Pesca de siri
Nome científico - Callinectes arcuatus
Os siris classificam-se cientificamente como Crustacea (carapaça dura) Decapoda (dez patas) Brachyura (cauda reduzida) da família dos portunídeos
Siri, crustáceo que vive no fundo do mar. Tem sua origem e reprodução em lagunas com águas rasas ou foz de rios onde a salinidade é mais reduzida. Assim chamados são muitos os tipos de siri. O chita” é aquele que tem cor branca com pontos castanhos espalhados na casca e pernas. Em águas mais profundas tem o “centelha” que aparece pequeno entre nós e muito grande na região do pólo sul com o nome de “centolha “. Difere do caranguejo que é próprio dos mangues e daquele das pedras conhecido como “goiá” estes tem as garras de tamanho diferentes.
Todos são extremamente apreciados na culinária praiana sendo servidos cozido ao natural ou com a carne desfiada compondo inúmeros pratos.
As lagoas do Encantado, Imaruí e Camacho na região sul do estado são dois criadouros naturais de siri que ganham o oceano nas barras do Encantado na praia do Ferrugem, Mar Grosso em Laguna e do Camacho junto ao farol de Santa Marta.
Junto a acidentes como pedras há uma maior aglomeração, destes animais porque ali encontram mais proteção e alimentos.
Comedores que são de detritos biológicos sem dieta definida, alguns vagam a noite pela orla do mar entre as ondas no afã de encontrar alimentos. Vivem semi afundados na areia de onde saem e voltam na sua caça constante por alimentos. Na escala zoológica são alimentos de alguns peixes como, garoupa, mero, borriquete, miraguaia ou outros como o homem.
Na região da praia da Jaguaruna que fica 23 km ao sul do farol de Santa Marta, é pescado a noite de diferentes maneiras.
Na sua captura é utilizada rede de arrasto tipo feiticeira, tarrafa ou “coca” em algumas regiões conhecida como “puçá” que consta de um cabo longo de madeira, bambu ou outro material, terminado por um aro de metal que sustenta e mantém aberta uma rede.
Primeiro era utilizada a coca de arrastar como um ancinho em que se montam um retângulo de ferro para fixar o cabo e a rede, este instrumento permite pescar sem luz sendo mais proveitoso quando utilizado em dia de lua cheia.
O outro formato é como o puçá com um anel de ferro fixado ao cabo que acomoda e modela o saco de rede sendo a modalidade que exige a utilização de luz.
Hoje com estas pequenas lâmpadas LED tão eficientes, tornou-se mais fácil.
Nós utilizávamos um facho em que uma quantidade de estopa de algodão embebida em óleo queimado era fixada na ponta de uma madeira em armação de ferro onde era ateado fogo. De tempo em tempo devia-se derramar sobre ela nova quantidade de óleo. Este aparelho era pesado e exigia um transportador a quem o esforço impedia de pescar alem de exigir atenção para não ser atingido por gotas do unto em chamas. Em volta dele se aglomeravam os outros pescadores, cada qual com sua coca e com movimentos rápidos e precisos cercavam o siri em sua fuga para águas mais profundas.
Na praia alguém recolhia em cestos ou sacos os siris pescados para manter as cocas vazias o que facilitava seu manejo. Desta situação nasceu a expressão “balaio de siri” que deseja relacionar o fato que dali ao se puxar um os outros vem agarrados um ao outro.
Isto é, quando muitos estão envolvidos em atividades semelhantes e aparece um erro dizemos que “se puxar um vem todos.”
A aventura durava algumas horas desde o seu início até o retorno com um saco destes animais como troféu da pescaria. Os siris têm capacidade boa ou má de respirar fora do mar, razão pela qual eles permanecem vivos até dia seguinte por um tempo aproximado de 12 horas ainda que por vezes a carne perca sua consistência normal ao que chamamos de ardida, sem condições culinárias.
Apesar da aparência estranha, este crustáceo é muito apreciado na nossa culinária.
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terça-feira, 9 de agosto de 2011
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