terça-feira, 9 de agosto de 2011

Nariz


rodrigodeca@gmail.com
O nariz é um segmento de extrema importância na composição da face.
Ele participa do belo, feio, caricata, representa caráter, impõe e simboliza.
É classificado em três grupos básicos com formas dependentes das etnias da raça humana. Caucasiano quando tem o corpo fino, ponta delgada, orifícios posicionados no sentido antero - posterior e as asas não ultrapassam os limites da linha que é baixada verticalmente a partir do canto interno da fenda palpebral. Oriental é aquele cujas asas chegam a ultrapassar as mesmas linhas laterais antes definidas, dorso com pouca projeção representando achatado como se estivesse sofrido trauma, as fendas são posicionadas no sentido latero-lateral. O terceiro é o grupo negróide que exatamente ultrapassa bastante as linhas baixadas dos cantos internos das fendas palpebrais, os intróitos são horizontais, dorso é medianamente elevada com ponta larga e deprimida.
Diante desta colocação já está entendido que não há padrão único de técnica para realizar esta cirurgia. Devemos estudar cada caso, estabelecer o diagnóstico e daí definir a tática de abordagem.
Ao nascer o homem cruza a infância com a face pequena e o crânio duas vezes maior. O tempo vai evoluindo e a parte do crânio pouco cresce enquanto a face desenvolve crescendo para baixo e para frente sob influência da ação dos músculos faciais.
Estas estruturas têm uma extremidade fixada na pele e outra no osso, cada vez que há a sua contração ocorre tração no extremo da pele e uma detração no extremo que se fixa no osso. Esta condição comporta-se como se fosse vácuo que estimula crescimento do osso e modela a face. Assim cada indivíduo termina parecido com os seus, pois o fator genético é que determina o poder de cada músculo da mímica. Ao redor dos 11 aos 16 anos ocorre o crescimento da face onde a mandíbula e o nariz são os elementos que mais se modificam. É neste momento que as cartilagens de sustentação das paredes e o septo, empurram dorso e ponta nasal para frente provocando eventual desvio com conseqüente distorção da forma ao mesmo tempo em que demonstra as características familiares.
Historicamente ao nariz eram atribuídas qualidades outras como a equivalência entre o seu tamanho e a genitália masculina. Muita alcunha surgiu a partir do formato e tamanho do apêndice nasal.
Na antiga Índia quando uma mulher era infiel como castigo cortavam fora o nariz, assim também era penalizado o homem ladrão. Os cirurgiões indianos à época criaram um método de reconstruir esta unidade anatômica, utilizando a pele da testa, tratamento que ainda hoje é utilizado para as mesmas perdas ainda que por outras causas. Aqui na América pré-colombiana eram penduradas grandes argolas como adornos em ouro laminados que diferenciavam chefes e nobres de cada tribo. Agora, como novidade, antiga prática é ressurgida com pequenos brincos ou argolas que são pendurados no nariz de homens ou mulheres.
O que na verdade devemos é proteger do sol com bom filtro solar (acima de FPS15) para evitar manchas ou câncer de pele no futuro.
Na analise do seu formato e tamanho, algumas relações com outros elementos da face foram muito utilizadas pelos pintores e escultores, para produzir harmonia e beleza além de ser considerado normal em suas obras quando mantido dentro das proporções ideais.
Olhando de frente ocupa cerca de um quinto da largura da face, a sua altura equivale ao tamanho da orelha quando medido desde sua junção com o lábio até o espaço entre as sobrancelhas (glabela), variando a largura das asas e a projeção anterior, segundo a etnia.
Na adolescência, período em que há um futuro incerto quanto a sua capacidade pessoal, o fator beleza é muito importante e mobiliza com intensidade prazer e desprazer dos jovens em relação ao seu formato.
O nariz termina responsabilizado por insucessos, surgindo o ardente desejo de modificar sua forma e tamanho. Sentimento este que perdura por longos anos, veladamente guardado entre os segredos da pessoa que acaba sendo induzida à cirurgia na primeira oportunidade, como a solução de desejo até então reprimida.


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