quinta-feira, 14 de junho de 2012

A SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTIICA

Olhos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Na estrutura brasileira de formação e habilitação dos seus cidadãos, o Brasil conta com a participação dos órgãos de classe de cada profissão. Em comum acordo com o Ministério da Educação, Ministério da Saúde e seus órgãos de classe como Conselho Federal e Regionais de Medicina, Associação Médica Brasileira e suas filiadas, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no gozo dos direitos conferidos através dos convênios firmados e acreditação recebida, representa esta especialidade da medicina e para dotá-la com médicos capazes, tem sua estrutura de cursos de pós-graduação referendados. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a única no Brasil que possui estas prerrogativas, congrega os cirurgiões preparados para esta função e exercício da especialidade. No momento esta com suas atenções voltadas para a população leiga brasileira vitima de situações específicas como, câncer de pele, câncer de mama, acidentes mutilantes, mal - formação congênita etc. Passou a merecer o reconhecimento da sociedade, pelo grande sucesso obtido a partir do momento que incluiu em suas atividades as ações de características sociais como os mutirões que vem promovendo. A sua faceta dirigida à obtenção do belo com grande arsenal de técnicas e recursos para este fim é o que na realidade a fez conhecida, pois movia a curiosidade da população e revolucionava a atenção e ocupava os espaços da mídia. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ciente do seu poder e do acatamento que encontra entre seus sócios tem promovido missões humanitárias como eventos, realizados em todo território nacional com excelente repercussão deixando nela um grande rastro de benefícios. Para o ensino e treinamento da arte da cirurgia plástica são exigidos; o curso de medicina seguido do treinamento em cirurgia geral para depois iniciar o aprendizado da cirurgia plástica durante três anos em serviços reconhecidos e credenciados para esta finalidade. Com o rigor na formação de seus representantes e contando com o sentimento humanitário de cada um vem recuperando a posição de médico incluindo entre a própria classe. Sou feliz de já participar deste movimento de tão elevado sentido social e humano.

MUTIRÃO DOS ESCALPELADOS DO AMAPÁ

Ação Humanitária - Atendimento a pacientes escalpelados em Macapá. Dr Rodrigo d´Eça Neves Este material se refere à Ação Humanitária da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica iniciada na gestão do Dr Sebastião Guerra ( MG) e fortemente estimulada na gestão do Dr José Horacio Abudib ( RJ) atual presidente. O Departamento de Assistência Social coordenado pelos Dres Pedro Dejacir Martins (RS) e Luciano Chaves (DF) e com pós operatório muito bem conduzido pelo Dr Alexandre Lourinho. Quarenta profissionais voluntários entre professores e residentes, se apresentaram em Macapá, alguns ocupando até 12 horas do seu dia para este translado, Integraram dez equipes que em três dias operaram 47 pacientes vítimas de escalpe do couro cabeludo total ou parcial que em geral engloba também orelha e sobrancelha no arrancamento. O ribeirinho do rio Amazonas, principalmente na região do Pará e Amapá se envolve neste tipo de acidente. Toda mobilização ( escola, medico, super mercado, transporte de seus produtos, pesca, etc) é feita utilizando barcos (conhecidos por catraia) que são equipados com motor de centro que girando move uma hélice através de um eixo que cruza a parte posterior da embarcação. Estes elementos são cobertos por paneros (parte do assoalho), mas, no entendimento deles devem permanecer abertos para facilitar a retirada da eventual água que entra que aAo ser removida, em geral pelos passageiros, muitas deles mulheres crianças ou adultas, com cabelos longos e soltos que se enrolam no eixo e são violentamente tracionados com arrancamento do couro cabeludo parcial ou total quando engloba também orelhas e sobrancelha. No atendimento de emergência é realizado transplante de pele do próprio paciente. Se não existe sobra de couro cabeludo apenas a peruca deve resolver, se tem mantida alguma superfície com couro cabeludo, ele pode ser expandido e reduzir ou corrigir totalmente o problema com prótese de silicone com esta finalidade. Quando possível, decorridas poucas horas do acidente ele pode ser revascularizado com auxílio da microcirurgia permitindo o reimplante. Devido às condições em que lá ocorrem os acidentes e o tempo para mobilização do ofendido pode inviabilizar a cirurgia. Em abril lá estivemos para dar inicio ao tratamento utilizando expansores de pele ou mobilizações cutâneas que minimizaram inúmeros destes problemas ligados às pálpebras e retrações cicatriciais.. Retornamos agora em 8 e 9 de junho para examinar as pacientes operadas e determinar a condução do tratamento. Foi compensadora a manifestação de alegria, carinho e esperança que demonstraram estas pessoas que estão recebendo tratamento. Também ocorreu outro fato interessante pois várias pessoas que não haviam comparecido no primeiro chamamento se apresentaram com iguais problemas e que terão seu tratamento iniciado em momento oportuno. Retornaremos em final de agosto para completar alguns casos e dar seguimento a outros deles. Isto individualmente para cada médico é altamente compensador no que tange ao espírito desprendido no exercício da arte de curar. Com destas atividades a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica direcionando sua atenção ao escalpe, à reconstrução de mama, ao câncer de pele deseja trazer a público aquilo que a especialidade sempre realizou apesar de ser costumeiramente vista e apresentada pela sua faceta glamorosa que psicologicamente atua através da cirurgia dita estética que na verdade busca devolver a auto estima e realimentar a alma e devolvendo o prazer e amor pela vida. Esta ação não seria possível sem a participação do governo do estado do Amapá através de sua secretaria da saúde.

