Manifestação de repudio
A Academia de Medicina do Estado de Santa Catarina,
diante da truculência dos atos do governo Federal seja por decretos diretos do
gabinete da presidência da República, indiretamente através de seus
representantes ministeriais ligados à saúde ou daqueles poderes legisladores de
cujas negociações resultam em interferência no exercício da medicina no Brasil,
se vê obrigada a protestar repudiando os atos que criaram o “Mais médico” assim
como o “Mais especialista”.
Todas as atitudes foram tomadas na contramão do que
preconizam e postulam nossas entidades de classe e
autarquia de fiscalização da medicina que há muitos anos vem aprimorando o
sistema de controle, desenvolvimento e qualidade do profissional, para evitar
riscos de não permitir a atuação do despreparado que leva risco à população.
Em consonância com o que é estabelecido em todo o
mundo, nossas sociedades de especialidade vêm aprimorando a
qualidade dos cursos de formação “latu sensu”, realizando provas a cada ano
durante o tempo de preparação para avaliar tanto o aluno como o próprio
serviço.
A maioria das especializações médicas em razão da complexidade e do conteúdo cada vez
maior de conhecimentos, passou a exigir dois anos de curso básico como
pré-requisito para depois em mais três deles ensinar a especialidade, portanto
mais cinco anos alem dos seis já cursados para receber o diploma de médico o
que significam 11 anos de formação.
Houve um decreto que pretendia retirar do Conselho
Federal de Medicina e Comissão Nacional de Residencia Médica e passar
inteiramente para o Ministério da Saúde com redução do tempo para meses,
deixando evidente a intencional manobra de enfrentamento, sem a possibilidade
consciente de preparar com qualidade o médico especialista. Tudo isto
depois da intervenção do CFM e as associações médicas foi tudo revertido e já
publicado no Diário Oficial da União.
Entre tudo, o que lhes vale, é uma estatística
forjada onde números astronômicos e inverídicos enganam a população menos
avisada que crê na noticia elaborada para denegrir a classe médica.
Lembramos aos confrades e confreiras que há muito o
partido no governo vem desenvolvendo a aplicação do decálogo de Lenine no qual
entre outras ações recomendadas em sua estratégia de implantação do regime
socialista num país sem confronto bélico, preconiza a desacreditação nas e das
instituições de direito estabelecidas.
Quero lembrar que o poder do médico na sociedade é
temido pela classe política porque, acreditando nele, tem seus pacientes que em
conversa particular seguem todos os seus conselhos.
Desta forma pensando, lembramos a nobre classe
médica e aos ilibados colegas de nossa Academia que não se ausentem do
processo, pois o drama atual que vivenciamos tem repercussão sobre a classe e
desorganiza o país.
Cuidemos todos, pois quando o caos estiver
instalado os atuais mandantes tentarão modificar a atual Constituição e
implantar o regime de força socialista.
O médico e
a medicina não deveriam e não devem ser utilizados com objetivos políticos.