quinta-feira, 11 de abril de 2013

Recordação do aero clube de Tubarão



Aeroclube
O artigo que publicamos sobre o aero clube de Tubarão fazia parte das minhas lembranças desta entidade que a tantos reuniu.
O avião trazia emoções nas decolagens, aterrissagens e hoje a lembrança dele revive todas elas.
Ele permitia a todos visualizar um amplo horizonte e como já relatamos favoreceu a descoberta da Jaguaruna.
O hangar do aeroclube acomodava  o Teco-Teco, também conhecido por Paulistinha porque era fabricado em São Paulo e o nosso ostentava o registro nacional de PP- RDX , pintado em cor laranja com a cauda vermelho escuro.  Lá em razão de segurança eram guardadas as ferramentas de manutenção e algumas peças emergenciais.
A gasolina de extrema pureza e cor esverdeada com perfume muito agradável e delicado, embora eu não saiba qual a sua octanagem, sei que era muito potente para utilizar nos carros da época.
Os óleos respeitavam qualidades especiais para funções bem definidas, também específicas para aeroplanos.  Esta valiosa essência era guardada num galpão localizado no fundo do terreno da nossa casa nos altos da rua Coronel Cabral, ao lado do grupo Hercílio Luz em frente à agencia dos correios.
Talvez nenhum dos pilotos tenham sabido, mas, um dia obedecendo a astucia infantil ao redor dos meus seis anos encontrei um sapo destes cascudos branco e preto que tantos existiam em Tubarão.  Sobre ele coloquei álcool e ateei fogo, o pobre bicho saiu saltando como uma bola de fogo e se escondeu embaixo do abrigo dos combustíveis. Melhor que as chamas apagaram com rapidez e o sapo bomba continuou vivo e o rancho não explodiu.
Fiquei de castigo, sem pipoca e não fui a matiné do “Gordo e o Magro”  no cine Azul.  Depois foi inaugurado o novo cinema com o nome de São José anexo ao Hotel.
Algumas lembranças fragmentadas me passam pela cabeça de aventuras mal sucedidas, duas delas buscavam atingir Lages que já contava com campo de pouso.
O instrutor Milton foi subir a serra acompanhando o traçado da atual serra do Rio do Rastro e caiu logo acima na região conhecida como Campo dos Padres junto aos Aparados da Serra, numa localidade chamada Santa Barbara próximo à Vacas  Gordas  município de Urubici. Amarrou o avião e negociou com os moradores da região para que cuidassem até seu retorno  para buscara aeronave. Quando visitei este lugar anos depois constatei que até hoje esta história é cultuada e lembrada pelas pessoas da região e na conversa de galpão em torno do fogo de chão, fiquei surpreso pois, ali estavam vários daqueles que cuidaram do aeroplano e ajudaram no seu resgate.  Contaram que chegou o Dr Varela e pediu para fincar um cepo forte no chão. Percorreu o campo em direção ao despenhadeiro uma vez que era curto em estreita faixa ladeada de banhados.
Conferida a possibilidade, amarrou a bequilha do avião no cepo e orientou que daria um sinal na hora de cortar a amarra.  Checados combustível e comandos, acionou o motor que era manual rodando a hélice, deu muita velocidade e no limite da rotação foi cortada a corda e saiu, acabou a pista o avião teve uma queda no vazio da montanha,  ganhou sustentação e voou para Tubarão.  Solon Costa Neves e o instrutor também caíram na mesma região, o avião na verdade pousou sobre uma árvore e ele se preocupou em recolher o combustível que vazava de tão difícil que era obtê-lo. À época explicaram que ali nos aparados na região de Guatá as correntes ascendentes sofrem inversão repentinamente e os aviões pequenos sofrem sucção e são levados ao solo.
Motivado pela outra crônica recebi carta de onde vou extrair parte: “ Li, reli emocionado o AERO CLUBE DE TUBARÃO de sua autoria, no jornal Diário do Sul. Voltei no tempo, alcancei as décadas 1940 / 50 /60, revi amigos, revi colegas, voei bastante no inesquecível Teco Teco PP-RDX, fiz provas e recebi a CARTA E LICENÇA DE PILOTO DE AERONAVE DE RECREIO E DESPORTO.”
Cornelio Vieira Neves enviou uma linda e carinhosa carta recordando nossa meninice (eram 30 garotos e garotas) a quem ele acompanhou toda evolução como vizinho da mesma rua Ferreira Lima. Ainda fez acompanhar como mimo, um tesouro que ele me obsequiou como a foto emoldurada dos pilotos brevetados da época.
Foi a minha vez de ficar emocionado.