VIAGENS ENTRE FLORIANOPOLIS E TUBARÃO

Já comentamos a aventura que consistiam as viagens pela serra ligando Florianópolis com Tubarão. Todos os jovens que terminavam o ginásio e necessitavam ou desejassem evoluir nos estudos dependiam ou de Florianópolis ou de Porto Alegre. Para tanto aqueles que estudavam nesta época entre 1955 e 1965 viajavam para alcançar seus objetivos. Começava o período de sacrifícios, separação e afastamento de casa e afetos, para viver com estranhos de hábitos pessoais e costumes diferentes por exigências ou desleixo, numa pensão ou republica. Angustia, expectativa e medo diante do incerto futuro, eram os sentimentos de maior intensidade que recaiam sobre todos. O elo que os unia à origem era justamente a empresa Santo Anjo da Guarda que disputava espaço com a também empresa de ônibus chamada Catarinense. Todo carinho era dirigido à empresa que representava a nossa casa com a qual podíamos interagir e fazer especial intercambio como se fosse um correio particular que levava e trazia encomendas, mesada, medicamentos cartas e bilhetes. Fazendo parte da vida de todos que circulavam para estudar, dependiam e confiavam nela. Em suas viagens muitas coisas raras aconteciam em geral cercadas de bom humor, pois as normais se perderam no tempo. Os ônibus não eram tão grandes tinham a cabine e o cofre do motor lançado na frente depois é que criaram o gostosão cuja cabine avançou englobando o motor ficando quadrado na frente, Entre os bancos foram mantidas as tiras de couro para passageiros extras, mas, quando lotava alguns eram colocados sobre o teto junto com as bagagens com as pernas pendentes nas laterais. Os carros seguiam devagar em razão da baixa potencia dos motores e da qualidade do piso das estradas. Numa das viagens ficamos todos constrangidos com um caixão de defunto colocado entre as malas, mas, de qualquer forma separado de nós. Lotou o ônibus e o passageiro foi convidado a embarcar com as bagagens no teto. Ao iniciar a chuva ele não teve dúvidas alojou-se dentro do sarcófago e não tardou para que outros passageiros fossem também ali acomodados. Num dado momento por curiosidade o ocupante do ataúde levantou a tampa e de dentro perguntou se havia acabado a chuva. Não precisa dizer que com a pouca velocidade não sobrou ninguém, pois saltaram gritando em pleno movimento. Sem saber o que passava o motorista parou e foi conferir a causa da agitação. Noutra feita, ônibus lento, curva após curva, poeira, pessoas não acostumadas, sobrevinha o enjôo. E foi assim que uma senhora pediu rapidamente que a janela fosse aberta e lançou todo o lanche da última parada. Logo em seguida após insistente suplica o motorista parou o veiculo. Parados, todos foram em grupos procurar algo perdido uma vez achada e devidamente limpa a dentadura voltou a compor novamente o sorriso da felizarda que a todos agradecia. A viagem seguiu sem outro percalço.

