quinta-feira, 14 de junho de 2012

A SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTIICA

Olhos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Na estrutura brasileira de formação e habilitação dos seus cidadãos, o Brasil conta com a participação dos órgãos de classe de cada profissão. Em comum acordo com o Ministério da Educação, Ministério da Saúde e seus órgãos de classe como Conselho Federal e Regionais de Medicina, Associação Médica Brasileira e suas filiadas, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no gozo dos direitos conferidos através dos convênios firmados e acreditação recebida, representa esta especialidade da medicina e para dotá-la com médicos capazes, tem sua estrutura de cursos de pós-graduação referendados. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a única no Brasil que possui estas prerrogativas, congrega os cirurgiões preparados para esta função e exercício da especialidade. No momento esta com suas atenções voltadas para a população leiga brasileira vitima de situações específicas como, câncer de pele, câncer de mama, acidentes mutilantes, mal - formação congênita etc. Passou a merecer o reconhecimento da sociedade, pelo grande sucesso obtido a partir do momento que incluiu em suas atividades as ações de características sociais como os mutirões que vem promovendo. A sua faceta dirigida à obtenção do belo com grande arsenal de técnicas e recursos para este fim é o que na realidade a fez conhecida, pois movia a curiosidade da população e revolucionava a atenção e ocupava os espaços da mídia. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ciente do seu poder e do acatamento que encontra entre seus sócios tem promovido missões humanitárias como eventos, realizados em todo território nacional com excelente repercussão deixando nela um grande rastro de benefícios. Para o ensino e treinamento da arte da cirurgia plástica são exigidos; o curso de medicina seguido do treinamento em cirurgia geral para depois iniciar o aprendizado da cirurgia plástica durante três anos em serviços reconhecidos e credenciados para esta finalidade. Com o rigor na formação de seus representantes e contando com o sentimento humanitário de cada um vem recuperando a posição de médico incluindo entre a própria classe. Sou feliz de já participar deste movimento de tão elevado sentido social e humano.

MUTIRÃO DOS ESCALPELADOS DO AMAPÁ

Ação Humanitária - Atendimento a pacientes escalpelados em Macapá. Dr Rodrigo d´Eça Neves Este material se refere à Ação Humanitária da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica iniciada na gestão do Dr Sebastião Guerra ( MG) e fortemente estimulada na gestão do Dr José Horacio Abudib ( RJ) atual presidente. O Departamento de Assistência Social coordenado pelos Dres Pedro Dejacir Martins (RS) e Luciano Chaves (DF) e com pós operatório muito bem conduzido pelo Dr Alexandre Lourinho. Quarenta profissionais voluntários entre professores e residentes, se apresentaram em Macapá, alguns ocupando até 12 horas do seu dia para este translado, Integraram dez equipes que em três dias operaram 47 pacientes vítimas de escalpe do couro cabeludo total ou parcial que em geral engloba também orelha e sobrancelha no arrancamento. O ribeirinho do rio Amazonas, principalmente na região do Pará e Amapá se envolve neste tipo de acidente. Toda mobilização ( escola, medico, super mercado, transporte de seus produtos, pesca, etc) é feita utilizando barcos (conhecidos por catraia) que são equipados com motor de centro que girando move uma hélice através de um eixo que cruza a parte posterior da embarcação. Estes elementos são cobertos por paneros (parte do assoalho), mas, no entendimento deles devem permanecer abertos para facilitar a retirada da eventual água que entra que aAo ser removida, em geral pelos passageiros, muitas deles mulheres crianças ou adultas, com cabelos longos e soltos que se enrolam no eixo e são violentamente tracionados com arrancamento do couro cabeludo parcial ou total quando engloba também orelhas e sobrancelha. No atendimento de emergência é realizado transplante de pele do próprio paciente. Se não existe sobra de couro cabeludo apenas a peruca deve resolver, se tem mantida alguma superfície com couro cabeludo, ele pode ser expandido e reduzir ou corrigir totalmente o problema com prótese de silicone com esta finalidade. Quando possível, decorridas poucas horas do acidente ele pode ser revascularizado com auxílio da microcirurgia permitindo o reimplante. Devido às condições em que lá ocorrem os acidentes e o tempo para mobilização do ofendido pode inviabilizar a cirurgia. Em abril lá estivemos para dar inicio ao tratamento utilizando expansores de pele ou mobilizações cutâneas que minimizaram inúmeros destes problemas ligados às pálpebras e retrações cicatriciais.. Retornamos agora em 8 e 9 de junho para examinar as pacientes operadas e determinar a condução do tratamento. Foi compensadora a manifestação de alegria, carinho e esperança que demonstraram estas pessoas que estão recebendo tratamento. Também ocorreu outro fato interessante pois várias pessoas que não haviam comparecido no primeiro chamamento se apresentaram com iguais problemas e que terão seu tratamento iniciado em momento oportuno. Retornaremos em final de agosto para completar alguns casos e dar seguimento a outros deles. Isto individualmente para cada médico é altamente compensador no que tange ao espírito desprendido no exercício da arte de curar. Com destas atividades a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica direcionando sua atenção ao escalpe, à reconstrução de mama, ao câncer de pele deseja trazer a público aquilo que a especialidade sempre realizou apesar de ser costumeiramente vista e apresentada pela sua faceta glamorosa que psicologicamente atua através da cirurgia dita estética que na verdade busca devolver a auto estima e realimentar a alma e devolvendo o prazer e amor pela vida. Esta ação não seria possível sem a participação do governo do estado do Amapá através de sua secretaria da saúde.

VIAGENS ENTRE FLORIANOPOLIS E TUBARÃO

Já comentamos a aventura que consistiam as viagens pela serra ligando Florianópolis com Tubarão. Todos os jovens que terminavam o ginásio e necessitavam ou desejassem evoluir nos estudos dependiam ou de Florianópolis ou de Porto Alegre. Para tanto aqueles que estudavam nesta época entre 1955 e 1965 viajavam para alcançar seus objetivos. Começava o período de sacrifícios, separação e afastamento de casa e afetos, para viver com estranhos de hábitos pessoais e costumes diferentes por exigências ou desleixo, numa pensão ou republica. Angustia, expectativa e medo diante do incerto futuro, eram os sentimentos de maior intensidade que recaiam sobre todos. O elo que os unia à origem era justamente a empresa Santo Anjo da Guarda que disputava espaço com a também empresa de ônibus chamada Catarinense. Todo carinho era dirigido à empresa que representava a nossa casa com a qual podíamos interagir e fazer especial intercambio como se fosse um correio particular que levava e trazia encomendas, mesada, medicamentos cartas e bilhetes. Fazendo parte da vida de todos que circulavam para estudar, dependiam e confiavam nela. Em suas viagens muitas coisas raras aconteciam em geral cercadas de bom humor, pois as normais se perderam no tempo. Os ônibus não eram tão grandes tinham a cabine e o cofre do motor lançado na frente depois é que criaram o gostosão cuja cabine avançou englobando o motor ficando quadrado na frente, Entre os bancos foram mantidas as tiras de couro para passageiros extras, mas, quando lotava alguns eram colocados sobre o teto junto com as bagagens com as pernas pendentes nas laterais. Os carros seguiam devagar em razão da baixa potencia dos motores e da qualidade do piso das estradas. Numa das viagens ficamos todos constrangidos com um caixão de defunto colocado entre as malas, mas, de qualquer forma separado de nós. Lotou o ônibus e o passageiro foi convidado a embarcar com as bagagens no teto. Ao iniciar a chuva ele não teve dúvidas alojou-se dentro do sarcófago e não tardou para que outros passageiros fossem também ali acomodados. Num dado momento por curiosidade o ocupante do ataúde levantou a tampa e de dentro perguntou se havia acabado a chuva. Não precisa dizer que com a pouca velocidade não sobrou ninguém, pois saltaram gritando em pleno movimento. Sem saber o que passava o motorista parou e foi conferir a causa da agitação. Noutra feita, ônibus lento, curva após curva, poeira, pessoas não acostumadas, sobrevinha o enjôo. E foi assim que uma senhora pediu rapidamente que a janela fosse aberta e lançou todo o lanche da última parada. Logo em seguida após insistente suplica o motorista parou o veiculo. Parados, todos foram em grupos procurar algo perdido uma vez achada e devidamente limpa a dentadura voltou a compor novamente o sorriso da felizarda que a todos agradecia. A viagem seguiu sem outro percalço.

TAINHA ELA MERECE

rodrigodeca@gmail.com Vale a pena repetir. Tainha é o nome genérico dado aos peixes da família dos mugilídeos que reúne 80 espécies divididas em 17 gêneros distribuídos em mares das regiões temperadas, foz de rios, lagoas e até em água doce. A que ocorre na costa brasileira tem o nome de “Mugil Cephalus”. É chamada de mugem, fataça ( Portugal), tainha ( Brasil), mulet ou muge (França). Diante de discussões no mundo científico que se ocupa destes nomes, em 1960 classificou de perciforme. É conhecida a sua participação na alimentação humana através de relatos oriundos do Império Romano que dão conta do seu consumo em todo Mediterrâneo. Esta chegando a temporada outra vez. A espera é angustiante e os pescadores se organizam nas praias, remendam as redes, verificam as chumbadas, reforçam os nos e aducham os cabos. Revisam as embarcações em todos os detalhes e renovam a pintura. São construídos ranchos sobre a praia onde estes aventureiros permanecem em constante plantão durante a temporada. O olheiro em geral mais velho, mas, grande conhecedor da superfície do mar, logra visualizar o cardume que se aproxima e faz o corso ao longo da praia. Este é o momento de se realizar o cerco. Esta forma de pescar tem gerado polemica pois alguns chamam de “lance” e outros chamam de “lanço”, é uma discussão interessante de gramática buscando a origem do termo. De qualquer forma, as canoas são retiradas dos cofres, na sua maioria centenárias, mesmo porque hoje o garapuvu, árvore com a qual se as fazem, já não pode mais ser derrubada. É uma planta interessante que floresce abundantemente com flores amarelas e colore as matas com suas copas exuberantes. Produz uma vagem com uma semente achatada dentro. Amadurece, seca e abre, largando ao vento um envelope que viaja longe girando freneticamente até tocar o solo de onde sai uma baga achatada e ovóide. Esta baga é largamente usada em artesanato até mesmo como ficha de jogo. As crianças se divertem esfregando-a no chão e tocando no amigo que leva susto com a temperatura que ela alcança e retém. As embarcações são batizadas com nomes variando entre o afetivo familiar, homenagem ou pilheria. Tem uma tripulação de sete pessoas com quatro remadores, dois manobrando a rede um pelo cabo (corda) e outro pela chumbada e o sétimo geralmente o proprietário da “emenda”, que governa e dirige o barco com pequeno remo e com grito próprios determina os passos do arrastão. Na temporada da tainha tudo se transforma. A produção é limitada à praia, sofrendo competição dos barcos de pesca profissionais, equipados com instrumental que leva grande vantagem sobre os artesanais. Talvez não tenha outra pesca de temporada mais importante é tão esperada como esta, pela fartura, seu produto gera um incremento na economia do pescador que permite regularizar seus compromissos. Desconheço se o papel que representa na nossa região se repete de maneira tão intensa em outros lugares. O aspecto social é muito grande com interferência em todos os setores e camadas sociais do litoral catarinense onde ela é pescada. Em todo trajeto há a desova com a conseqüente fecundação dos ovos e proliferação. Em locais favoráveis os pescadores as apreendem com suas tarrafas muito bem manejadas que são atiradas, se abrem e afundam na água criando movimento de dança como um balé repleto de graça, cadencia e harmonia. Elas quando aqui cruzam, estão gordas em torno de dois quilos com ovas e outras mais magras porque já desovaram. Existem tainhas que se desenvolvem retidas em águas locais, não tem o mesmo sabor e são rejeitadas porque não são do corso. Após a descoberta que a fruta da aroeira é a pimenta rosa do Frances passamos a governar a tainha, preparamos a farofa com as ovas e após salgar cobrimos seu corpo com maionese e sementes de aroeira, levamos ao forno e deixamos a assar até ficar dourada sem secar. Em Florianópolis é uma honra conseguir comer tainha do primeiro arrastão e a pergunta que se faz é a seguinte – Já comestes a tua tainha? O forte cheiro que exala ao ser frita ou assada denuncia seu consumo em todos os cantos da cidade. A população se mostra alegre porque a tainha chegou. Referência- Dados técnicos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tainha

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Novas visões da pele

Novas visões da pele

A pele como deixamos por relatar, é um órgão complexo e definido.
Em análises de laboratório foi possível demonstrar que em nosso epitélio existem muitos elementos.
Para um homem com peso de 70k e 1,70m de altura, a pele pesa 4 quilos e tem o volume de 4 litros. Em 1 centímetro cúbico de pele existe 1 metro de vasos sanguíneos (veias e artérias), 6.000.000 de células, 100 glândulas sudoríparas, 4 metros de nervos, 15 glândulas sebáceas, 5 folículos pilosos e 5000 de corpúsculos sensitivos, desta maneira fica evidente que a função sensitiva da pele é muito desenvolvida. Temos corpúsculos para cada função sensitiva entre tato, calor, frio, etc. a única sensação que se vale de todos alem dos seus é a dor.
Dor é o maior sinal de alerta e defesa que homens e animais têm, pois defende das agressões do meio ambiente, educa auxiliando no condicionamento, produz medo e evita acidentes. Sem dor a pessoa pode tocar numa panela quente, queimar a mão sem perceber. Queimaduras simples como a solar produzem dor e reagem estimulando a produção de melanina que provoca manchas na pele como aquelas que aparecem nas mãos das pessoas que dirigem seus carros sem proteção de luvas ou filtro solar.
O sistema nervoso com seus ramos e terminações percebem frio e calor. Nas condições de frio utilizamos roupa de lã que aquece ao criar uma camada isolante de ar entre o corpo e o ar frio que circunda impedindo a perda de temperatura. Os vasos sofrem contração diminuindo seu calibre para evitar a dispersão de calor denunciada pela palidez.
Diante do calor os vasos da pele sofrem dilatação e provocam vermelhidão tanto maior quanto maior for a concentração de vasos. Assim a temperatura é dissipada com auxilio da evaporação do suor que rouba calor, este é um dos mecanismos de compensação e controle. A temperatura do corpo aumenta por fatores externos como o calor do dia ausência de vento e por fatores internos como exercício, emoção e ingestão de líquidos aquecidos ou álcool.
O tato é o sentido responsável pela intensidade do relacionamento entre corpos assim como pela definição da característica dos objetos através da textura, arestas e superfícies, condições que informam pés e mãos e orientam os deficientes visuais.
A degeneração produzida pelos raios ultravioleta A e B é cumulativa somando o tempo de exposição com a intensidade da fonte energética e o malefício tarda, mas, não deixa de aparecer em geral na idade madura.
Costumamos dizer que o abuso do sol na juventude é o câncer de pele da maturidade.
O homem ao longo dos anos instituiu a pintura da pele como adorno associado à utensílios na cabeça como cocar e depois o chapéu. Entre os índios as pinturas serviam para gerar uma imagem feia com intenção de amedrontar o adversário e de certa forma repelir insetos uma vez que atua também como filtro e repelente. O habito de utilizar protetor solar com aplicação renovada varias vezes ao dia aumenta enormemente a proteção, reduzindo as alterações e a degeneração da pele.
Na sociedade a pintura da pele serve para encobrir defeitos de forma ou cor e realçar os traços mais belos ou assim considerados.
A indústria cosmética se vale muito deste costume entre os povos criando sempre novos produtos contendo novas ilusões. O sabonete nos preocupa, com eles as pessoas removem toda gordura natural e como conseqüência a pele fica ressequida, para diminuir esta conseqüência foram criados, cremes hidratantes, pomadas, loções que são ricos em gordura sem água.
A população brasileira que acredita mais nos produtos importados, elege e completa sua penteadeira ou bolsa de maquiagem valendo-se de marca, preço, modismo, conselho de amigos e outras crenças sem saber exatamente que drogas os compõem e nem a sua capacidade de cumprir o prometido nos rótulos ou bulas.
Passado algum tempo, abandona o cosmético em uso sem valorizar o benefício não obtido, em direção às novas promessas dos novos lançamentos.
Se pelo menos cuidarem do excesso de exposição ao sol, principalmente em horário desfavorável, então este escrito cumpriu seu papel.