Aeroclube de Tubarão




Aeroclube de Tubarão
Após a guerra reinava o espírito militar. Era evidente a certeza da necessidade de preparar a população nas artes bélicas, ou seja, militarizar o povo e manter uma reserva preparada para a próxima guerra. Existiu a grande guerra de 1914, reativada 18 anos depois pela desavença e ambição de um homem que iniciou outra em 1939. Talvez seu causador tenha se sentido superior aos antecessores que, para sua região, poucas vantagens obtiveram.
Entre os outros países que participaram de batalhas mortíferas e sangrentas, houve massacres covardes como o de 7 de dezembro de 1941, contra a base naval americana de Pearl Harbor, no arquipélago do Havaí, fato que induziu aos EUA a entrarem na contenda. Atrás dele foram arrastados outros países, como o Brasil. A vingança americana foi consumada em Hiroshima e Nagasaki, com as bombas atômicas que talvez não tivessem sido lançadas fossem conhecidos os poderes destrutivos que elas possuíam. Mas deixou o mundo perplexo na ocasião e apreensivo com o futuro, pois em outra guerra este artefato, já de domínio de outras nações, pode determinar a morte da raça humana. Este medo é tanto maior quanto mais possa este conhecimento terminar em mãos fanáticas, que mantêm verdadeira tropa de “homens bombas” - suicidas religiosos que creem na salvação eterna obtida com este sacrifício que os levaria ao paraíso, da forma que acreditam existir. Dentro deste espírito tudo girava em torno da vitória em 1945, onde a moda era baseada em modelo de fardas ou simulando seu feitio. Os cabelos das mulheres eram penteados como os das atrizes americanas e os homens cortavam como os que usavam os militares. Nos crianças, usávamos o corte que deixava apenas o topetinho, como o Ronaldo Fenômeno utilizou na Copa de futebol no Oriente e os jovens usavam o tipo escovinha que chegou a alcançar o ator James Dean.
Nesta época, morávamos ao lado do Grupo Hercílio Luz, na rua Coronel Cabral e em frente ao Correio. Nosso terreno alcançava a rua São José, onde tinha o açougue do Seu Dorinho. O aeroclube ficava onde depois foi o campo do Grêmio Cidade Azul, com as cores azul e branco, que não subsistiu ao tempo, dando seu espaço à sede da Stan.
O caminho antigo seguia as seguintes ruas de hoje: r. Coronel Cabral, através da r. Ferreira Lima; r. São José até a r. Santos Dumont e através da qual em algumas quadras estava o campo do aeroclube, com seu campo de pouso e decolagem ladeado pelo hangar construído em madeira.
Era uma pista curta, de mais ou menos 300m, cercados por armações de arame, rodeada por pasto de gado, roças de milho e outros. Continuando ao leste, chega “nas Congonhas”, onde tinha um sambaqui e uma grande caieira queimando conchas para obter cal e rejeitava os ossos e instrumentos de pedras polidas, ou seja, ossos de índios, porque produziam uma cal de má qualidade. Entre o campo e o mar existia a lagoa da Manteiga, que os separava da praia.
Na cabeceira ocidental tinham duas laranjeiras que obrigavam os pilotos pousarem, tocando a bequilha na copa da segunda e alguns caíram tocando a copa da primeira. Da mesma forma a cabeceira oriental encostava numa plantação de milho e aqueles que esqueciam de abrir a torneirinha podiam fazer apenas as manobras iniciais de decolagem com a gasolina da tubulação do tanque ao motor e caíam na roça por falta de combustível.
O aeroclube era organizado com nomes como Milton, seu instrutor, Pacheco, Peri Camisão, Manoel Aguiar, Túlio Feuerschuette, Cornélio Neves, Solon Costa Neves e outros, reunindo significativo número de senhores da sociedade de Tubarão de 1945. O combustível especial era vendido em latas do tipo de querosene, guardadas na nossa casa num rancho de madeira no fundo do quintal, na rua coronel Cabral.
Avião um paulistinha, também conhecido como “Teco Teco”, feito com estrutura de finos canos de aço entremeada por madeira muito leve, do tipo pau balsa, recoberto com tecido Parabrisa em celuloide, comandos mínimos como alheiron, profundor, leme, flap, tubo de Pitot, bequilha, freio, pedais e mancho. No painel tinham alguns relógios, bússola, altímetro, marcador de nível por eles chamada de bolha, comando de contato elétrico, torneira de gasolina, tanque de gasolina com um estilete visível que marcava a quantidade de combustível restante.
A propulsão contava com motor de pistões radiados, hélice de madeira, com cerca de 40 cavalos de força, que não venciam o vento quando este soprava contrário ao rumo desejado. Ainda hoje, o “Teco Teco” é utilizado como avião escola em muitos aeroclubes do Brasil, e seus pilotos compõem o corpo de pilotos da reserva da aeronáutica.

Pasta al limoni



Massa ao Limoni com camarão


Massa ao limão

Ingredientes :

-100 ml de vinho branco seco ( eu uso Chardonay )
- 1 cebola média (ralada de preferência)
- Raspas de limão (Siciliano ou Taiti)
- Suco de 2 limões (siciliano de preferência)
- Creme de leite ( uma lata, dois pacotes pequenos
- Parmesão a gosto
- 1 pacote de Manteiga
- 500g de camarão de bom tamanho.
- 500g de massa tipo fettuccine (talharim largo, 1cm)
- 1 dente grande de alho
Pimenta do reino a gosto, se gostar.

Modo de preparar

1° - Repousar por minutos o camarão com pimenta do reino, suco de limão ou vinho,  fritar em parte da manteiga reservar separados o camarão e o caldo, salgar levemente
2° - Em outra panela refogar o alho amassado e picado e a cebola ralada, uma vez transparente acrescentar o suco de limão, as raspas da casca do limão,  o caldo da fritura e mais um pouco de do vinho, acrescentar o parmesão e o creme de leite mexendo até cozinhar e incorporar;
3°- Em outra panela cozinhar a massa ao dente com sal e óleo e escorrer.
Servir a Massa coberta  de camarão e molho de limão.

Vinho qual escolho?




Vamos escolher um vinho

Desejo transmitir neste texto alguns aspectos que possam auxiliar na seleção e compra de um vinho.
Este assunto é cercado de interpretações que dependem do conhecimento, conceitos, gosto e treinamento  de cada um.
Desejo colocar desta forma que tem aquele que apenas bebe sem qualquer curiosidade e retira do vinho apenas seu sabor genérico e o efeito do álcool. Para ele não importa o tipo de uva e nenhum outro elemento que os interessados valorizam, ao final queixa-se ou não de cefaléia durante o período de recuperação do excesso ingerido e suas conseqüências. Em geral optam por vinho suave daqueles de garrafão que tem sua acidez abrandada pelo açúcar.
Tem os que gostam de ouvir falar do tema, tirar suas conclusões corretas ou não, locupletando-se depois apenas com platéia que o escute. Dependendo do estágio etílico, emitem e defendem conceitos criados por eles, nem sempre correspondendo com os da enologia.
Assim existem conceitos mínimos a serem observados. Primeiro o prato que vai ser servido naquela refeição. Quando se fala em harmonização do vinho significa que nunca o sabor o vinho pode superar e encobrir o sabor da comida assim como o do prato servido não deve superar o do vinho oferecido.  Desta forma estaremos estabelecendo a harmonia entre o vinho e a comida. Como em geral os pescados exceto o bacalhau são de paladar delicado e o vinho deve ser branco por não apresentar muita personalidade  (bacalhau é com vinho verde que bem mais definido de sabor) enquanto os pratos elaborados com carne permitem vinho tinto até os de maior personalidade. Não é habito utilizar vinho adocicado salvo em condições especiais como o “sauterne” com “fois gras”.
Vinho branco ao ser produzido não tem contato com a casca o que os torna mais delicados, principalmente quando utilizadas uvas tintas para sua produção.
O vinho rose tem pouco contato com as cascas e se torna mais versátil podendo acompanhar carnes e pescados.
O vinho rose tem variação de cor entre rosado simples e rosado escuro. Este último é mais intenso de sabor e nível alcoólico e pode atender as exigências desde as frituras até a feijoada, no caso dos sul americanos enquanto os mais claros em geral da região da “Provence” francesa em torno de “Marseille e Aix au Provence” são mais delicados com menor teor alcoólico que se ajusta bem com frituras e frutos do mar.

