quinta-feira, 14 de junho de 2012

VIAGENS ENTRE FLORIANOPOLIS E TUBARÃO

Já comentamos a aventura que consistiam as viagens pela serra ligando Florianópolis com Tubarão. Todos os jovens que terminavam o ginásio e necessitavam ou desejassem evoluir nos estudos dependiam ou de Florianópolis ou de Porto Alegre. Para tanto aqueles que estudavam nesta época entre 1955 e 1965 viajavam para alcançar seus objetivos. Começava o período de sacrifícios, separação e afastamento de casa e afetos, para viver com estranhos de hábitos pessoais e costumes diferentes por exigências ou desleixo, numa pensão ou republica. Angustia, expectativa e medo diante do incerto futuro, eram os sentimentos de maior intensidade que recaiam sobre todos. O elo que os unia à origem era justamente a empresa Santo Anjo da Guarda que disputava espaço com a também empresa de ônibus chamada Catarinense. Todo carinho era dirigido à empresa que representava a nossa casa com a qual podíamos interagir e fazer especial intercambio como se fosse um correio particular que levava e trazia encomendas, mesada, medicamentos cartas e bilhetes. Fazendo parte da vida de todos que circulavam para estudar, dependiam e confiavam nela. Em suas viagens muitas coisas raras aconteciam em geral cercadas de bom humor, pois as normais se perderam no tempo. Os ônibus não eram tão grandes tinham a cabine e o cofre do motor lançado na frente depois é que criaram o gostosão cuja cabine avançou englobando o motor ficando quadrado na frente, Entre os bancos foram mantidas as tiras de couro para passageiros extras, mas, quando lotava alguns eram colocados sobre o teto junto com as bagagens com as pernas pendentes nas laterais. Os carros seguiam devagar em razão da baixa potencia dos motores e da qualidade do piso das estradas. Numa das viagens ficamos todos constrangidos com um caixão de defunto colocado entre as malas, mas, de qualquer forma separado de nós. Lotou o ônibus e o passageiro foi convidado a embarcar com as bagagens no teto. Ao iniciar a chuva ele não teve dúvidas alojou-se dentro do sarcófago e não tardou para que outros passageiros fossem também ali acomodados. Num dado momento por curiosidade o ocupante do ataúde levantou a tampa e de dentro perguntou se havia acabado a chuva. Não precisa dizer que com a pouca velocidade não sobrou ninguém, pois saltaram gritando em pleno movimento. Sem saber o que passava o motorista parou e foi conferir a causa da agitação. Noutra feita, ônibus lento, curva após curva, poeira, pessoas não acostumadas, sobrevinha o enjôo. E foi assim que uma senhora pediu rapidamente que a janela fosse aberta e lançou todo o lanche da última parada. Logo em seguida após insistente suplica o motorista parou o veiculo. Parados, todos foram em grupos procurar algo perdido uma vez achada e devidamente limpa a dentadura voltou a compor novamente o sorriso da felizarda que a todos agradecia. A viagem seguiu sem outro percalço.

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