Papel social do vinho

O vinho tem forte papel social. A qualidade do vinho esta ligada ao espaço social onde ele esta inserido seja nas citações históricas e ou religiosas. Se a platéia é amante do vinho do tipo garrafão, sem demérito para ele, este será o vinho ideal para ela. Geralmente adocicado, rotulado de vinho de mesa suave, sem uva dominante declarada gera um vinho quando tinto de cor intensa (que pinta o copo), com forte aroma e sabor de uva qualificando-o como frutado. O teor alcoólico geralmente é baixo com vida curta e a acidez elevada que favorece a conservação mais prolongada. Há um fato interessante relacionado com este produto, foi ele que manteve economicamente viva a indústria brasileira de vinho, mesmo competindo com os chamados “vinho fino” que eram importados com amantes abonados que deles se serviam. O termo vinho é exclusivo da bebida que resulta da fermentação de uva. Toda fruta com maior ou menor teor de açúcar que permita fermentação alcoólica produz um mosto que tem condições de evoluir para vinagre como maça, frutas vermelhas, uva e suco de cana. Quando a fruta não é uva do seu fermentado o que resulta não é vinho ainda que as vezes sejam chamados de vinho de laranja, de maçã, etc, na verdade estão mais próximos da cerveja do que do vinho. Todo vinho tem um processo de apuração de suas qualidades que envolvem um tempo, depois da decantação em tonel inoxidável, para merecido repouso em tonel de madeira ( carvalho europeu de preferência) onde vai respirar e ganhar características próprias da uva dominante e da madeira. Depois quando bem nascido, são envasados em tipos variados de recipientes para seguir o tratamento que apura e modifica suas qualidades organolépticas de cor, corpo, sabor, aroma e outros predicados. Permitem bons vinhos as uvas européias como, cabernet sauvignon, merlot, bogonha, carminére, malbec, pinot noir, Saint Emilion tinta, shiraz, barbera, tannat, toruga, tempranillo,etc, para vinho tinto e carbenet franc, chardonnay, chablis, sauterne, Saint Emilion branca, moscato, riesling, etc, para vinho branco. As uvas norte americanas e as canadenses não são venéficas, são catalogadas como de mesa. Em geral elas são as mesmas que recebem nomes diferentes nos vários países produtores, assim acontece quando são chamadas em francês, português, italiano ou outra língua. Cada região da terra tem seu solo com características particulares produzindo a mesma uva e vinhos com características particulares diversas. No Brasil o solo é ácido e sua vocação é para produzir espumantes de boa qualidade enquanto o vinho obtido é apenas bom. Quando tem que interferir na elaboração para obter melhor qualidade, o custo de produção será maior, encarecendo o produto final sem contudo lhe dar qualidade ideal. Historicamente há um fato interessante relacionado ao vinho e ao ovo. A clara batida agrega partículas em suspensão e as precipita, facilitando a decantação. Este processo e o material utilizado geraram o verbo clarear e o adjetivo claro e daí sinônimo de limpidez. O vinho armazenado pode, ao envelhecer, depositar partículas ao longo da garrafa deitada, esta condição não o desqualifica e consiste na borra. Temperatura constante em lugar ventilado e seco, sem trepidação, pouca luz e silencioso é o ambiente ideal para guardar deitadas as garrafas. Ao momento de servir os movimentos devem ser lentos, sem agitar a garrafa e transportar na mesma posição em que estava armazenada. Não é feio deixar os acúmulos ásperos que estejam sobre a garrafa em sua superfície externa. Eles não devem ser removidos, pois na tentativa de devolver brilho à garrafa o liquido é mobilizado e levanta o deposito, turvando o conteúdo. Cada tipo de vinho tem sua temperatura ideal e nenhuma bebida deve ser ingerida muito gelada, pois anestesia a língua e impede a degustação. Os vinhos tintos são muito generosos em aroma e sabor melhor percebidos em temperatura ambiente ou levemente refrescados, jamais gelados. Em lugares frios as garrafas são colocadas junto à lareira para aquecer e beirar os dezoito graus de temperatura que é a ideal para os tintos Em geral o bom vinho tem custo mais elevado e pode se tornar inacessível, assim mesmo sempre terá um com preço compatível. Como conclusão prática apesar de toda teoria, o melhor vinho é aquele que você gosta e que cabe no seu bolso.

