A vida que levamos de quem depende?
A vida que levamos nos modifica e nos ensina, mas, cria ou rouba do
coração pureza, emoções e sentimentos.
A vida que levamos sofre influência externa, oriunda da natureza, dos
amigos e dos doutrinadores.
Deuses surgiram desde o início do povoamento humano da terra quando o
homem pouco conhecia do seu meio ambiente e atribuía poderes divinos a todos os
fenômenos naturais que os cercavam. Desta época pouco sabemos a não ser pela fantasia
ou por dedução lógica, buscando as evidencias através de objetos encontrados,
alguma manifestação gráfica como as pinturas rupestres, desenhos decorativos e
muito depois a escrita algumas delas ainda não decifradas. O sol com seu
brilho, luz e calor permitia melhores condições de vida e por isto foi adorado
por muitos séculos como o Deus maior. O trovão era a voz de deus atemorizando
os homens anunciando raios e chuvas intensas. Os astros pouco a pouco foram
sendo conhecidos e descritos. Foi percebido que o clima variava segundo o
período do ano determinando as estações que estavam presentes. Surgiram os sacerdotes
que observavam e conheciam os pródomos dos fenômenos naturais e encenavam com
orações o comando e a obtenção das mudanças pretendidas, com resultados
positivos. A medida que a cultura humana crescia e os segredos dos pajés diminuíam
e foi necessário manter a crença no sobrenatural. Foram surgindo várias formas
de crendices, seitas e religiões. Os místicos tinham a capacidade de convencer os
inocentes componentes da tribo das suas capacidades de falar com o além, espíritos
e deuses. Com o aumento do conhecimento da ciência leiga, eles foram encontrando
explicações para suas pregações e quando não as podiam elucidar criavam dogmas
nos quais obrigavam a acreditar mesmo sem evidencias de verdade ou realidade.
A observação celestial, ganhou condições de realidade científica,
associada à aritmética e matemática permitiu maior entendimento que determinou novos
paços. O ciclo lunar durante longo
período era a medida do tempo equivalendo ao temo de um mês, até hoje válida
para evolução da gravidez que de certa forma obedece às mudanças da lua. Diante
destas realidades foi criado o calendário, novas e diferentes descobertas foram
feitas e aprenderam a dividir o dia em horas medidas de formas variadas, mas,
que compuseram a semana. Os astros foram em muitos povos cultuados como deuses
e em muitas línguas foram homenageados denominando os dias da semana. Cada um
era deus de alguma das atividades como, caça, agricultura, comercio, outros
responsáveis pelas chuvas, frio, calor, neve, enfim todos os fenômenos
climáticos assim eram qualificados entre gregos e romanos.
Depois as religiões introduziram o sábado e domingo como os temos agora.
Parece obvio o que afirmo por ser conhecido, bastante discutido e largamente
difundido, mas,...
Como a mente humana é muito complexa existem os que creem ou não creem em
Deus com argumentos nos quais acredita ou aceita como prova do seu credo.
Devemos estar abertos para desenvolver nossos conhecimentos que serão filtrados
à medida que nossos conhecimentos aumentam e evoluem.
São de fácil manuseio os incautos que ignoram a maior parte do
conhecimento que está longe dos seus hábitos e do seu dia a dia. Estes têm sua
capacidade intelectual com muito espaço virgem a ser ocupado, neles se pode
incutir novos pensamentos com o mínimo de argumentos e gerar mais um para nossa
ideologia, assim agem os ativistas e missionários.
Temos capacidade de pensar que só podemos negar o que admitimos que
existe.
Ninguém vai negar aquilo que desconhece nem vai desconsiderar o
desconhecido.
Entretanto dentro da cultura humana há a necessidade de explicar as causas
desconhecidas dos fatos admitindo que poderes iguais aos de cada um são
incapazes de realizar aquele evento. Para tanto, busca explicação em forças
superiores e como está acostumado com o indivíduo, busca personalizar em Deus
esta força superior onipotente. A fantasia do artista cria a imagem destes
entes dando-lhes uma forma entre as conhecidas. Para todos os acontecimentos se atribui a este
Deus ou apenas ao destino a responsabilidade de discernir quem e em que instante
será o atingido.
Dirão que é determinado pelo destino e que tudo já está traçado, justificam
com afirmações como a antiga e bíblica, “É desígnio de Deus”. A coincidência fica
qualificada dentro deste espirito de ser a sua sina.
Se pensarmos que todos temos vontade e poder de optar entre o sim e o
não, nossos atos dependem de deliberação individual ou indução coletiva. Neste
instante houve a opção de escolha dependente exclusivamente do desejo de cada
um.
Argumentarão, esta escolha foi feita em obediência ao que já “estava
escrito”. Escrito onde?
Assim quando há desistência ou atraso com a perda de um voo e o avião
cai afirmarão, “não era a hora dele”. Da mesma forma quando o avião cai sobre a
casa e mata parte dos moradores, reforçam com, não adianta “quando é chegada a
hora ninguém escapa”.
Assim nem o suicídio fica fora deste entendimento, pois se efetivado foi
por competência, se não, foi por incompetência ou apenas por encenação. Uma ou
outra situação já estava escrita, para os fatalistas. Tudo isto baseado na
liberdade dada por Deus que é verdadeiro para os crédulos nos poderes do além.
Existe, entretanto, um grupo que não acredita em nenhum ser superior com
ilimitados poderes. Estes sempre têm explicação embasadas em suposições do porquê
do havido para cada condição adversa que determinou sua descrença e ou o evento.
Tendem manter como definida pela ciência toda e qualquer situação uma vez que
exista explicação técnica que mostre as causas e razões do ocorrido.
Utilizando o acidente da Chapecoense podemos dizer, estava escrito.
Outro diz caiu porque estava sem combustível. Outros já julgam que o culpado
foi o comandante que acreditou poder fazer um voo com o combustível no limite
sem ofertar uma lazeira de segurança. Outro já encontra razões econômicas que
teriam induzido o responsável a esta aventura irresponsável.
Tudo é conjectura, mas, nem tudo é verdade. A análise dos fatos é que
leva à pesquisa das causas para poder detectar os reais motivos se mecânico, técnico
ou humano. Se humano por parte do comandante ou da torre de controle do
aeroporto. Para outros que tem outras
crenças que buscam nelas o necessário consolo diante da desventura, alegam “já
estava escrito”.
Preferimos acreditar que se Deus é de bondade infinita, então ele pode
chamar para junto de si aquele homem que por um ou outro caminho alcança por
mérito o direito a este prêmio tão aspirado pelos religiosos mais convictos.