segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Caça as lebres

A lebre é um mamífero da família Leporidae pertencente ao gênero Lepus ou Promologus tímido e de olfato desenvolvido.
O macho recebe o nome de lebrão e a fêmea de lebre. Comumente é confundido com o coelho que também é um Logus. Caracteriza-se por apresentar pelagem parda com variações de tons entre dorso e ventre. Suas orelhas são mais avantajadas que as dos coelhos têm costume de perambularem à noite.
Roem tudo que encontram e reconhecem como alimento. Algumas plantações de grãos como amendoim são as preferidas. Para tanto cavam junto à planta e desenterram as nozes destruindo enormes áreas, pois agem em grupo. Adoram alface e outros produtos das hortas. A geografia da região sempre foi a responsável pela limitação deste animal confinado na região sul além do rio Mampituba, por um lado a praia e o mar, por outro a serra com as escarpas dos aparados da serra e seus cânions.
Na Australia elas foram levadas da Europa, entretanto sua proliferação por falta de predadores foi em proporções astronômicas constituindo-se em verdadeira praga e elas eram apreendidas com uso de redes nos campos.
Como curiosidade, registramos um fato interessante causado pelo progresso que interferiu alterando a fauna e a flora. Na região sul do estado a lebre apareceu, infestou e se estabeleceu, após cruzar o rio Mampituba através da ponte da BR 101.
Na cadeia animal a lebre e o coelho fazem parte da alimentação preferida de todos os carnívoros, razão pela qual a natureza dotou a espécie de agilidade e grande capacidade proliferativa que explica sua presença em numero significativo em toda região sul de Santa Catarina.
Como fato curioso foi observado que a lebre fêmea bate no macho para mostrar e estabelecer o momento ideal para proliferação.
Por se tratar de um bicho de grande volume atingindo de 4 a 5 quilos tem volumoso lombo com membros posteriores bem desenvolvidos, sua carne abundante é clara de sabor delicado apesar de rústico.
Toda região era rica em caça como marreca do mato, perdiz, codorna, por vezes cisne branco e toda fauna de banhado, hoje proibido e controlado.
Um dos animais era chamado de cujá ou ratão do banhado conhecida nos países que usam peles no vestuário com o nome de nutria. Esta caça tinha sua carne comercializada no mercado público de Tubarão e sua pele é que tinha valor e espaço no mercado paralelo.
A caça da lebre, hoje não sei, à época não era reprimida e possuía características muito particulares. O horário especial é após o pôr do sol e início da noite, de preferência em noites sem luar. Espingardas de calibre grosso e munição pesada são as indicadas.
Na carroceria de camionete ou jipe sem capota, munidos de faróis de carro que permitiam iluminar a sua volta e encontrar a lebre, quando manejados com maestria. As lebres são pardas e conseguem atingir a velocidade em torno de 55 km/hora. Quem atua como faroleiro varre as áreas com movimentos horizontais sem utilizar a arma, a equipe dividida em duas atuava à direita ou à esquerda buscando as lebres nos pastos ou gramados onde se aglomeravam ou eram mais freqüentes. Seus grandes olhos com amplas pupilas refletiam a luz de cor vermelha que as identificava pois em baixa altura não confunde com o cachorro que tem cor esverdeada.
Com o retorno já dentro da noite a limpeza do produto da caçada era realizada em seqüência assim como a partilha.
A minha cota não rendia muito tempo, pois os amigos sabendo do troféu se reuniam na minha casa e lá ele era comido assado. Na verdade acontecia reunir tanta gente que a cada um tocava um pequeno pedaço funcionando como aperitivo.
As peles eram abandonadas por apresentarem defeitos provocados pelos projeteis que as abateu.
Na culinária seu aproveitamento acompanha o modo de preparo igual aos coelhos.
Pelas características da carne e pela sua suavidade os temperos devem ser utilizados de maneira delicada na quantidade e qualidade.
Desta forma podemos assar em forno ou grelha ou cozer em molhos variados.
A forma mais requintada e rápida é um ensopado com bastante tomate, cebola, alho, e ao final acrescentar suco de laranja e vermute, engrossando com amido de milho ou farinha de trigo ou frita e banhada depois em molho de mostarda amarela.
Existem as sofisticadas terrines, mas, também é apreciável apenas frita ou ensopada com temperos comuns.

