A vida a crença e a morte
Este pode parecer que não seja o tema ideal para este momento quando se festeja o nascimento de Cristo e uma nova era. O calendário Maia fiel há milhares de anos aos fatos e ao tempo, previu esta mudança, mal interpretada por alguns cavaleiros do Apocalipse como sendo o fim do mundo. Sabemos que o reinicio de contagem do tempo implicaria em nova era iniciando a do “ser” com queda da era do ”ter”. O espaço é infinito como também o tempo o é. Esta premissa nos faz filosofar e entender que, se acreditamos em estágios diferentes de vida da alma, então a cada morte de um lado corresponde um nascimento na outra dimensão. É como o dia que anoitece como se tivesse acabando, no entanto esta se transformando em um novo dia, muitas vezes mais lindo do que aquele que findou.
Fui seminarista dos meus 11 aos 13 anos e neste ambiente a morte era quase comemorada, pois o entendimento de que a oração que roga a Deus que Ele dê os céus como premio, quando Ele escolhe e concede esta graça, ela deve ser comemorada. As missas apesar do Requien no convento tinham conotação festiva. Este conforto me acompanha há muito tempo e creio nele.
Num convívio amoroso, fraternal ou familiar não há propriedade, ninguém é dono de ninguém, mas, não há quem não diga, perdi o meu ou minha...., numa espécie de egoísmo onde o corpo tem maior significado do que a alma
É evidente que dói este tipo de separação ou afastamento imposto pela natureza, mas, como define um pensador:
“A extinção da dor e do sofrimento não se faz pelo esquecimento de quem amamos, mas pela sua transformação, de saudade dolorosa em uma saudade gostosa. Pela lembrança, não da perda sofrida, mas da felicidade de saber que tivemos alguém a quem amamos e por quem fomos realmente amados. E mais ainda: que o amor persiste muito além da dor, bem além do tempo, na dimensão da eternidade. “ Dr Evaldo A. d´Assumpção- Médico Tanatologo.
Sabemos que o corpo por um período é o guardião da alma e sua existência é fragilíssima e não é eterna ao contrário dela. Podemos compará-lo com a chama de uma vela que ao menor sopro pode se extinguir e cabe a cada um zelar pelo seu embora a natureza seja mais poderosa.
A passagem para outra dimensão é inevitável e devemos estar preparados, quem vai e quem fica. Em razão desta verdade é que devemos entender a nossa alma cultivando e desenvolvendo os sentimentos de desprendimento e solidariedade para não sermos invadidos pela idéia de perda, sensação ou certeza de culpa. Assim como o dinheiro que vai corresponde ao dar e o ato de receber um pagamento equivale ao dar do outro. E no final do circuito só existe o ato de doação e se todos se doarem todos estarão recebendo.
Amor e desprendimento são os sentimentos que mantém o entendimento e a união entre as pessoas e permitem a superação das dificuldades e a dor nestes afastamentos
Se cremos em Deus, podemos nos resignar e bendita seja a vontade do senhor.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
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