Os tintos fermentam em contato com a casca de onde retiram a cor e o tanino tornando-se mais encorpados exigindo pratos de sabor mais fortes e definidos.
Devemos evitar vinho que na garrafa se apresenta com cor laranja ou amarela, prefira os claros, límpidos sem borra. Idade em geral menor que 3 anos para rose e branco e até 5 para os tintos encorpados.  Para optar por uma safra de idade com maior estacionamento deve-se estar bem informado pois do contrário, esta muito próximo do desencanto.  A armazenagem do vinho requer muita paciência, atenção, condições e disciplina para manter o repouso em local apropriado.  Então ao procurar um estabelecimento que venda vinho deve ser observada a forma de exposição em prateleiras expostas à luz do sol, deitadas ou de pé, condições do rótulo, condições da rolha e estado da garrafa.
A garrafa deve ter gargalo longo, disco profundo na base e paredes espessas. As rolhas devem ser de cortiça, ter no mínimo 3cm de comprimento e não podem estar molhadas ou manchadas na face externa. Procurar rótulos intactos, legíveis de preferência sem rasuras.
Finalizando, o melhor vinho  na verdade é aquele que você conhece e gosta, com preço que cabe no seu bolso.

Arte consigo ou não consigo




Pintura e arte
Há eu não sei fazer, não tenho jeito.
Quem pensa, escreve ou usa ferramenta, tem condições de desenhar, pintar, modelar ou esculpir.
Para isto necessita apenas ter vontade de fazer e usar as mãos sob o comando cerebral.
A criatividade é a única capacidade do indivíduo que permite imaginar e inventar, a realização pode ser manifestada em qualquer dos tipos de arte humana  imitando a natureza ou não.
Um dos exercícios da imaginação e aquele em que uma pessoa olha uma pedra e pode nela ver uma forma correspondente ao que sua mente conhece e associa.
Obtido o desenho vem a fase da cor. Qualquer cor é valida, quando com as outras compõe uma visão harmônica como o cavalo vermelho de Paul Gauguin contrastando com o outro no quadro “cavalo branco”.
As linhas não necessitam ser perfeitas desde que esta seja a vontade do autor, nem ele deve demonstrar que sabe desenhar o convencional.
A arte tem a finalidade de despertar uma emoção que pode ser desagradável, mas, necessita mostrar a força que o artista nela impõe. Se causar náusea e esta for sua intenção então ele é ótimo, mas, se ele tentar produzir mal estar e causa hilaridade, ele deve rever a sua obra ainda que ela esteja produzindo assim mesmo uma emoção.
Cada artista deve fazer real a sua imaginação através de qualquer manifestação da arte com pincel, panela, buril, cinzel, caneta, fotografia ou instrumento musical, não importa se será apreciada com críticas favoráveis ou não. O importante é que ela seja elaborada.
A única condição que é imprescindível é a vontade de fazer pela curiosidade ou pelo desafio. Imagina que um artista que expõe uma tela azul com pequenos e simples elementos vermelhos esta fazendo uma loucura ou esta extravasando seu sentimento e se assim for ele esta também se expondo à crítica e daí ao sucesso ou não, mas, isto não invalida a sua arte. A única fama que é imprópria e não deve pesar sobre a sua arte é a da falta de gosto nem na qualidade nem na proposta. É da harmonia que tudo surge, uma parte de uma superfície manchada pode albergar uma imagem que desencadeia uma emoção no observador. Também tem o artista comercial que denigre a sua arte embora sua manifestações sejam consideradas bonitas e penduradas nas paredes das casas e apreciadas com frases de elogio pelas cores pela forma ou por parecer ou retratar o que deseja mostrar.
Isto não tem arte nem vanguarda, pois apenas é cópia de registro. Quando não havia a fotografia era muito importante porque mostrava uma cena ou algum objeto, roupa, etc de um momento histórico ou da natureza.
Até hoje se discute se Cristo era louro ou não, mas, aqueles que o conceberam em suas pinturas, induziram aos espectadores que admitiram ser aquela a imagem verdadeira do Deus homem. Jamais poderia haver sido pintado com aspecto mouro de barba e cabelos crespos, narigudo e traços grosseiros, pois era a representação da bondade e doçura.
Este é o papel da arte criar sentimento pessoal ou coletivo.
Nas várias regiões da terra esta prática difere muito assim como o sentimento.
Na China muito se valoriza a escrita e são muito apreciadas e a caligrafia é predicado de poucos, mas, sabemos que com maior ou menor dedicação todos podem alcançar o respeito geral. É claro que os dons facilitam e reduzem o tempo de aprendizado e conduzem o curioso a encontrá-los. Não há cantor que não tenha iniciado sua liberdade em soltar a voz fechado no banheiro, é precoce a descoberta de que sabe observar e conduzir o lápis em seus traços.
Desta maneira temos que admitir que qualquer um quando deseja realmente faz e precisa apenas colocar sua alma em suas manifestações para serem válidas.