segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A vida a crença e a morte

A vida a crença e a morte


Este pode parecer que não seja o tema ideal para este momento quando se festeja o nascimento de Cristo e uma nova era. O calendário Maia fiel há milhares de anos aos fatos e ao tempo, previu esta mudança, mal interpretada por alguns cavaleiros do Apocalipse como sendo o fim do mundo. Sabemos que o reinicio de contagem do tempo implicaria em nova era iniciando a do “ser” com queda da era do ”ter”. O espaço é infinito como também o tempo o é. Esta premissa nos faz filosofar e entender que, se acreditamos em estágios diferentes de vida da alma, então a cada morte de um lado corresponde um nascimento na outra dimensão. É como o dia que anoitece como se tivesse acabando, no entanto esta se transformando em um novo dia, muitas vezes mais lindo do que aquele que findou.
Fui seminarista dos meus 11 aos 13 anos e neste ambiente a morte era quase comemorada, pois o entendimento de que a oração que roga a Deus que Ele dê os céus como premio, quando Ele escolhe e concede esta graça, ela deve ser comemorada. As missas apesar do Requien no convento tinham conotação festiva. Este conforto me acompanha há muito tempo e creio nele.
Num convívio amoroso, fraternal ou familiar não há propriedade, ninguém é dono de ninguém, mas, não há quem não diga, perdi o meu ou minha...., numa espécie de egoísmo onde o corpo tem maior significado do que a alma
É evidente que dói este tipo de separação ou afastamento imposto pela natureza, mas, como define um pensador:
“A extinção da dor e do sofrimento não se faz pelo esquecimento de quem amamos, mas pela sua transformação, de saudade dolorosa em uma saudade gostosa. Pela lembrança, não da perda sofrida, mas da felicidade de saber que tivemos alguém a quem amamos e por quem fomos realmente amados. E mais ainda: que o amor persiste muito além da dor, bem além do tempo, na dimensão da eternidade. “ Dr Evaldo A. d´Assumpção- Médico Tanatologo.
Sabemos que o corpo por um período é o guardião da alma e sua existência é fragilíssima e não é eterna ao contrário dela. Podemos compará-lo com a chama de uma vela que ao menor sopro pode se extinguir e cabe a cada um zelar pelo seu embora a natureza seja mais poderosa.
A passagem para outra dimensão é inevitável e devemos estar preparados, quem vai e quem fica. Em razão desta verdade é que devemos entender a nossa alma cultivando e desenvolvendo os sentimentos de desprendimento e solidariedade para não sermos invadidos pela idéia de perda, sensação ou certeza de culpa. Assim como o dinheiro que vai corresponde ao dar e o ato de receber um pagamento equivale ao dar do outro. E no final do circuito só existe o ato de doação e se todos se doarem todos estarão recebendo.
Amor e desprendimento são os sentimentos que mantém o entendimento e a união entre as pessoas e permitem a superação das dificuldades e a dor nestes afastamentos
Se cremos em Deus, podemos nos resignar e bendita seja a vontade do senhor.



