terça-feira, 9 de agosto de 2011

O que fazer com o siri

O que se pode fazer com siri?
Primeiro cuidar para não receber uma mordida que machuca e dói.
Quando a pescaria era farta se retornava cedo com o saco de siris que em latas de querosene eram cozidos sobre fogueiras no quintal, seguido de rústico, mas, delicioso banquete repleto de curiosos instrumentos ou taboinhas para quebrar as garras. Acompanhava caipira, cachaça ou cerveja naquela época era fabricada em Tubarão, numa cervejaria locada a margem da estrada da Guarda próximo ao morro do Formigão junto ao pilar sul da ponte da BR101 sobre o rio do mesmo nome.
Quando pescado a noite resiste com vida até o dia seguinte, assim alguns exemplares eram guardados para fazer o “arroz de siri”, eventualmente chamado de rizoto, a ser servido no almoço.
Para este prato primeiro se limpa o siri crú, separando as garras e as pernas. Depois levantando e retirando a oveira, aparece um orificio longo que permite segurar firme a casca com uma mão e com a outra o corpo. Ao levantar a carapaça separando-a do corpo, abre-se e expõe uma cavidade na parte central ladeada pelos hemicorpos que são recobertos por uma formação filamentosa. Retiram-se as estruturas esponjosas que são os pulmões, cortam-se ao meio separando em dois corpetes. O conteúdo deste espaço pode ser aproveitado ou não, pois a maior parte é gordura e ova que estão ali armazenados. Existem algumas pessoas que acreditam ser este conteúdo dejetos e excretas, portanto, a sua utilização depende do credo de cada um, mas, se aproveitarem lograrão maior sabor.
Para o arroz, aproveitamos as garras, o conteúdo cremoso, os corpos com as pernas e coletamos raspando o restante da ova metida nos cantos da casca na intimidade das pontas laterais.
Juntamos tudo ao tomate, pimentão, cebola e alhos, refogados com pimenta do reino que quando devidamente cozidos e com o sal regulado recebem siri, arroz e água em volume suficiente para cobrir tudo com dois dedos horizontais.
O manjerição ou a alfavaca são regionais e opcionais. Como em toda cozinha os volumes dos temperos é a gosto e não devem cobri o sabor do elemento motivo do prato, neste caso o siri.
Tampar a panela e deixar cozinhar até que o arroz esteja pronto. É um prato do tipo lambe/lambe pois deve-se comer também com as mãos para melhor aproveitar do siri tudo que ele pode dar e depois lamber os dedos.
Nestes casos é bom colocar lavandas, pequenas tigelas com água e gotas de limão para limpar os dedos. Os guardanapos podem ser de papel absorvente.
Outra forma de preparar esta iguaria é o “suflê” que preparado refogado junta-se com a carne do siri, creme de leite ou leite de coco, clara em neve misturando levemente. Assar em forno pré aquecido (180/200°C) em recipiente individual ou travessa refratária.
O quitute mais comum é o “croquete” em que a massa é frita em bolas.
A “casquinha de siri” é a carapaça preenchida com massa de carne de siri coberta finamente com farinha de rosca, frita até dourar mergulhada em óleo bem quente.
Sua carne pode ser usada sozinha em maionese de batata ou misturada com camarão.
Não podemos esquecer do excelente omelete, da saborosa fritada e nem do pastel ou empada de siri ensopadinho.
Aqui em Florianópolis, na paria da Joaquina, nasceu um grande croquete a base de siri, batizado pelos surfistas de “torpedo”, assim conhecido pelo seu tamanho, conteúdo e capacidade alimentícia.
De todos os tipos de siri que existem, o “garra azul” é o mais cobiçado pois tem mais carne e melhor sabor.
O siri tem a oveirade forma triangular que fica por baixo e atrás, larga quando é fêmea e triangulo estreito quando macho.
Consute meu Blog : “Rodrigo d´Eça Neves; Cirurgia Plástica Dúvidas, Soluções e Humor.”

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