terça-feira, 20 de novembro de 2012

Final de semana com os netos

Final de semana com netos, Sem dúvida nenhuma é uma dádiva divina. No alto da serra do Rio dos Bugres ( serra do mar) próximo à Rancho Queimado, há 35 anos, compramos parte do terreno que havia sido utilizado pelo estado para pagar o trabalho de construção da antiga estrada entre Florianópolis e Lages sobre o trajeto dos tropeiros, hoje leito da BR 282. Esta área fica em região fria com geadas freqüentes, cerca de 850 metros de altura foi entregue ao esposo da irmã da minha bisavó, portanto, meu tio bisavó. Ali estabelecemo-nos com uma casa de madeira que oferece conforto suficiente sem luxo, mas, com muita praticidade. Pouco a pouco plantamos pinheiros dos quais já colhemos pinhões, mantemos pequeno lote de carneiro e uns açudes de tamanhos variados cuja água é oriunda de fontes profundas em quantidade suficiente. No menor mais próximo da casa tem carpa colorida decorativa, nos outros tem algumas carpas capim e tilápias do Nilo. Durante alguns anos tentamos pescar estes peixes para controlar a população sem lograr apanhá-los, agora aprendemos. Eles são manhosos e comem apenas o que fica na superfície e nada do que afunda, então não há chumbo nos nossos anzóis. Como são tratados com ração para peixes, esta passa ser a boa isca assim como também o miolo de pão, minhocas não servem pois são vegetarianos. Como elas furam os barrancos a barragem deve ser protegida com tela de plástico para não ser derrubada. Passamos o final de semana com os netos um de oito anos e outro com 1,6meses, seus pais e tios. Primeiro eles correm muito o mais velho tem olhos e cabelos castanho claro, muito ativo e astucioso seu irmão e loirinho com marotos e expressivos olhos azuis que acompanham sorrisos por vezes debochado apesar da idade. Não fala, mas, seu dedinho dá ordens constantemente definindo bem a sua vontade. Conduzido por intensa curiosidade não dá descanso a ninguém pela sua agilidade parecendo ter mais de duas mãos, alem de todos subestimarem sua força. O cachorro, o galo, ganso, pato, galinha, vaca, bezerro, carneiro, sapo, peixe, mariposa tudo é nova informação e é motivo de andanças seguindo seu dedinho na procura para satisfazê-lo. O mais velho, sem demonstrar ciúme, trama suas próprias artes. Sai sozinho para pescar, leva consigo um arco que o faz juntar varetas para usar como flecha e caniço de fibra que desconhece como utilizar. As tentativas sucessivas de arremesso provocam novelo de nylon e anzol impedindo seu uso. Frustrado o pai deixa verter sua indignação e as longas conversas, tenta mostrar a inconveniência em repetir o desastre alertando para necessidade de aprender antes. Retornando à sua adolescência o pai montou um abrigo de varetas coberto por palha e uma fogueira entre pedras como se fosse um forno. Depois de produtiva pescaria utilizou os recursos da cabaninha para preparar uma carpa de tamanho significativo com 3k de peso que foi assada sobre uma grela em fogo de lenha e gravetos que resultou numa preparação com agradável sabor de defumado, acompanhadas de batata e arroz, suficientes para um farto almoço. O Tio contribuiu com outra de igual tamanho que foi assada no forno do fogão com o cuidado de encher sua barriga com couve manteiga cortada à Juliana para eliminar o sabor de terra comum nestes peixes. As carpas são peixes gordos que devem ser assados afastados da forma ou em churrasqueira onde a gordura possa pingar e a carne fique mais seca. Durante todos os momentos os netos participam e vivenciam as nossas atividades sob vigilância severa para não se queimarem. Esta convivência é muito interessante, pois o neto menor que não convive todo o tempo tarda, mas, não demora a vir pedir colinho para iniciar seu sono o que é altamente compensador. Por outro lado o maior que deseja aparecer pede à noite para jogar dominó e cai no sono no meio da partida por estar cansado ao mesmo tempo que luta contra a sua faceta infantil que o vence no final.

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