terça-feira, 9 de agosto de 2011

Expansores de tecidos

Expansores

O silicone é uma substancia produzida a partir da sílica e pode ser produzida em qualquer consistência para os mais variados fins com grande utilização na indústria.
Há bastante tempo que o silicone em suas várias formas e consistências é usado pela medicina também.
Com ele podemos reproduzir forma consistência e cor, com grande semelhança e resistência.
Existem as órteses ( uso externo) e próteses (uso interno) que substituem mão, dedo, orelha, perna, enfim muitos segmentos do corpo onde o silicone é amplamente utilizado.
As próteses para mento, mama, coxa, nádega, região peitoral, tem a finalidade de aumentar os volumes e melhorar a forma modelando cada setor dentro dos conceitos atuais na busca do belo.
Obedecendo esta premissa na busca do ideal, foi criada a prótese com a finalidade de expandir tecidos, ficando estabelecido para ela o nome de expansor.
É um aparelho que corresponde a uma bolsa inflável conectada através de um tubo a um bulbo que equivale à válvula.
Esta válvula pode ser perfurada repetidas vezes em sua face convexa oposta a parte profunda plana com uma lâmina de aço como protetor, na cirurgia é posicionada distante do balão principal.
Através dela injetamos soro fisiológico em volumes sucessivos que aumentam o volume da bolsa do expansor e por conseqüência a distensão os tecidos vizinhos.
Os formatos são muito variáveis podendo ser redondo, oval, semilunar, paralelograma, fusiforme ou idealizado para finalidade específica em razão do problema a corrigir.
Todos os formatos são produzidos em tamanhos diferentes com quatro a cinco opções para cada modelo.
Quando se apresenta um problema é feito o devido estudo para avaliar o defeito e eleger qual o tipo e tamanho do expansor que melhor permita a solução do caso.
Para seu uso necessita anestesia, incisão e descolamento da pele da região para introduzir, acomodar expansor e válvula e permitir a distensão dos tecidos o suficiente para corrigir o defeito.
No tratamento das seqüelas de queimadura e outros traumas onde ocorre perda de tecido o uso do expansor reduziu muito a necessidade de enxerto de pele ou transplante de tecidos. É um método cirúrgico que cumpre magnificamente o papel proposto para ele, reduz muito o grau do defeito aproximando da normalidade.
O que tem de constrangedor é a tumefação que se produz ao aumentar seu volume durante o tempo que exijam os tecidos para multiplicarem suas células até atingir total suficiência.
Inicialmente parecia a solução para a calvice, todavia os volumes laterais sobre as orelhas afastaram os pretendentes, pois deveriam ficar expandindo as próteses por longo tempo e isto lhe colocaria em dificuldades de contato com o público.
Nas seqüelas de queimaduras tem sido um excelente método para eliminar placas cicatriciais inestéticas e restritivas. Permitiu maior ousadia na liberação do pescoço, das axilas, mãos, face, couro cabeludo, etc.
Entretanto onde tem prestado maiores benefício é na reconstrução das mamas retiradas por câncer.
Se por um lado no tratamento deste mal se obteve enormes vantagens quanto à cura e sobrevida, a conseqüente mutilação ainda não pode ser evitada e continua a ser o motivo de queda da autoestima, depressão e mal estar por parte das pacientes.
Para recuperar este defeito se criaram muitas técnicas cirúrgicas que evoluíram muito nos últimos anos.
Temos retalhos locais que oferecem boas soluções para pequenas retiradas, retalhos a distancia com uso associado de prótese ou transposição de parte da parede abdominal pediculada no músculo reto abdominal para migrar tecido em volume suficiente que possibilite a reconstrução da mama ou das mamas.
A mais simples é a distensão com o expansor e troca posterior por prótese definitiva.
Para esta cirurgia é necessário que tenha tecido de cobertura com panículo gorduroso suficiente para receber o expansor e permitir uma boa bolsa para alojar a prótese com naturalidade.
Incluída a prótese e obtido o volume, novas pequenas cirurgias serão feitas para tornar-las simétricas e reconstruir aréola e papila (mamilo).
Esta é a forma mais simples de reconstrução da mama, lastima que tenha indicação limitada e não permita ampla utilização para todas as mamas.

Consute meu Blog : “Rodrigo d´Eça Neves; Cirurgia Plástica Dúvidas, Soluções e Humor.”

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