sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Barro

Espátula
Como já relatei, morava em Tubarão que dista de Florianópolis não mais que 130 Km.
Nos periodos até 1950 as idas e vindas eram feita pelos chamados caminho da serra ou do litoral que era por baixo ou por Laguna. Perguntava-se, vais pela serra? Este saia de Tubarão por São Martinho, Gravatal, Armazem, subia a serra, passava pela Garganta, São Bonifácio, descia a serra, Queçaba, Vargem Pequena, Vargem Grande, Santo Amaro, Palhoça, São José até Florianópolis ou vais por baixo que significava desviar em Armazém, alcançar Imaruí, Rio d´Una, Mirim, Garopaba, Paulo Lopes, Morro dos Cavalos, Furadinho, Palhoça, São José e Florianópolis. Ou ainda o caminho mais plano que envolvia Jaguaruna, Camacho, farol de Santa Marta, balsa do canal da barra, Laguna, reingressando no trajeto em Mirim. Em qualquer opção eram sete horas de viagem em estrada estreita com muito buraco e poeira. A compensação era comprar, camarão na Laguna, queijo tipo " caccio Cavallo" na balsa do rio d´Una, pão de leite e ou de milho em Paulo Lopes e biscoito Santa Fé na Palhoça. Quando chovia formava lama de barro vermelho misturada com areão de saibro. Numa das vindas para festejar o Natal e passar o verão em Coqueiros, meu pai começou a sentir algo diferente no comportamento do carro acompanhado de ruído estranho. Decidiu então quando chegamos à Palhoça, procurar um local conhecido para verificar o que se passava. Neste momento o barro da estrada já estava mais seco e endurecido. Com todos em seus lugares, parou numa oficia e o mecânico deitou sob o carro. De dentro ouviamos ruídos de raspagens que logo foi seguido de uma solicitação em voz bem forte: - "Manel me tráxx a exxpauta cô tô arrombando moxx dedo tudo!"

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