serviço e não mais a dedicação.
O paciente é mais um e o médico é mais outro.
Como há ainda a possibilidade do trabalho privado direto com o paciente que deseja esta situação, hoje regalia, o profissional vai à luta por maior divulgação de seu nome e de suas aptidões. Prepara um espaço sofisticado que aumenta seu custo, para tanto ele necessita utilizar as várias formas de divulgação que o cercam, para angariar clientes.
Primeiro faz seu cartão de visitas, material de propaganda depois seu consultório, contrata funcionário e profissional da mídia, pois vem a necessidade de pagar suas contas.
Neste momento se não tiver uma crença muito grande na responsabilidade da profissão que escolheu, apenas usufruirá das permissividades que ela proporciona.
Cada um opta por reger-se na mesma proporção em que a sua educação familiar o fez acreditar.
Para exercer este controle foi editado o Decreto nº 20.931 de 11 de Janeiro de 1932 e expedido pelo então presidente Getúlio Vargas com a intenção de orientar a atividade dos profissionais afetos à saúde.
Em dez anos o mesmo Getúlio Vargas com outro decreto Lei nº 4.113/42 ampliou a abrangência do anterior.
Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e pela Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, criam e conferem ao Conselho Federal de Medicina o direito de habilitar e legislar sobre o exercício da profissão.
Segue a promulgação da Resolução CFM 1036/80 substituída pela resolução n.1701/2003 com a mesma função de coordenar a atividade do médico. Em pouco tempo a globalização da mídia e o avanço nacional da tecnologia gerou a necessidade de evoluir e ocupar os espaços das normas vigentes sendo então criada a Comissão Nacional de Divulgação Medica ( Codame Federal) que em reunião em Florianópolis recebeu a incumbência de elaborar a nova resolução.
Após dois anos foi redigida a Resol. CFM 1974/2011, aprovada em sessão plenário do CFM em 14 de julho de 2011 e publicada no DOU em 19/08/2011 com a finalidade de atuar em assuntos de alcance nacional e elaborar esta resolução que entrará em vigor em 180 dias. A divulgação antecipada tem por finalidade permitir que todos tenhamos tempo para adaptar nossos impressos de consumo nas clínicas, hospitais ou consultório.
A resolução: Estabelece os critérios norteadores da propaganda em medicina, conceituando os anúncios, a divulgação de assuntos médicos, o sensacionalismo e as proibições referentes à matéria.
Entendendo que não há o impedimento de divulgar a medicina ou seu trabalho, acreditamos totalmente na necessidade do controle de abusos para evitar desmando e concorrência desleal. Já esta editado o manual de bolso com o nome “Regras para publicidade médica” apresentado junto com a discussão durante todo o dia 30 / 11 / 2011 item por item da resolução a vigorar a partir do dia 12 / 2 / 2012.
Concluo com a apresentação do parecer do Cons. José Abelardo Garcia de Meneses à CONSULTA CFM Nº 6.228/98 PC/CFM/Nº 63/1999 sobre o uso da internet que apesar de vigir naquele momento a resolução 1036/80, assim mesmo é atual e não é anulado com a atual.
Naquele momento o autor não via falta ética desde que o uso da internet seguisse os ditames do Código de Ética Médica e as resoluções pertinentes.