Uso médico do PMMA
A utilização de polimetilmetacrilato surgiu diante da cirurgia plástica como uma solução milagrosa que rapidamente se difundiu.
Imediatamente a dermatologia se associou e em seguida ou simultâneo a “Medicina Estética” incorporou em seu arsenal de tratamento. Esta especialidade chamada de “Medicina Estética“ não é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como uma especialidade médica pois suas ações são realizadas por especialidades já definidas e afins que se preparam para tanto como a dermatologia e a cirurgia plástica.
Utilizando acrílico auto polimerizavel também conhecido em ortopedia como cimento ortopédico, material utilizado como fixador de prótese de quadril ou joelho que pode também substituir pequenos segmentos ou falhas ósseas, foi transformado em micro esferas que são injetadas sob a pele ou dentro do tecido celular sub cutâneo para produzir volume e apagar defeitos como rugas, sulcos ou reduções de volumes de ossos da face.
A avidez na venda, sob a égide de ser inócuo, o material foi apresentado a médicos de qualquer especialidade como garantido sem potencial de produzir problemas.
Iniciaram assim, por orientação do fabricante a aumentar nádegas, corrigir perfil facial, mentos e outros problemas injetando cada vez maiores volumes.
Tardou não mais que quatro anos para iniciarem os problemas cuja gravidade era inerente ao volume e ao local preenchido.
Assim temos hoje nádegas com enormes bolas endurecidas, pequenas bolotas em rosário nos lábios, verdadeiros desastres com faces deformadas, onde elementos nobres como nervo facial estão intimamente envolvidos o que impede a sua remoção. O problema maior que ultrapassa o risco do próprio produto é o conceito de segurança apresentado pelos responsáveis dos cursos de apresentação e demonstração do seu uso que seduz médicos de qualquer especialidade desprovidos do menor sentimento de estética ou crítica, a utilizarem o material.
Dentro da cirurgia plástica já existem inúmeros colegas abominando e condenando a sua aplicação em razão dos inúmeros acidentes que aparecem em seus consultórios anos depois da aplicação.
Geralmente ocorrem depois da aplicação de volumes superiores aos recomendados. Aumenta o risco quando utilizado por não médico, pelo quanto representa ser simples seu manuseio.
Todavia ainda é utilizado por especialistas cuidadosos em mínimos volumes em situações muito especiais.
Não é recomendado em quantidades maiores na profundidade pois as reações ao volume se exteriorizam apenas quatro a cinco anos depois sem possibilidade de tratamento, dependendo do local aplicado.
Atraído pela condição de durabilidade, por não ser absorvível utilizei o PMMA, sempre em volumes mínimos e talvez por este motivo não me tenha ocorrido nenhum problema.
Por necessitar de preenchedores, hoje abandonei seu uso em favor de produtos absorvíveis cujos resultados perduram cerca de dois anos, mas, compensam por não produzirem desastres não tratáveis.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
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