sábado, 14 de julho de 2012

Sugestão de passeio/ viagem na serra catarinense

Sugestão de passeio/viagem na serra Catarinense. Quando criança viajava por estes caminhos acompanhando o seu Solon meu pai que dava orientação e assistência logística àqueles que haviam comprado na Ford de Tubarão, carro, trator, caminhão ou máquina de costura Singer (à época chamada de magrela pois tinha o corpo fino e delicado depois ficou espesso como as de hoje). Assim andávamos por todo o sul do estado e pela serra, sempre gostei de viajar. Hoje contamos com estradas em condições, senão muito boas, no mínimo aceitáveis e as antigas viagens passaram a ser belíssimos e repousantes passeios. Ainda na época da Sotelca, enquanto ela estava implantando suas linhas de transmissão elétrica, surgiram várias dificuldades, uma delas era a travessia dos aparados da serra na distancia mais curta possível em relação à usina. Participando intensamente provocou a abertura do Passo do Corvo Branco. Obra de grande arrojo e precisão. Dele faz parte impressionante corte de oitenta metros de altura de parede no corte da rocha (equivale a um edifício com 26 andares sem contar o térreo). Para visitar, o caminho é via Grão Pará, cidade desenvolvida, de pequeno porte, muito bem traçada com ruas largas, boas casas, limpa que lhe confere aspecto agradável de extrema simpatia. Junto a ela um rio desce da montanha com leito pedregoso cheio de corredeiras, quedas d´água de pequena monta com harminico, belo e espumoso movimento enquanto serpenteia por entre as variações do relevo ascendente. Até lá, via Braço do Norte, a estrada é asfaltada, depois é piso de terra em boa conservação sem buraqueira ou bolsões de lama, transportando a gente para o tempo em que todos os caminhos eram assim. É maravilhoso subir a serra com moderada inclinação, apreciar as sucessivas mudanças da vegetação lateral, por vezes ainda marginada por capim limão ou cana cidreira (alias excelente tempero para peixes como recomenda a cozinha Tailandesa), a nossa frente, a força da natureza cresce. É necessário viver esta aproximação para poder sentir, cada qual com seu sentimento para descrever a própria emoção ao ver aquela parede imensa de pedra, aparentemente recortada com serra tico-tico para obter desenhos cuja magnitude de detalhes em caprichosa delicadeza a natureza logrou construir com seus cânions. Neste momento estamos ainda ladeados por campos e distante a poucos quilômetros, podemos apreciar a estrada desenhando seu zig-zag na parte inicial seguido por aquele imenso corte na rocha pura que mostra o quanto é grande a capacidade de trabalho do homem no uso da sua inteligência por mais ousado e difícil que seja seu projeto. A natureza ao colocar esta barreira, seguramente com tremendo terremoto onde a terra se fendeu subindo uma borda ou baixando a outra, gerou esta parede que em alguns pontos apresenta-se vertical com muitos metros de altura e ao tempo selecionou flora e a fauna acima e abaixo, mantendo neste intervalo a sua própria com plantas pitorescas com enormes folhas dentadas. Alcançado o planalto há um mirante que oferece uma belíssima visão que em dia claro permite ver até o mar e todo trabalho de escultura do relevo em frente. Ao buscar Urubici há a indicação para conhecer o morro da Igreja onde esta locada a estação da Sindacta que controla os vôos nacionais e internacionais desta região, além de ser o ponto mais alto do sul do Brasil tem um mirante que permite ver a curiosa e bela Pedra Furada produto da ação da erosão eólica importante no local e também ao longe o vazio criado pelo cânion do mesmo nome vizinho do cânion de Malacara. Existem deliciosas pousadas e interessantes restaurantes além do importante centro de criação de trutas (Truta Azul) onde se pode pescar e degustar este delicado petisco ou simplesmente comprar bolinho, file ou peixe inteiro. É possível comprar pequenos alevinos que podem ser engordados até no litoral em clima mais quente. Para aproveitar estas maravilhas pode sair de Tubarão ou Criciuma através de Braço do Norte e de Florianópolis através de Rancho Queimado, Anitápolis, Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna para atingir Grão Pará e depois o corte do Corvo Branco. Saia cedo, experimente o frio, aproveite todo o dia, tempo seco tem boa visibilidade, mas, não tem neve.