TAINHA ELA MERECE

rodrigodeca@gmail.com Vale a pena repetir. Tainha é o nome genérico dado aos peixes da família dos mugilídeos que reúne 80 espécies divididas em 17 gêneros distribuídos em mares das regiões temperadas, foz de rios, lagoas e até em água doce. A que ocorre na costa brasileira tem o nome de “Mugil Cephalus”. É chamada de mugem, fataça ( Portugal), tainha ( Brasil), mulet ou muge (França). Diante de discussões no mundo científico que se ocupa destes nomes, em 1960 classificou de perciforme. É conhecida a sua participação na alimentação humana através de relatos oriundos do Império Romano que dão conta do seu consumo em todo Mediterrâneo. Esta chegando a temporada outra vez. A espera é angustiante e os pescadores se organizam nas praias, remendam as redes, verificam as chumbadas, reforçam os nos e aducham os cabos. Revisam as embarcações em todos os detalhes e renovam a pintura. São construídos ranchos sobre a praia onde estes aventureiros permanecem em constante plantão durante a temporada. O olheiro em geral mais velho, mas, grande conhecedor da superfície do mar, logra visualizar o cardume que se aproxima e faz o corso ao longo da praia. Este é o momento de se realizar o cerco. Esta forma de pescar tem gerado polemica pois alguns chamam de “lance” e outros chamam de “lanço”, é uma discussão interessante de gramática buscando a origem do termo. De qualquer forma, as canoas são retiradas dos cofres, na sua maioria centenárias, mesmo porque hoje o garapuvu, árvore com a qual se as fazem, já não pode mais ser derrubada. É uma planta interessante que floresce abundantemente com flores amarelas e colore as matas com suas copas exuberantes. Produz uma vagem com uma semente achatada dentro. Amadurece, seca e abre, largando ao vento um envelope que viaja longe girando freneticamente até tocar o solo de onde sai uma baga achatada e ovóide. Esta baga é largamente usada em artesanato até mesmo como ficha de jogo. As crianças se divertem esfregando-a no chão e tocando no amigo que leva susto com a temperatura que ela alcança e retém. As embarcações são batizadas com nomes variando entre o afetivo familiar, homenagem ou pilheria. Tem uma tripulação de sete pessoas com quatro remadores, dois manobrando a rede um pelo cabo (corda) e outro pela chumbada e o sétimo geralmente o proprietário da “emenda”, que governa e dirige o barco com pequeno remo e com grito próprios determina os passos do arrastão. Na temporada da tainha tudo se transforma. A produção é limitada à praia, sofrendo competição dos barcos de pesca profissionais, equipados com instrumental que leva grande vantagem sobre os artesanais. Talvez não tenha outra pesca de temporada mais importante é tão esperada como esta, pela fartura, seu produto gera um incremento na economia do pescador que permite regularizar seus compromissos. Desconheço se o papel que representa na nossa região se repete de maneira tão intensa em outros lugares. O aspecto social é muito grande com interferência em todos os setores e camadas sociais do litoral catarinense onde ela é pescada. Em todo trajeto há a desova com a conseqüente fecundação dos ovos e proliferação. Em locais favoráveis os pescadores as apreendem com suas tarrafas muito bem manejadas que são atiradas, se abrem e afundam na água criando movimento de dança como um balé repleto de graça, cadencia e harmonia. Elas quando aqui cruzam, estão gordas em torno de dois quilos com ovas e outras mais magras porque já desovaram. Existem tainhas que se desenvolvem retidas em águas locais, não tem o mesmo sabor e são rejeitadas porque não são do corso. Após a descoberta que a fruta da aroeira é a pimenta rosa do Frances passamos a governar a tainha, preparamos a farofa com as ovas e após salgar cobrimos seu corpo com maionese e sementes de aroeira, levamos ao forno e deixamos a assar até ficar dourada sem secar. Em Florianópolis é uma honra conseguir comer tainha do primeiro arrastão e a pergunta que se faz é a seguinte – Já comestes a tua tainha? O forte cheiro que exala ao ser frita ou assada denuncia seu consumo em todos os cantos da cidade. A população se mostra alegre porque a tainha chegou. Referência- Dados técnicos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tainha