Continuando com o vinho

Continuando sobre vinho O vinho diante da nobreza de sua origem e qualidades desenvolveu todo um arsenal de materiais para corresponder à sua produção e consumo. Tonéis e barris inicialmente em madeira e delas o carvalho europeu possui qualidades químicas em sua seiva que interfere no sabor do vinho em seu envelhecimento. Hoje os tonéis de fermentação são construídos com aço inoxidável com temperatura controlada para depois sem contato com o ar transferir para os barris de madeira. Ao final do tempo quando o mosto o permite é mantido estacionado até atingir o auge de sua evolução para ser engarrafado e colocado no mercado. Dependendo da qualidade do vinho os envases são de características diferentes. Algumas em caixa de papelão aluminizado, garrafões de vidro ou plástico para finalizar em garrafas de paredes espessas, gargalo longo e fundo côncavo geralmente de cor verde e transparente quando o vinho é de melhor qualidade. O vinho como toda bebida viva, continua sua fermentação dentro da garrafa Toda bebida viva que permite conservação sofre com ação da luz alterando sabor e cor e isto exige cuidado para armazenar. O vinho exige repouso sem grandes movimentações e quanto maior for o silencio melhor. A temperatura interfere e altera intensamente o sabor e o torna decrepto com muitas partículas em suspensão sem possibilidade de consumo. Uma experiência interessante foi desenvolvida por Portugal que lastreou várias caravelas com vinho de maneira que ao viajar no mar ele sofreria movimentação continuada e cruzava temperaturas diferentes e no final da viajem era submetido as devidas analises, estes vinhos ficaram conhecidos como “vinho sem rumo”. Ao entrar como a alma do jantar disputa espaço com o prato principal, mas, deve proporcionar equilibrio de maneira que o sabor da comida não encubra as sensações do vinho nem este supere os predicados do alimento. Pratos de sabores delicados exigem vinhos de características igualmente delicadas quando o prato é de sabor marcante exige então vinho encorpado com personalidade definida para respeitar a pretendida harmonia. Para Winston Churchill não há hora para beber nem tipo de comida que não seja bem acompanhada por champanhe. Temos delas três tipos divididos segundo teor de açúcar que a deixa doce, meio doce ou seca e em condições especiais temos a extra-seca que talvez seja a mais apreciada. Os espumantes brasileiros gozam de maior prestígio que seus vinhos entre os apreciadores de todo o mundo. O solo brasileiro, principalmente na região onde mais se produz uvas é no sul próximo do litoral onde o granito predomina e com ele a acidez, o interior onde o basalto é abundante e predomina o solo é menos ácido. Dos vinhos brancos dos mais apreciados são os de uva chardonay e chablis. Entre nós o vinho branco se tornou popular com os vinhos alemães que predominavam os da uva riesling de pouca personalidade. Dos tintos os mais vibrantes tem sido os das uvas malbec e carminère seguido pela pinot noir, cabernet sauvignon e merlot. As mesmas uvas recebem nomes diferentes em vários países. Num jantar, se ajudar, calcula-se a quantidade de vinho necessária para servir durante o jantar aplicando a equação : “n-1”, ou seja, a quantidade de garrafas será igual ao numero pessoas convidadas menos um. Isto alcança para servir durante o jantar, se servir antes ou continuar após a refeição, esta previsão fica prejudicada e perde seu valor. Hoje já estão suficientemente conhecidos os cálices específicos para cada tipo de vinho, água, na verdade para cada tipo de bebida tem um copo ideal. Utilizando o computador, pesquisar no site “Calici da degustazione” ou simplesmente pedindo “cálice de vinho”, permite apreciar grande quantidade de tipos e modelos. Os ideais são aqueles que têm haste longa, pé amplo e copa bojuda com a boca mais estreita. Seguram-se na haste para não tocar na copa, pois produz alteração da temperatura e a suja com gordura da mão. A boca é estreita e não é deselegante aproximar bem do nariz para perceber melhor e identificar os aromas que são muitos. O importante é que sejam de cristal, com paredes finas, transparentes sem desenhos ou pinturas, elevam o sabor e permitem boa análise da cor, brilho, reconhecer seu aroma e aproveitar a degustação. Voltaremos ao assunto falando sobre os aspectos médicos ligados ao vinho.

