Cirurgia plástica e Resultado
prolongado,
Uma vez
envelhecidos os tecidos não retornam às condições da juventude. Aceitam as
modificações da sua forma e que as fazemos utilizando estruturas biologicamente
comprometidas que constituem a principal limitação do cirurgião plástico.
Assim, falar
em resultado em longo prazo é permitir que o paciente admita que o cirurgião tenha
capacidade de agir sobre a ligação intercelular para corrigir aquilo que a
decrepitude do tecido já o corrompeu.
O que devemos
é estudar e pesquisar na busca de algum meio que nos permita realmente
interferir corrigindo esta dissociação tecidual.
Do contrário
seguiremos a atuar de forma indireta para obter um retorno da anatomo
histologia modificada, na busca da recuperação daquilo onde o tempo já produziu
seus efeitos.
Na verdade
apertamos o segmento do corpo como se fosse uma bolsa para comprimir seu
conteúdo e assim modificar a forma sem corrigir sua qualidade intrínseca.
Nunca imponha
sobre você a obrigação de resultado acima daquele que a técnica e o objeto lhe
permitam.
Até o momento somos
impotentes e não há este domínio técnico para interferir e modificar esta
realidade.
O que temos é
que examinar, ver, diagnosticar e discutir as realidades com os pacientes, para
evitar e não permitir o mal entendido.
Pois o
paciente na consulta pouco escuta, ele apenas ouve o que deseja e assim reforça
sua fantasia, cria falsa expectativa, o que origina desconforto com o resultado
diferente daquele imaginado. Depois
acusa seu médico de erro, hoje entendido como “erro imaginário”.
Classificação
esta que não absolve diante de um questionamento e talvez sirva apenas como
atenuante.
Há muito que
os alunos de medicina são orientados e ensinados a tratar doenças e não pessoas.
O paciente da
cirurgia plástica estética não é doente, mas, tem desconforto com sua imagem e
monta no seu cérebro uma janela e através dela recebe estímulos, conscientes ou
subconscientes que geram o entendimento determinante da necessidade de
submeter-se à cirurgia, às vezes de grande porte com riscos, tão somente para modificar
este sentimento.
A sua mente
cria as janelas do desejo e da fantasia e como resultado através de estímulos do
autofluxo inconsciente, imagina o resultado a ser obtido pelo método que lhe é
oferecido e realizado pelo seu mago cirurgião plástico.
Neste momento
nossa cirurgia corrige aquilo que esta ao seu alcance, eventualmente atinge o
que foi concebido pela mente do paciente. Poderá dar a ele conforto ao
modificar a forma sem manter relação com a cura da enfermidade, neste caso a
cirurgia pode ser considerada como componente psiquiátrico. Com este paciente têm que ser discutido todos os
fatores limitantes de forma que orientado antecipadamente possa ser
transformado em nosso conivente e dirimir as esperanças baseadas na fantasia,
cujo desejo e confiança se confundem com o crédito depositado em nosso super poder,
impulsionado pela necessidade criada diante da imposição social ou domiciliar
de modificar algum fragmento do corpo.
A frustração pode
acompanhar um sucesso cirúrgico e não solucionar problema paralelo que envolva relacionamento
afetivo domiciliar ou social principalmente por não atingir a meta idealizada e
toda culpa será imputada ao cirurgião. Sempre que fazemos comentários referindo
projeção de colo com manutenção de resultado em longo prazo, subentendemos uma
promessa que não temos competência para cumpri-la nem permissão de induzir ao
paciente que a tenha. Tampouco podemos dizer que terá dali para frente uma
cintura fina, pois a frustração e o desencanto levam ao descrédito e neste
momento está quebrado o relacionamento médico paciente e em geral o inicio que
uma querela judicial.
Terminamos
insistindo que a ninguém é permitido buscar o sucesso com este tipo de
colocação, porque a verdade cobrará em seu devido tempo.