rodrigodeca@gmail.com

O pescoço

Pescoço

O pescoço é o segmento do corpo que apresenta grande mobilidade permitindo a rotação da cabeça em relação ao corpo.
Claro que segundo sua posição na escala zoológica e forma de vida de cada animal é determinado o formato e a existência ou não do pescoço.
Em algumas espécies, defesa, caça e alimentação, são desenvolvidas de tal maneira que dispensam o pescoço como no caso dos crocodilos, jacarés, lagartixas, peixes e certos insetos. Outros representam ser totalmente pescoço, como as cobras, enguias, vermes e minhocas ou depender muito deles como a girafa. Algumas aves logram rodar a cabeça para trás como as corujas, mas, com o homem não é assim, no máximo gira 180º sobre os ombros somando os movimentos para esquerda e para a direita. Os movimentos anterior e posterior são limitados pelo tórax. Movimentos próprios dos olhos e o ângulo de visão completam a nossa visão quase total da circunferência apesar de haver um espaço cego nas costas que para ver obriga girar o corpo.
Analisando o contorno do pescoço temos que dividir em quatro quadrantes em que os laterais são de superfícies semelhantes e diferentes o anterior e posterior. Em vista posterior encontramos um cilindro limitado pelo crânio coberto por pelo na parte alta e apenas pele na parte inferior com um sulco vertical no meio correspondendo às vértebras em suas projeções posteriores chamadas de processo espinhoso e ladeadas pela musculatura para-vertebral conhecido como nuca ou popularmente de cangote.
O segmento anterior é limitado acima pelo queixo (mento) e parte do bordo da mandíbula e abaixo pela junção das clavículas com o osso esterno que formam uma fosseta chamada fúrcula.
Tem no meio um sulco transversal paralelo ao trajeto da mandíbula que cruza o pescoço sobre o osso hióide limitando a sua porção horizontal que ocupa a parte alta e o Pomo de Adão que incorpora a fração vertical.
Lateralmente a ela podemos definir duas faixas salientes que ascendem inclinadas da clavícula até atrás das orelhas e correspondem aos músculos estenocleidomastoideos.
Ao engordar ocorre o apagamento do ângulo e aparece a famosa papada. Cobrindo estas estruturas há o platisma, músculo laminar que ocupa toda faixa antero-lateral do pescoço e que cai pendurado ao envelhecer formando duas bandas (pregas) verticais separadas que atinge do mento à fúrcula alem da papada.
Somente a cirurgia resolve estes problemas quando já estão instalados.
O tempo e a flacidez da pele são inexoráveis e aparecem as quedas de segmentos da face e rugas. Para tratar e reverter este quadro é necessário uma incisão que circunde a orelha e permita tratar o pescoço e a face. A intervenção a ser realizada deve melhorar o aspecto da pele, elevar as estruturas profundas da face e produzir o rejuvenescimento sem provocar estigmas deixando a pessoa operada com aspecto de bem dormida e não sem costeleta com o rosto esticado e a boca longa.
Para manter esta naturalidade o candidato não pode solicitar a remoção total das rugosidades, pois cairia na condição do artificialismo. A cirurgia deve exaltar os traços de beleza próprios do paciente sem modificar a sua fisionomia nem as expressões da mímica. Com relação à testa que antes exigia cirurgia com incisões no couro cabeludo e perda de cabelos, hoje os cirurgiões do mundo estão utilizando injeções de preenchimento e ou bloqueio muscular como a toxina botulínica.
Os músculos faciais atuam em antagonismo, isto é, um levanta e outro abaixa. Ao injetar o medicamento podemos bloquear total ou parcialmente um músculo enquanto o outro age e permite elevar, por exemplo, sobrancelha, canto da boca ou apagar as rugas da glabela e canto externo das pálpebras.
Nos grandes sulcos a injeção de ácido Hyaluronico produz excelentes benefícios com a vantagem do resultado não ser definitivo, mas, duradouro atingindo cerca de dois anos. O PMMA que é definitivo, quando utilizado em quantidade maior ou mal orientada pode produzir desastres sem correção que aparecem até 4 anos após. Estes materiais como, toxina botulínica que paralisa músculo, ácido hyalurônico e PMMA que preenchem sulcos ou fazem volume, devem ser aplicados por médico em razão das particularidades da droga e da anatomia da região cujo profundo conhecimento é indispensável.