Mutirão dos escalpelados

Mutirão dos escalpelados Chamamento feito e aceitação incontinente, não fosse pelo entusiasmo que tenho por este tipo de atividade médica que sempre invejei quando ouvia as notícias sobre os médicos sem fronteira, que voluntariamente se dispunham a abandonar todas suas atividades e ir em grupo atender as necessidades de alguma gente onde ela estivesse. Sob este sentimento já estivemos na Palestina para operar crianças com lesões produzidas por explosão de minas das guerras na região, atendemos solicitações para operar lábio leporino e palato aberto no Ceará, Mato Grosso, Goiania, além de realizar, em Florianópolis, movimentos com o mesmo espírito, mirando câncer de pele, reconstrução de mamas. Na região amazônica, não tem estradas, toda mobilização é feita utilizando barcos. Recentemente, estivemos em Macapá para operar pessoas que tiveram seus cabelos e couro cabeludo arrancados pelo eixo dos barcos onde viajavam. Nestes barcos vão às compras, saem para vender seus produtos de extração (borracha, açaí etc), peles, peixes e fazer sua economia. As crianças vão à escola diariamente em viagens de ida e volta. Os barcos onde mais comumente ocorrem os acidentes são chamados de catraia. Têm em torno de doze metros de comprimento por 1,5 metro, são rasos, com pouca borda e, por consequência, o forro é bastante elevado, com pouca profundidade. Ao navegar, os passageiros se mobilizam com quedas, ou auxiliam na retirada de água. Ao abaixarem seus cabelos, enrolam no eixo que, com movimento firme, arranca o couro cabeludo. Pensamos: por que deixam cabelos soltos? Não há como, todo o tempo, cuidar destes detalhes. O povo, por sua vez, tem predominância de cabelos lisos e os usam longos como critério de beleza, o que facilita o infortúnio. Tudo, barco, seu uso, descuidos fazem parte da cultura local, que vem sofrendo interferência dos órgãos competentes com educação continuada da população nas escolas e campanhas. O número de casos vem diminuindo, o Amapá relata com orgulho que, neste ano, não aconteceu nenhum acidente desta natureza. Acontece que o problema é endêmico de toda Amazônia, onde está reduzindo o número, mas demorará a desaparecer. Entretanto, as pessoas que já sofreram o escalpo têm os defeitos constituídos necessitando de tratamento. Nossa experiência anterior era com acidentes ocorridos aqui mesmo em Santa Catarina, onde o agente causador eram os engenhos de farinha movidos por bois ou roda d´água onde no seu interior existiam polias e correias que giravam todo o tempo em altura suficiente para que pessoas de estatura não muito avantajadas caminhassem livremente. Na hora da atividade, esta movimentação gerava uma circulação do ar com sucção ascendente e as mulheres tinham seus cabelos longos e soltos aspirados por esta corrente de ar com o mesmo destino e consequente arrancamento. O tratamento se resumia ao transplante livre de pele, obtido em outros locais do corpo que vestia satisfatoriamente toda a área cobrindo os ossos do crânio, mas não lhes podia devolver os cabelos. Na época, apenas a peruca melhorava o aspecto e algumas apenas usavam um lenço na cabeça. Esta ainda é a conduta no local onde fomos atender os atingidos. Hoje contamos com uma prótese de silicone que consiste numa bolsa que é inflada lentamente e distende o couro cabeludo, permitindo dobrar sua extensão e cobrir boa ou toda porção perdida, melhorando enormemente o aspecto final. Outro segmento muito atingido é a sobrancelha, que é incluída na área perdida junto com as orelhas, parcial ou totalmente. A ação é limitada na medida em que a lesão é mais extensa e impede um tratamento efetivo, entretanto, se as sobrancelhas estão presentes e as pálpebras não tracionadas para a testa, a peruca permite a cobertura mais natural. Tivemos a felicidade de poder, durante três dias, participar das cirurgias realizadas em 52 pacientes que necessitavam de cuidados variados, todos ligados ao escalpe. Realizados estes procedimentos, nosso retorno é necessário para organizar o tratamento com enchimento dos expansores até princípios de setembro, quando serão finalizadas as expansões, permitindo a migração do couro cabeludo. Apesar de longa viagem, as funções compensadoras e as atrações locais como o “Marco Zero” sobre a linha por onde passa o Equador, conhecer os costumes dos ribeirinhos, sentir o espírito brasileiro quando o estádio é construído, de forma tal que cada campo fica num hemisfério e tem o nome de “Zerão”. Sem a participação do governo do Estado do Amapá, esta movimentação não poderia acontecer. Jornal – Diario do Sul – seção colunistas – dia da semana quinta feira cidade: Tubarão, S.C.