terça-feira, 22 de setembro de 2009

Aquilino

Seu Aquilino era o chacareiro do meu avô.
Apesar de eu ter nascido na Maternidade Carlos Correa, morava em Tubarão.
Todo verão vínhamos passar o natal com meus avós e depois íamos para praia da Saudade onde ficava a sua chácara . Reunia tios, primos na maior liberdade possível.
Podíamos pescar siri de jereré, capturar cavalo marinho nos buracos da lama durante a maré baixa, tirar ostrinhas nas pedras e catar barata da pedra para pegar baiacu no trapiche do Sr Urila.
Trabalhava como chacareiro o Sr Aquilino, homem simples de poucos conhecimentos e extrema inocência que cuidava do espaço.
Ele e sua família utilizavam o mato dos fundos da propriedade para fazer suas necessidades fisiológicas, o que além de não ser bom habito comprometia sua criação de porco e galinhas. Um dia meu avô o chamou, elegeram o local, ficando combinado que ele abriria um buraco no chão enquanto seria providenciada a privada de madeira para não mais contaminar a vegetação.
Passada a semana, com o aparelho pronto para ser montado, foi verificado que o referido buraco era muito pequeno tendo sido feito com apenas 20x20x20cm, momento em que ocorreu o seguinte dialogo:
- Mas, seu Aquilino este buraco está muito pequeno!
- Num tá não, Dotô! - nós semos gente de pouco comer.