Campanha de reorganização do serviço médico dos aeroportos dop Brasil

Proposta de campanha nacional –
 1°- Propósito –
 Solicitar ao governo central uma revisão e reformulação dos serviços médicos nos aeroportos do Brasil
 2° Histórico - Relatório da viagem –
Após participar de um mutirão para corrigir a seqüelas de pacientes escalpeladas do estado do Amapá por acidente com o eixo do motor das embarcações. Nesta região não há estradas e a maior parte da mobilização da população é utilizando barcos. Cumprida a missão acompanhado de minha esposa Regina Pereira Oliveira d´Eça Neves Viajamos de Macapá para São Luis do Maranhão com conexão em Belém do Pará em vôos de 45 minutos cada trecho.. Tudo corria normal lanchamos comidas leves e combinávamos as atividades para após nossa chegada a Florianópolis. Desembarcamos no Maranhão sem qualquer queixa por parte dela. Junto à esteira para recolher as malas ela ficou atrás de mim apoiada no carrinho de bagagem durante cerca de dez minutos. Chamou-me pelo nome com voz amena sem qualquer alteração sugestiva de angustia, parecendo querer mostrar alguma coisa. Olhei para trás e ela estava caindo desacordada com intensa congestão cervico/oro/ facial. Tentamos elevar o queixo e lateralizar a cabeça o que foi impossível pela rigidez do pescoço e da mandíbula. Este momento se prolongou por cerca de 7 a dez minutos quando chegou o pessoal da assistência médica do aeroporto. Nada traziam nas mãos. Constatada a gravidade, por não ter maca, foi transportada em cadeira de rodas com cabeça e braços pendentes através da beirada da área de estacionamento dos aviões. Distante cerca 300 metros havia uma sala acanhada com uma maca onde foi acomodada. Nesta hora com manobras muito delicadas um bombeiro não paramédico iniciou massagem cardíaca sem conseqüência para as costelas. Por solicitação minha instalaram oxigênio com mascara simples ao que insistimos na necessidade do ambu. Este foi utilizado sem efeito porque não foi aplicada a devida pressão de maneira que o ar saia pelos lados sem penetração até os pulmões. Também por solicitação minha foi achada uma cânula de Guedel que eu mesmo a introduzi. Decorridos de 25 a 30 minutos de evolução, levantei a sua pálpebra e estava instalada a medriase paralitica. Não foi instalado soro nem foi mantida veia cateterizada, sugeri uso de atropina e queriam injetar adrenalina por ser melhor sic. Sai da sala e fui telefonar para meus filhos, pois o pior estava consumado neste cenário Dantesco. Aceito que talvez mesmo em ambiente adequado não houvesse condições de reverter o quadro, mas, o que assisti e vivi me obriga reagir e fazer esta proposição. Não tinha nenhuma ambulância equipada como as do SAMU, com seu corpo de paramédicos, acho que isto é lugar comum a todos os aeroportos, ainda que sejam considerados de porte internacional. Iniciou então o segundo episódio para cumprir as obrigações legais, preparar e liberar o corpo.
 3° - Proposta -
 Utilizar o poder dos nossos órgãos de classe para exigir urgente ação dos órgãos públicos competentes para reavaliar e reorganizar os serviços de atendimento médico nos aeroportos do Brasil. Órgãos da classe que devem participar em forma de comissões oficiais com poderes delegados, compostas por membros Conselho Federal e Regionais de Medicina, Associação Médica Brasileira, Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Intensivistas, Sindicato dos Médicos..etc Todos têm suas extensões regionais que podem cada qual realizar em sua jurisdição o seu papel e rapidamente se pode agir e definir o mapa nacional deste serviço hoje incompetente que representa perigo para todos os que ainda estão vivos. 4° Vistoriar e analisar as condições:
 a- Arquitetura , relação da posição do ambulatório e o contesto do edifício e a facilidade de mobilização para atender todos os setores e andares;
b- Dotar de portas que reduzam o caminho quando tiver divisórias;
 c- Ter carro ou mala com o equipamento completo de reanimação (material e medicamentos);
 d- Carrinho tipo campo de futebol em aeroportos maiores para transportar o paciente em longa distancia; e- Múltiplos núcleos em instalações como Galeão e Garulhos, etc
 f- Aparelhagem necessária para reanimação;
5° - Reavaliar o pessoal –
a- Contratar somente após concurso rígido;
b- Coibir o uso da política para dotação de técnicos;
c- Reciclagem do pessoal atualmente respondendo pelo setor;
 d- Facilitar a comunicação entre o setor e os locais de maior aglomeração;
 6°- Orientação policial-
a- Relação publica da polícia que possa orientar as pessoas com alguma dificuldade que envolva aspectos legais;
 b- Apoio policial para estranhos que nada conhecem da cidade;
 c- Posto policial militar e civil com poder de encaminhar os primeiros documentos como Boletim de Ocorrência etc.,
Conclusão :
Como médicos é dever nosso zelar pela saúde da população e é direito dela receber esta proteção dos órgãos públicos e assim apresentar uma assistência mais digna.
 Rodrigo d´Eça Neves