Barco a vela
O homem usou os troncos juntos ou separados para boiar, depois aprendeu valer-se do fogo controlado para escavar a arvore e fazer a piroga.
Em razão dos recursos, possibilidades e necessidades foi variando tamanho e formato até chegar numa canoa que tinha desenho e comprimento diferente se usada em lago, rio ou mar.
No começo o barco era impulsionado com paus ou varas, depois com os remos que lhes custava muito alimento para enfrentar o desgaste deste esforço.
Com a escravatura, obrigavam os conquistados a realizarem esta atividade em condições subumanas nas famosas e temidas galés.
Com o tempo foi observado que o vento movia o barco sem necessidade de remar ou facilitava permitindo o uso de maneira mista.
Muito tempo passou, atingindo até a nossa época quando Marconi, inventor que além de criar o radio também desenhou a vela triangular. Antes dele o que se tinha era a vela quadrangular que apenas empurrava o barco e dependia da direção favorável do vento para seguir viagem. Com a vela triangular houve grande avanço, pois permitiu navegar contra o vento.
Os barcos hoje equipados com a vela de Marconi movimentam-se porque verdade ela bloqueia o vento, criando uma área de vácuo na frente do barco, fazendo com que ele seja sugado e viaje quase contra o vento até um ângulo de 30 graus em reação ao eixo da rajada.
A qualidade da vela depende de muitos fatores como, corte e tipo de pano que aliado ao desenho do casco e conhecimento da tripulação é possível navegar em velocidades cada vez maiores.
Durante o período das descobertas as caravelas, equipadas com velas quadradas navegavam apenas com vento em popa, fazendo perder muito tempo na espera dos ventos a favor.
Florianópolis foi um porto seguro onde eles esperavam longo tempo pela temporada de ventos favoráveis que lhes permitisse viajar no rumo da Antártida e cruzar a ponta sul da América. Com o tempo foi descoberto e passou a ser utilizado o estreito de Magalhães que permitia navegar em águas protegidas. Os viajantes enquanto aguardavam, acontecia total integração, eram hospedados nas casas dos nativos, namoravam, casavam ou apenas procriavam. Abasteciam-se de viveres, água, frutas cítricas e madeira. Muitas histórias eram contadas, reais ou criadas, sempre lendárias com intenso tom de aventura coloridas pela exaltação da valentia.
Num momento os barcos mais famosos eram ingleses conhecidos por ”clipper” com três mastros e muitas velas, deles o “Cutty Sark ( 1869)” era exemplo de qualidade e por isso o mais famoso. Em razão da sua velocidade podia fazer maior numero de viagens ao oriente e transportar maior volume de especiarias, seda e outros produtos de grande valor econômico na Europa. Hoje é homenageado com o nome de um uísque e pode ser visitado no porto em Greenwich/Londres.
Com o tempo o barco a vela foi cedendo o seu lugar e a primazia de singrar mares e oceano, para o vapor, tamanho e capacidade dos navios já em aço,
O embalo e a faceta romântica que envolve este tipo de embarcação mantiveram sua construção e avanços voltados para recreio e competição.
O de recreio depende do poder econômico do armador e proprietário que o constrói com muito luxo e recursos.
A competição é o laboratório onde há maior pesquisa na busca de materiais leves e resistentes, mirando melhor rendimento e vitória. Os barcos menores chamados de monotipo, em geral dependem da escora realizada pelo marinheiro condutor que inclina o corpo para fora da borda e faz com seu peso a compensação da pressão do vento exercida sobre as velas.
Tanto no grande, chamado de barco de oceano como no monotipo, os tripulantes trabalham muito para controlar e fazer o barco navegar com velocidade e segurança.
Quando é competição a perícia é muito importante aliada à tática, conhecimento dos ventos, leitura das condições do mar e previsão do clima.
Neste caso o esforço é maior principalmente se for monotipo como aqueles utilizados nas olimpíadas e ou outros campeonatos.
Aquele que olha de fora apenas vê o romantismo sem fazer idéia do trabalho desenvolvido a bordo nem das privações a que se submetem os tripulantes dentro do barco de competição ou até mesmo em simples passeio.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário