quinta-feira, 26 de julho de 2012

Frustração de turista

Frustração de turista Há algum tempo tenho me manifestado a respeito da serra catarinense decantando suas belezas em coluna no jornal Diário do Sul. Fiz um giro nas serras na zona central e fiquei frustrado. Santa Catarina deseja caracterizar sua vocação maior como turística. As belezas nós temos, mas, a luta para visitar é enorme, na faixa do sacrifício e aventura às vezes com perigo. Tenho muita afeição pela serra do Corvo Branco, e a vejo mais imponente chegando de Grão Para por Aiurê, da mesma forma que admiro os Aparados da Serra com todos seus encantos e mistérios desde a região de Praia Grande. A montanha cresce diante de nossos olhos em impressionante magnitude cujo capricho da natureza consegue unir o delicado e o agressivo, reúne a belo ao desafio, criando um espaço com clima, flora e fauna próprios. Nos seus recortados limites com vales e cânions profundos, abrigam-se muitos bichos como catetos, sorrateiras jaguatiricas e leões baios (pumas) que ainda vivem nestas encostas e roubam pequenos animais como bezerros, ovelhas, galinhas, etc, das fazendas dos arredores. No passeio tudo bem e belo entre Florianópolis e Anitápolis, entretanto para chegar em Santa Rosa de Lima apesar da bela paisagem com vales, córregos, corredeiras, recantos do rio Fortuna várias pequenas usinas elétricas, quadrados multicoloridos pelos diversos cultivos, não encobrem o perigo de viajar em estrada estreita e nem a destruição do carro pela má qualidade do piso abandonado. Sobre asfalto se viaja até Rio Fortuna e Grão Para daí em diante a estrada esta satisfatória até Aiurê, depois retornam os defeitos e quando se aborda a serra em sua parte inicial antes do corte na rocha o piso esta perigoso com defeitos enormes próximos ao precipício, revelando o abandono também deste setor. Não podemos deixar de salientar que a paisagem e a emoção da aproximação do Passo do Corvo Branco, o Morro da Igreja (ponto mais alto do sul do Brasil) a Pedra Furada, Urubici, ainda compensam apesar de no momento exigirem sacrifício em desgastante aventura para serem visitados. A respeito do Morro da Igreja, salientamos que lá esta a estação da Sindacta, órgão do Brasil que registra e avalia as variações do clima e controla o uso do espaço aéreo da região sul. É por isso que nos dias em que se pode ver o rastro de fumaça deixado pelos aviões percebemos que a certa altura sobre nos eles fazem um ângulo com mudança de rumo, isto é em razão deste ponto de controle. Chegando a Urubici encontramos inúmeras pousadas com restaurantes de vários cardápios e níveis, desde churrascaria simples, lanchonete ou mais sofisticados, deles nos chamou a atenção o Atrio que é central e especializado em frescal de carne e truta. A truta é criada pelo biólogo Helio na empresa “Trutas Hélio” que há alguns anos se dedica a esta atividade de criar artificialmente estes delicados peixes. Seu laboratório, criadouro e frigorífico, ficam localizados na periferia da cidade, num belo recanto com muita água corrente. A visita é super interessante pois é possível observar a coleta do ovo, sua fecundação artificial, eclosão, embriões com saco vitelino, alevinos, peixes adultos, matrizes femininas e masculinas além de duas curucacas (ave grandes da serra) por eles adotadas. Embora seja truta do tipo arco Iris de cor castanho avermelhada, existem variações douradas, azuis e albinas. Reclame, mas, não deixe de visitar Santa Catarina.