Coisas da cirurgia plástica.
Há o credo junto à população que é vantagem reunir mais de uma cirurgia para serem realizadas de maneira associada.
Esta é a impressão de vantagem que existe entre as pessoas que desejam uma modificação global alterando todas as áreas do seu corpo de uma só vez.
Não devemos esquecer que todas as cirurgias são iguais e que no caso da cirurgia estética o paciente não esta doente e a operação tem por finalidade promover o encontro entre o corpo e o espírito na busca da restituição e revigoração da auto-estima.
A expectativa que mexe com os sentimentos do belo e do bem estar às vezes libera o entendimento que tudo é possível e fácil.
Hoje sentimos existir uma espécie de competição entre os pacientes que comparam entre si volumes de prótese de silicone como se os tamanhos do tórax fossem iguais, nestes casos cada paciente tem um tamanho de prótese para ser implantada segundo seu corpo da mesma forma que variam os tamanhos dos sapatos.
Outra inocência é quando o paciente chega ao consultório encomendando um tipo de tratamento como se fosse a compra de quilos de comida ou modelo de vestido.
Isto é impossível, pois há um corpo e técnicas cirúrgicas que permitem resultados dependentes de indicação médica mantendo sempre nexo de causa e efeito.
Todos os pacientes são operados com o peso corporal do momento, passados dias meses ou anos qualquer modificação deste detalhe altera o resultado.
Na verdade o candidato à cirurgia vai a seu médico e confessa a ele que sua alma não esta satisfeita com determinado detalhe do seu corpo, cabe então ao médico avaliar, chegar a um diagnóstico e discutir com o paciente sua proposta de tratamento e não simplesmente aceitar a encomenda. A ação do médico é limitada por vários itens a serem observados que são de desconhecimento do paciente, mas, que fatalmente conduzem o resultado que pode ser considerado desconforme e gerar indisposição entre médico e paciente.
Hoje em dia com a teleconferência, programas de ensino continuado, revistas especializadas, internet, congressos, etc, o aceso à informação é tão grande que não existe mais o médico melhor ou pior informado. Como em tudo na vida, características pessoais fazem sim uma diferenciação sem, todavia, desqualificar ninguém. As sociedades especializadas e os Conselhos Regionais estão à disposição na internet, atendem por carta ou telefone, respondendo sobre quem é e condição do medico escolhido.
O curso de medicina é uno, as especializações são desenvolvidas após o curso regular, a constituição nacional reconhece o médico como capaz e aceita que pratique qualquer ato pertinente á profissão. No caso da cirurgia plástica completados os 6 anos de curso regular seguidos de mais 5 anos de especialização, portanto, implica em 11 anos de formação.
Preocupa-nos quando a escolha do médico é feita pelo preço. Na maioria das vezes leva o paciente a submeter-se à cirurgia com médico não especializado com grande risco de insucesso.
A maioria dos acidentes em cirurgia plástica está ligada à banalização do ato cirúrgico, abuso na solicitação ou indicação arrojada por excesso de segurança.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo em 2009 diante do alarmante número de acidentes desenvolveu uma pesquisa entre os ofendidos e encontrou um dado muito importante, 97% dos acidentes em cirurgia plástica, aconteceram nas mãos de leigos ou médicos não cirurgiões plásticos. Outro espaço que é preocupante está ligado ao crescente uso de material injetado como botox, polimetilmetacrilato, ácido hyalurônico, tatuagens e outros em razão das contaminações ou rejeições possíveis. A implantação de brincos (pearcing) na orelha onde tem cartilagem pode determinar infecção chamada de pericondrite e conseqüente destruição total da orelha com retrações e engrouvinhamento que a deixa com aspecto de couve-flor.
Todo paciente deve antes de qualquer cirurgia ser avaliado em sua totalidade seguindo os protocolos de segurança que se diferenciam em razão da idade e condições de saúde naquele momento. Nem todas as pessoas podem ser operadas nem atendidas em todas as suas pretensões.
Aliás, em medicina tudo pode ser feito algumas coisas não se deve fazer.
Por exemplo, após a cirurgia vem a pergunta, - Posso fazer exercício? - a resposta ideal se não for o momento é; - Pode, mas, não deve.
O médico não proíbe nem da ordem, ele dá conselho, segue quem for esperto.
sábado, 19 de novembro de 2011
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